Capítulo 1
Jhenyffer narrando
Dois anos depois...
Eu ajudava a minha mãe fazendo faxina fora do morro, tinha terminado o ensino médio e estava fazendo curso para cursar o vestibular, queria ser veterinária, meu sonho era cursar veterinária e poder trabalhar com os animais.
— Suelen me convidou para ir ao baile hoje, eu posso mãe? – eu pergunto para ela enquanto a gente voltava da faxina.
— No baile, hoje? – ela pergunta – Não sei não, estão comentando muita coisa r**m sobre esses bailes. Essas garotas que sobem ai, você sabe, tem muitas que vem e não voltam.
— Sou moradora mãe, essas garotas que sobe aqui, não sabe o que fazem, se envolvem com os bandidos sem respeitar, quebram regras – eu falo para ela
— Você pode ir – ela fala me encarando – mas nada de se envolver com traficante, você escutou minha filha?
— Pode deixar – eu sorrio para ela.
— Você só tem 15 anos de idade – ela fala.
— Quase 16.
— Ainda 15 – ela fala.
Na subida a gente para na boca geral para pagar o aluguel, era RK que cobrava irmão da Suelen, os pais deles tinham um bar que rolava os melhores pagodes aqui. Eu estava esperando a minha mãe sair da boca no lado de fora, quando vejo a moto de DG parar na frente, ele sorri quando me ver e eu sorrio para ele, ele faz sinal que eu vá até ele e eu encaro a minha mãe.
— Não posso falar muito, minha mãe está ali dentro – eu falo para ele
— To com saudade de você – ele fala – deixa eu falar com a sua mãe, dizer que estamos ficando.
— Minha mãe me mata – eu falo para ele
— Então, diz que me encontra mais tarde – ele fala
— Eu encontro – eu respondo – pode deixar.
— Jhenyffer – minha mãe fala
— Preciso ir – ele sorri e coloca o capacete de volta.
— O que estava acontecendo? – Minha mãe pergunta
— Ele estava perguntando de Suelen – eu falo e ela me encara
— Não se meta com esses bandidos – ela fala me olhando – eles não prestam, você me escutou? Depois engravida e eles não assumem a criança e você ainda é uma adolescente.
Eu assinto com a cabeça.
Meu pai faleceu eu tinha somente 10 anos de idade, sempre fui eu e minha mãe, mas a renda maior sempre veio do meu pai, então desde pequena comecei a trabalhar com ela nas faxinas, aos 14 anos de idade já comecei a ver o mundo de outra forma, me arrumava, ia aos bailes, aos pagodes e comecei a me envolver com os garotos, sempre com o olhar atento da minha mãe, ela sempre foi a minha melhor amiga, porém eu estava me envolvendo com DG há 1 mês, no começo eu resisti mas depois acabei cedendo, ele dizia que eu era diferente e que estava gostando de mim, queria me assumir, ele me tratava bem e era de uma forma inexplicável.
Era noite e a gente estava na casa da Suellen se arrumando, eu , ela e Maria Fernanda que era minha prima.
— Minha mãe acha que vou para o retiro da igreja lá no asfalto – Maria Fernanda fala – depois preciso posar aqui.
— Eu disse que vou posar aqui Suelen, também – elas me encaram
— Vai posar onde?
— Vocês já deve imaginar – eu falo sorrindo.
A gente se arruma e vamos para o baile, chegamos lá já subimos para o camarote e encontro DG, ficamos um pouco no baile e depois fomos para a casa dele.
— Deixa eu falar com a sua mãe, quero ficar com você sem que você tenha medo.
— Melhor não – eu falo – minha mãe ficaria – ele me encara
— Decepcionada minha preta? – ele pergunta – para com isso, eu sou o genro que toda mãe quer.
— Eu acho que não – eu falo – mas é o que toda filha quer -ele abre um sorriso
— Eu sou louco por você – ele fala – você não imagina o quanto. – eu abro um sorriso para ele.
E a gente começa a se beijar. Assim era todos nossos finais de semanas e algumas noites que eu conseguia fugir, ele tinha me dado um colar e até mesmo uma aliança.
Eu estava completamente apaixonada por ele!
(...)
Dois meses depois....
Eu estava faxinando com a minha mãe uma das casas e acabo passando m*l, eu disfarço para minha mãe não ver e passo comprar um teste na farmácia.
— Faz isso logo – Maria Fernand fala
— Estou com medo! – eu respiro fundo
— Ele não disse que queria te assumir? Relaxa , se você tiver grávida, você vai virar a fiel dele e ainda ter um herdeiro dele.
Eu olho para ela e as suas palavras me tranquilizam, eu vou até o banheiro e faço o teste e tinha dado positivo, eu pego meu celular e mando mensagem para ele dizendo que queria ver e ele me manda encontrar ele no beco do lado da boca, eu vou até ele.
E quando eu chego e ele já me beija.
— Estava com saudade do seu cheiro, da sua boca – ele fala sorrindo
— Eu preciso falar com você – eu falo
— O que aconteceu? – ele pergunta
— Você disse que iria me assumir, não ia?
— Sim – ele fala – vou agora mesmo falar com sua mãe.
— Estou grávida – eu falo e o sorriso que existia no rosto dele se desmancha na mesma hora – eu estou esperando um fihlo seu! – ele me encara com a cara fechada – Rodrigo.
— Se você abrir a boca para alguém para dizer que essa criança é minha, eu mato sua mãe e acabo com você , você me entendeu?
— Porque está me tratando assim?
— Sua interesseira – ele fala – se envolveu comigo para pegar barriga, só pode!
— Você está ficando louco, não pode me tratar assim.
— Ninguém pode saber que essa criança é minha, você entendeu? – ele pergunta me encarando – Ninguém, você ouviu? – eu olho para ele nervosa e ele me encara – se alguém descobrir, eu acabo com vocês! Não queira medir forças comigo, agora vaza daqui.
— Rodrigo.
— DG para você – ele fala e meus olhos se enche de lagrimas.
Ele me empurra do beco e me faz ir embora dali, eu saio em pânico e sem saber o que fazer, eu chego em casa chorando e minha mãe me encara.
— O que aconteceu? – ela pergunta – porque está chorando? – ela olha para as minhas mãos – O que é isso na sua mão? É um teste de gravidez?
— Eu estou grávida mãe – eu falo para ela e ela me encara
— VocÊ está maluca? Sua irresponsável – ela fala me olhando – como assim grávida? Você é uma menina, eu te disse que te dava liberdade mas que não queria que você me aparecesse com barriga.
— Me perdoa mãe – eu ohlo para ela chorando
— Quem é o pai? Me diz!
— Ele me ameaçou, disse que mataria a gente – eu olho para ela e ela me encara – disse que não vai assumir e que não é para falar para ninguém.
— Não me diga que você se envolveu com aquele demônio do DG? – ela pergunta – minha filha, poderia ter se envolvido com qualquer um menos com ele. A gente não tem dinheiro nem para ir embora do morro, sobrevivemos de faxina, como vamos criar uma criança? Você destruiu a sua vida!
Minha mãe anda de um lado para o outro nervosa e eu só sabia pedir desculpa, implorar pelo seu perdão.
— Me desculpa – eu falo para ela
— Fique longe dele – ela fala – e mantém ele longe dessa criança e de você, é bom que ele nem lembre da sua existência. A gente dar um jeito para criar, mas você me decepcionou Jhenyffer!