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Prometida Ao Capo

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máfia
colarinho azul
mistério
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Sinopse

Ane Moretti sempre soube que carregar o sobrenome de sua família não era apenas um fardo — era uma sentença. Aos 21 anos, prestes a concluir a faculdade, ela se vê presa em um contrato de noivado com Sebastian Mancini, o herdeiro mais temido da máfia italiana. Frio, controlador e perigosamente sedutor, ele a reivindica como sua prometida sem aviso, transformando sua vida em um palco de aparências, mentiras e promessas seladas com sangue.

Mas Ane não é dócil. E Sebastian, acostumado a dobrar o mundo à sua vontade, descobre que domar uma mulher como ela pode ser sua ruína… ou sua redenção. Em meio a festas luxuosas, alianças perigosas e um passado marcado por traições, os dois travam um jogo silencioso de poder, desejo e resistência. Quanto mais ela luta para manter sua liberdade, mais ele se vê obcecado por tê-la — por inteiro.

Quando um rival ressurge com intenções perigosas e sentimentos m*l resolvidos, Ane se vê dividida entre o que quer e o que o destino lhe impôs. O que fazer quando seu corpo deseja o homem que sua mente odeia? Quando seu nome é o centro de uma guerra silenciosa entre duas famílias?

Em um mundo onde o amor é um risco e o poder dita as regras, Ane terá que decidir: fugir… ou se render ao seu pior inimigo.

