Gadernal narrando
Mais um dia nesse inferno, mas tá acabando…
Assim como eu entrei aqui pela porta da frente, do meu jeito, eu vou sair da mesma forma. Ninguém sabe o que é ter o meu nome, o meu peso, a minha herança, e a guerra que eu travo. Daqui eu entrei de uma forma, com um propósito, e vou sair assim que tiver concluído essa guerra, assim que tiver determinado esse inferno. Eu jurei ao meu irmão vingança, e assim eu fiz.
Eu sei que tem gente complicando a minha saída daqui, mas o que ele não sabe é que quem tem a p***a do poder nas mãos sou eu.
Eu não sou um homem calmo, tão pouco paciente, eu não tenho pena de ninguém, eu não quero facilitar a vida de ninguém que não seja a minha, e eu nunca fiz questão disso. Todos a minha volta são prova viva disso. Eu sou um homem de pouquíssimas palavras, eu sou um homem que eu não tenho consciência de zelo, cuidado, ou amor por ninguém. Nunca tive. Eu nunca tive afeto, nunca tive amor, e a única pessoa que era próxima a mim, é que tinha acesso a mim, foi a única pessoa que me protegeu a vida toda e que eu perdi, meu irmão. Esse sim era homem de verdade, esse sim fez de tudo por mim quando a p**a da nossa mãe nos abandonou, trocando os próprios filhos por um policial do bope. Que hoje é um dos filhos da pita que mais tenta contra a minha vida porque ele sabe que eu sei muita merda dele, e eu não faço questão de livrar minha mãe dele não, a escolha foi dela, então as consequências de tudo também são. Se ela não se importou comigo e com meu irmão não serei eu que me importarei com o que ela passa ou deixa de passar, pra mim é indiferente.
Ela nos abandonou com a minha avó, a velha morreu eu tinha 4 anos, então são poucas as lembranças que tenho dela, mas, no geral, sempre foi meu irmão que correu por mim, sempre foi meu irmão que deu o sangue e a vida por mim, e quando ele foi morto eu jurei, sozinho, enquanto seus aliados vinham falar comigo, se disponibilizar como se fossem amigos dele, mas eu sabia que todos estavam de olho no meu trono, eu jurei vingança, quando ficamos só eu e seu caixão ali aberto, nos último minutos antes de eu jogar ele pra debaixo da terra eu falei que eu daria orgulho pra ele, e eu vou dar, eu não vou deixar a memória do temido sorriso morrer assim, nunca. Pelo meu irmão eu dou a minha vida, assim como ele dedicou a sua a mim.
Foi um filho da p**a do próprio comando que deu a ordem pra matar ele. E eu vim aqui dentro porque eu não mando recado, como ele que sempre se incomodou com o tamanho que meu irmão estava ficando lá fora, com quem meu irmão estava andando e se tornando, e eu vim aqui dentro porque eu vou matar o lixo do ser humano que tirou a vida do meu irmão.
Nada que eu fiz até aqui foi por acaso, nada! Tudo o que eu faço é muito bem pensado, e muito bem calculado, e muito medido, porque tudo foi feito pra me trazer aqui, e aqui eu não vou parar, esse é só o primeiro passo pra eu derrubar tudo, todos, e chegar de fato onde eu quero.
— fala caíque, qual é a ideia ? — eu pergunto quando o meu celular toca e eu estava no banho de sol analisando cada movimento, cada passo do cuzao que se sente o intocável e acha que ninguém vai atravessar o caminho dele.
— consegui a mina, ela vai levar os bagulho pra tu na visita de quinta — ele fala sério e eu respiro fundo
— eu não quero saber como, mas tu dá teu jeito, eu quero as minhas coisas aqui na visita de quinta e feira, entendeu ? — eu falo com ele que concorda e eu desligo a chamada antes que ele falasse mais qualquer coisa porque eu não estava com a menor paciência.
