127. Davi Narrando
Eu tava na garupa do mototáxi, o vento batendo na cara, mas minha mente não tava ali. Meu coração parecia que ia sair pela boca, e a cabeça girava. A p***a toda não fazia sentido. Como é que eu fui meter o pé na lama desse jeito?
Cheguei na Penha suando frio, saltei da moto quase tropeçando, joguei o trocado na mão do piloto e fui subindo a rua. Minha casa era no alto, e cada passo parecia uma eternidade. As vielas tavam lotadas de moleque soltando pipa, motoqueiro passando a milhão, mas eu só conseguia ouvir meu próprio coração.
Quando finalmente abri a porta de casa, respirando pesado. Meu pai, Diraça, tava na cozinha com a minha mãe, enquanto ela fazia o almoço, eles estavam conversando todo tranquilo. O cheiro de alho e cebola no ar só me deu mais náusea. Eu andei