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Capítulo 01
Ane Eu ainda sentia o cheiro das páginas do meu caderno recém-fechado. Tinha passado a tarde inteira revisando neuroanatomia, rabiscando mapas mentais sobre o sistema límbico e ouvindo música clássica ao fundo, como sempre fazia. Era fácil esquecer dos problemas do mundo quando tudo que você enxerga são neurônios, sinapses e sonhos grandes demais para caber em qualquer limite. Pelo menos, até ouvir a porta da frente bater com violência. Franzi a testa. Meu pai nunca batia a porta. Não daquele jeito. — Pai? — chamei, me levantando do sofá com os livros ainda pressionados contra o peito. Ele surgiu na entrada da sala alguns segundos depois — mas não era o homem que eu conhecia. O grande Charles Moretti, o neurocirurgião mais renomado da italia, estava curvado, abatido, com os olhos vermelhos e a gravata pendendo torta no pescoço. Parecia ter envelhecido dez anos desde o café da manhã. — Ane... precisamos conversar. Senti um calafrio subir pela espinha. Abaixei os livros no braço do sofá e fui até ele. Meu pai afundou na poltrona como se o mundo estivesse pesando sobre os ombros. Me ajoelhei à frente dele e segurei suas mãos. — O que aconteceu? Você tá me assustando. Ele passou as mãos pelo rosto, respirou fundo e soltou a frase como se cuspisse cacos de vidro: — Eu cometi um erro. Um erro terrível. Meu coração afundou no peito. — Que tipo de erro? Ele demorou. Os olhos dele fugiam dos meus. E quando finalmente falou, a verdade veio como um soco no estômago. — Estou falido. Perdi tudo nos jogos. Tudo, Ane. E… eu tô doente. Tenho um tumor no cérebro. Inoperável, segundo os médicos. — Ele soltou uma risada amarga. — Um neurocirurgião com um tumor no próprio cérebro. Que ironia, não? Eu simplesmente congelei. As palavras dançavam diante dos meus olhos como se não fizessem sentido. Como se fossem parte de um pesadelo que eu ainda não tinha acordado. — Mas... como? Por quê? — sussurrei. Ele engoliu em seco, e foi então que começou a contar. Ele me contou sobre o cassino. Sobre as noites em que tentou dobrar a sorte que já não tinha. E naquela última noite… sobre a sala privada onde tudo aconteceu. Eu podia ver a cena em minha mente como se estivesse lá: ele suando frio, jogando as fichas com mãos trêmulas, enquanto do outro lado da mesa, Don Vittorio Mancini observava tudo com olhos frios e um sorriso satisfeito. — Eu sabia que estava sendo levado direto pra armadilha — ele murmurou, com a voz embargada. — Mas eu já tinha perdido tudo. A dignidade... o futuro. E ele sabia disso. Meu estômago revirou quando ele disse o que veio a seguir. — Eu te apostei. Por um instante, achei que tinha entendido errado. Que ele tinha dito qualquer outra coisa. Mas não. Aquele era o fundo do poço. O lugar de onde não se volta. — Você… o quê? — Eu perdi você no jogo, Ane. Mas... eles me ofereceram uma saída. Disseram que, em troca, você se casaria com o filho dele, Sebastian. E em troca disso… eu receberia o tratamento, manteríamos a casa. Eu só pensei em salvar alguma coisa. Em te deixar algo. — Você me vendeu. — Minhas palavras saíram fracas, mas cortantes. — Como uma mercadoria. Ele cobriu o rosto com as mãos, se encolhendo de vergonha. — Eu tentei recusar. Juro que tentei. Eu disse que você não fazia parte desse mundo. Que você era inocente. Que sua mãe... — ele hesitou —... que sua mãe era filha ilegítima. Que ninguém da nossa família pertencia a esse universo sombrio da máfia. A raiva já estava queimando dentro de mim quando ele acrescentou: — Foi aí que o Don acenou para um dos capangas, que jogou uma pasta em cima da mesa. E quando eu abri… Ane, era tudo verdade. Sua mãe... ela era filha bastarda do antigo chefe da família Bellini. O sangue dela... é sangue deles. Eu levei a mão à boca, sem conseguir processar aquilo. — E por isso eles querem que eu me case com o filho dele? — Eles disseram que assim as alianças se fortalecem. Que o casamento seria simbólico. Que sua origem bastarda e a minha insignificância seriam detalhes fáceis de apagar... que bastaria um segundo. Fechei os olhos. Tudo girava. Meu mundo, minha realidade, minha própria identidade estavam desmoronando. E foi nesse momento que a campainha tocou. Ou melhor, não tocou. A porta foi aberta sem cerimônia. Passos ecoaram pela casa, pesados, seguros, e em segundos três homens surgiram no vão da sala. No centro deles, um homem que parecia saído de um filme. Alto, elegante, o olhar de aço. A aura de alguém que nunca ouviu a palavra “não”. Ele me encarou com frieza calculada. E falou com um sotaque leve, carregado de comando. — Senhorita Moretti. Meu nome é Sebastian Mancini. Estou aqui para levá-la. Arrume apenas o necessário. E vamos. Levá-la. Não conhecê-la. Não conversar. Não perguntar se ela queria. Apenas levar. Olhei para meu pai. Ele abaixou a cabeça. Silêncio. Culpa. Derrota. Eu me virei para ele antes de cruzar a porta. — Eu não vou me casar com você. Eu não sou uma moeda de troca. Não sou uma recompensa de aposta. E não sou sua. Ele parou no meio do caminho, os olhos escurecendo. O leve sorriso sarcástico desapareceu, substituído por algo mais sombrio. Quando deu um passo à frente, eu recuei instintivamente, mas ele foi mais rápido. Antes que eu pudesse me afastar, seus dedos envolveram meu rosto com firmeza, quase brutalidade. Seu toque era frio. Dominante. Como se ele estivesse marcando território. — Não tem culpa se o seu pai foi fraco — murmurou, a voz baixa, arrastada. — Se ele te usou como ficha no jogo dele, isso não tem nada a ver comigo. Eu só vim buscar o que é meu por direito. Você. — Eu não sou sua. — Tentei me soltar, mas ele segurou firme. — Eu não pertenço a você. E não vou com você. Ele me soltou de repente — com força. Dei dois passos trôpegos para trás e caí. As costas bateram no chão frio do hall de entrada. A dor nem doeu tanto quanto a humilhação. Antes que eu pudesse me levantar, um gesto silencioso dele mudou tudo. Um dos homens que o acompanhavam — alto, de expressão dura e olhos de pedra — se virou e caminhou até onde meu pai ainda estava sentado no sofá, paralisado, o rosto coberto de culpa e derrota. O homem puxou a arma do coldre e, num movimento seco, apontou-a para a cabeça do meu pai. — Não! — gritei, arfando. — Não! Não, por favor! — Minhas pernas se moveram sozinhas. Eu corri até meu pai, mas Sebastian bloqueou o caminho com o corpo. — Você tem três segundos pra fazer sua escolha — ele disse, olhando pra mim como se fosse um juiz num tribunal que só aceitava uma resposta. — Um... — Sebastian, por favor... — Dois... — Eu vou! — berrei. — Eu vou com você! O silêncio caiu de repente. Até o tempo pareceu prender a respiração. Eu tremia. Os joelhos fraquejando, o coração acelerado como se fosse explodir. Sebastian apenas me observou por mais alguns segundos, como se quisesse se certificar de que minha rendição era real. — Ótimo. — Ele acenou, e o homem abaixou a arma lentamente. — Vá pegar o que precisa. — Meus materiais da faculdade... — minha voz saiu quase num sussurro — algumas roupas... Ele soltou uma risada baixa, debochada. — Não precisa de tudo isso. — Me analisou dos pés à cabeça. — Como minha noiva, você vai ter tudo o que precisa. E mais. Mas vai ter que aprender a andar à altura da família Mancini. E isso começa agora. Eu engoli seco. Cada passo em direção ao meu quarto parecia custar mais do que eu tinha. Quando fechei a porta atrás de mim, deixei o corpo escorregar até o chão e respirei fundo. Estava indo embora com o homem que destruíra minha liberdade. E tudo que eu podia fazer... era manter a cabeça erguida até encontrar uma saída. Ou destruí-lo por dentro.

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