Eu não quero saber como, ou quem. Pra mim não faz a menor diferença. A única coisa que eu quero é minha comida e minhas drogas, o resto f**a-se. Todo dia eu transo aqui dentro, tenho comida razoável, e celular, tudo aqui dentro é pago, tudo aqui dentro é caro, mas eu não me importo com essa p***a, o que me importa é acabar com esse jogo onde quem dá as ordens sou eu.
O caíque fica puto comigo e não aceita até hoje que eu to aqui dentro, ele não admite que eu ter me jogado aqui foi pra destruir de dentro quem comanda, e que foi genial. Essa praga me liga todo dia, me atormenta, mas eu não posso negar, ele é de raça, não larga a minha mão não, manda tudo o que eu peço, do jeito que eu peço, e não questiona nada. Leva o morro na risca do jeito que eu mando, e não tem tempo r**m com ele não, se eu mando ele faz e não tem discussão, ele e obedece e pronto. A mulher maluca dele lá já jogou ele pra fora várias vezes porque eu sei que eu meto ele em várias enrascadas, da última ele ficou uma semana monossilábico comigo porque ele estava dormindo na boca a três dias porque a mulher dele tentou dar uma facada nele por minha culpa. Eu já falei pra ele largar ela de vez e meter o piru em geral igual eu faço, que mulher não é futuro de ninguém, mas ele não me escuta, é cego naquela doida dele lá, e já falou que quando eu sair daqui e ele vai tirar um mês de férias incomunicável com ela porque eu só boto ele em furada. Eu nem ligo, namoral mesmo, a única coisa que eu ligo é que ele faça o que eu mande e faça bem feito. De resto ? Ele separando ou não pra minha vida não muda em nada.
Eu não quero amor de mulher nenhuma, eu não vou ser fiel ou assumir uma mulher nunca na minha vida, isso pra mim é lei, e eu não volto atrás nunca na minha palavra, o que está determinado está, e acabou.
— ai vai chegar visita pra ele na sexta, dessa vez é a fiel, só tu colocar teu plano em prática — um agente comprado passa por mim e fala e me entrega um pacote dessa droga r**m, malhada que eles fornecem aqui por um preço absurdo, mas eu tenho que usar essa p***a até quinta feira pelo menos, quando a minha erva da pura chegar e meu pó bolado pra me dar aquele gás e segurar os últimos dias aqui dentro
— a enfermaria tá te chamando pra consulta — um agente vem cheio de marra pra cima de mim e eu dou risada
Consulta ? Sei bem a consulta que essa médica queria, essa consulta tem veias e faz ela gozar i**************a no cio
Joguei meu cigarro fora vendo o p*u no cu que está com os dias contados, agarrando a amante no pátio quase fudendo ela ali mesmo. Quem pensa que na cadeia os maridos tão seguros, é porque não conhecem o poder e a podridão que rola aqui dentro… aqui o jogo tem que ser lido conforme quem tem poder, e é por isso que eu tenho tido o que eu quero aqui…
— e aí Gadernal, essa noite tem jogo lá no meu raio, vê se brota — o p*u no cu me chama e eu já sabia que esse era o código pra reunião e eu só faço o sinal do dois e passo direto.
Ninguém entende até hoje como e porque eu caí aqui, já que ninguém tem prova de nada contra mim, mas em breve ele vai descobrir o que ele tanto quer, só não vai tá aqui mais pra contar história, e eu não sinto pena alguma por isso.
Ele não sabe que eu sei que a ordem pra matar veio dele, mas eu sei, e ele em breve vai saber também que eu não só sei, como vim aqui pessoalmente para cobrar essa ordem maldita dele…
— quer p**a né p*****a ? — eu entro na enfermaria já botando o p*u pra fora e a p**a vem igual c****a no cio — ajoelha e me chupa, vagabunda… — eu ordeno e ela obedece
Eu não consigo me distrair e nem sentir prazer, eu só queria a minha visita passando com as minhas paradas e melhor que isso, a visita da fiel do arrombado na sexta feira, porque aí será o grande dia…