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1016 Palavras
Luke Depois daquele quase acidente eu não vi jordan mais, faz uma semana e olha que somos vizinhos, minha mãe não aguentou e veio nos visitar, então eu deixo jacob com ela na parte da manhã e da tarde, pensei que ser policial seria mais fácil, mas me enganei, ultimamente o telefone da delegacia não parava de tocar, roubos, agressões, trafico de vários tipos e vários outros crimes, agora eu entendia o porque da minha mãe não me deixar brincar por muito tempo na rua quando criança. - Ei Elisa, estou indo patrulhar, você vem? – pergunto para minha colega de trabalho. - Oh não, eu mudei de turno com o Derek – diz ela com pesar, posso dizer que na minha primeira semana aqui ela já virou uma amigona, digo ok e vou saindo para patrulhar pelo centro da cidade e pelos bairros mais afastados, começo pelos bairros e vou passando de carro devagar, de longe eu vejo umas crianças brincando de bola, então eu sorrio por imaginar jacob no meio deles e se divertindo, ele sempre foi um menino tímido, mas meu sorriso se fecha quando vejo um adolescente olhando pros lados e entrando devagar em um beco, desço do carro para não fazer alarde e o sigo, no final havia um homem já pelos trinta anos com um sorriso nos lábios, me escondo atrás do poste para ouvir a conversa, eu não poderia fazer nada se não pegasse em flagrante. - Tem ai? – pergunta o adolescente que me parecia estar envergonhado e acanhado, ele estava sujo também e com roupas gastas. - Claro, tenho tudo que você quiser – responde o homem sorrindo com um cigarro entre os dedos. - Eu só preciso do pó – diz o menino desviando o olhar – por favor... - Já lhe disse que não vendo fiado, e eu sei que você não vai pagar, não tem nem onde cair morto duvido ter dinheiro pra droga – responde ele grosseiramente. - Por favor estevan, não te custa nada me ajudar, você sabe que eu to na abstinência tem uma semana por... - Você sabe oque fazer pra conseguir – responde ele sorrindo ainda maior levando a mão até o zíper da calça, nesse momento eu saio de trás do poste não tendo mais estomago pra ouvir aquela conversa. - Mão na cabeça, EU DISSE MÃO NA CABEÇA!! – Grito apontando a arma pra ele, como eu estava na entrada do beco, não tinha como os dois saírem, então pego os dois e coloco na viatura os levando pra delegacia. - Tem um tempinho que estávamos procurando por ele – diz elisa olhando para o homem dentro da cela. - Ele iria pedir sexo em troca de drogas pro garoto – digo apertando os olhos e respirando fundo – ele só tem quinze anos elisa. - Isso acontece muito por aqui, o menino está morando na rua sem família, acabou se viciando e fazendo de tudo pra conseguir – diz ela triste, olho pro menino que estava sentado na mesa com o olhar assustado. - Ei, como foi parar na rua? – digo chegando perto dele devagar. - Meus pais morreram – diz ele timidamente olhando pro outro lado. - Não tem mais ninguém? - Minha tia, mas ela está fora do país tem dois anos e nem sequer se importou com a morte da minha mãe, ela disse para os advogados me jogarem em qualquer lugar, então eu fugi – diz ele com os olhos marejando. - Você... Sabia oque ele iria fazer com você? – pergunto hesitante. - Sim, ele já tentou uma vez, eu prometi nunca mais voltar lá, mas eu estava com tanta dor, que me queimava por dentro e pedia por mais droga se não eu morreria – diz ele chorando de soluçar, aquilo apertou meu coração. - Eu vou te ajudar, ok? – pergunto alisando seu cabelo que era liso em um preto escuro, seus olhos azuis que estavam vermelhos pelo choro e sua pele branca que estava suja pelo tempo passado na rua, ele era um menino bem bonito e eu estava sofrendo por ver uma criança desse jeito. - Obrigado – diz ele limpando os olhos, no fim do meu expediente eu o levo pra uma clinica junto da assistente social, fizemos tudo que era necessário, assinei algumas papeladas como responsável por ele pois precisava e o serviço social não estava nem aí. - Prometo que venho te visitar – digo por fim me despedindo dele e indo pra casa, desço do carro em frente de casa e já era sete da noite, vejo jordan andando no passeio. - Ei sumido – digo sem conseguir demonstrar muita felicidade pois ainda estava pensando em lucas na clinica. - Oi, porque essa cara? – me pergunta ele sorrindo com as mãos na cintura fina. - Prendi um traficante hoje que estava tentando conseguir sexo com um menino de quinze anos por droga – despejo tudo encima dele, ele me olha com cara de espanto e eu entendo ele. - Nossa... É... E como está o garoto? – pergunta ele ainda com a expressão assustada. - Bem, ele não conseguiu nada com o menino, eu cheguei bem na hora, mas ele morava na rua e eu o levei pra uma clinica – digo a ultima parte sorrindo. - Que bom que tirou ele das ruas, fico muito triste quando vejo qualquer pessoa sem o conforto digno que cada ser humano merece – diz ele cabisbaixo. - Sim, mas vamos mudar de assunto, da ultima vez eu não perguntei mas, de que você trabalha? – pergunto sorrindo e curioso. - Eu... um... em nada – diz ele desviando o olhar pra sua casa – no momento estou tentando entrar na faculdade. - Medicina? – pergunto lembrando da nossa infância. - Sim – diz ele sorrindo lindamente. - Que bom, quer dizer que vou ter consulta de graça? – pergunto gargalhando. - Talvez – diz ele sorrindo mínimo e molhando os lábios – preciso ir, dê um beijo no jacob. - Pode deixar que dou sim, boa noite – digo o puxando e abraçando, logo depois lhe dando uma cheirada no pescoço, eu tenho essa mania desde criança, sinto ele arrepiar e se afastar sorrindo, entro em casa totalmente relaxado e tentando adivinhar o perfume dele. - Papai!! – diz jacob e pula no meu colo. - Alguém me pediu pra te dar isso – digo e dou vários beijinhos em seu rosto e sorrindo logo em seguida.
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