Pré-visualização gratuita Capítulo 1 - Chanel Overlord
" Não vou t*****r* com você, raposinha... você nem sabe o que está acontecendo..."
A voz vai ficando distante, sinto uma mão áspera acariciando meu rosto... é tão gelado... sua mão é tão fria.
Acordo com minha cabeça latejando, a garganta seca, m*l consigo abrir os olhos de tanto que minha cabeça dói. Sento na cama com bastante dificuldade, meu estômago também dói, parece vou vomitar a qualquer momento.
Vou abrindo meus olhos... onde eu estou??
Esse não é meu quarto.
Olho ao redor, é uma quarto de hotel. O que estou fazendo aqui?
Tenho alguns flashes da noite passada, algumas lágrimas escorrem... eu encontrei Sebastian com outra mulher na cama.
Não acredito que ele me traiu, me atiro na cama novamente, enfiando a cabeça no travesseiro. Conheço Sebastian desde a época de escola, lá onde começamos a namorar, faz mais de sete anos que estamos juntos.
Meu Deus... eu imaginei minha vida toda com ele, não tinha um futuro para a Chanel que não tivesse o Sebastian.
Dói tanto... muito mais que a dor de cabeça é meu coração, parece que abriram* meu peito e arrancaram meu coração fora.
Eu amava tanto o Sebastian... eu amo ele... Porque ele fez isso comigo?
O que eu fiz de errado?
Nós sempre prometemos que íamos nos casar, ter dois filhos e passar o resto da nossas vidas juntos, igual meus pais... achei que tinha achado um amor igual ao dos meus pais.
Porque ele me traiu?
O que faltou em mim?
Como um relacionamento de tantos anos pode escorrer pelas mãos e virar em nada. Tudo que tinha planejado e sonhado para minha vida se foi...
Choro mais um pouco, na verdade chora até as lágrimas secarem, meus olhos ficam inchados e minha cabeça parece que vai explodir. Agora vem a segunda questão, como vim parar aqui?
Tenho certeza que nunca estive aqui.
Puxo na memória algo da noite passada, lembro que peguei um táxi e pedi para ele parar numa boate, uma que nunca estive. E bebi... bebi igual nunca tinha bebido em toda a minha vida, daí em diante fica tudo confuso.
Levanto da cama com dificuldade, cada passo que dou sinto meu estômago fazer ânsia, tenho que correr para o banheiro, vômito até meu estômago doer. Passo uma água no meu rosto, estou mais pálida que o normal.
Lembro de um homem, mas o rosto dele está completamente embaçado, ele era forte e tinha as mãos tão frias... as costas dele eram toda tatuadas, era algo oriental...
Tenho um flash rápido de memória... aí meu Deus que vergonha. Lembrei agora, eu esbarrei com ele na boate e praticamente me joguei pra cima dele, e pedi para ele dormir comigo. O que eu tinha na cabeça? Eu não sou desse jeito, na verdade nunca dormi com outro homem além do Sebastian.
Lembro claramente de mim pedindo para dormir com ele, o álcool humilha mesmo as pessoas, de tudo que podia lembrar, lembro logo da parte constrangedora.
Espera... eu ainda estou de roupas, e não tenho dor alguma, sempre fico um pouco dolorida após ter relação. Então eu não fiz nada com o moço. Menos m*l, não sou o tipo de garota que saí dormindo com desconhecidos e ainda mais que nem lembro o rosto dele.
Pelo menos o desconhecido não está aqui, não sei como olharia em seu rosto. Melhor ir para casa, procuro meu celular, encontro do lado da cama, a tela está quebrada e nem liga. Deixei cair quando saia do apartamento do Sebastian... chega disso, preciso dormir e descansar, estou com uma ressaca enorme, após um descanso penso nisso.
Pego minhas coisas, quando vou pagar o hotel, o senhor Desconhecido já havia feito isso. Consigo um táxi e vou para casa, por sorte Carmem está de folga, não precisarei explicar meu estado miserável.
Abro a porta, largo minha bolsa e casaco ali no sofá mesmo, tiro meus sapatos, não sei como consegui me equilibrar neles até em casa. Jujuba vem me receber, ela começa a latir e pular, deve ter se sentido sozinha já que não voltei para casa.
Abaixo a pegando no colo.
— Juju, mamãe está com dor de cabeça, então não late.— Digo como se o pequeno cachorro pudesse me entender, as vezes acho que pode.
Jujuba é uma fêmea de Lulu da Pomerânia, ganhei do meu pai quando vim morar sozinha, ele me deu dizendo que ia ser minha companhia. Meu pai tem vários cachorros, e eu sempre adorei animais, herdei esse gosto do meu pai, ele tem vários cães de raça. Como mora numa mansão nos arredores da cidade tem bastante espaço para criar os animais.
Eu sou filha única, sempre fui muito protegida, quando quis morar sozinha foi uma briga, principalmente pela minha mãe. Só que eu queria um pouco de independência, amo meus pais, mas precisava do meu espaço, nessa deles quererem me proteger do mundo acabei crescendo meia alheia à tudo. O único jeito de os convencer a me deixar morar sozinha foi trazendo Carmem comigo.
Carmem trabalha para os meus pais faz trinta anos, desde antes de eu nascer. Ela é a funcionária mais confiável deles, e agora é praticamente minha babá. Estranho uma pessoa de vinte cinco anos ter uma babá, mas é assim que me sinto, já que ela veio para esse apartamento cuidar de mim.
Já é quase onze da manhã e estou exausta ainda, tomo uma banho relaxante, tento esquecer a loucura que foi a noite passada, algumas horas de sono tranquilo irão ajudar. Exatamente isso que faço após meu banho, coloco Jujuba comigo na cama e durmo.
No primeiro instante o sono não queria vir, além da imagem de Sebastian com aquela mulher, outra coisa que assombra meus pensamentos é o senhor Desconhecido, quero lembrar do rosto dele... mas não vem. Por fim o sono me vence, adormeço.
[...]
— Chanel... Chanel... menina acorda...
Ao abrir os olhos vejo Carmen com Jujuba no colo.
— O que faz aqui, Carmen? Hoje é domingo, seu dia de folga.— Digo sonolenta.
— Seus pais te ligaram várias vezes e você não atendeu.— Ela senta na cama.— Aí pediram para vir aqui ver se você estava bem.— Carmen me olha de cima à baixo. — Não está com uma cara boa, aconteceu algo?
— Não aconteceu nada, derrubei meu celular e quebrou, por isso não atendi... Porque meus pais ligaram?— Mudo de assunto.
Não que não confie em Carmen, estou com vergonha, de tudo que aconteceu ontem. Nem sei como vou agir daqui pra frente.
— É pra você ir jantar com eles, pelo que disseram tem uma surpresa.— Ela coloca Juju na cama.— E Sebastian, estava com você? Parece que você não dormiu em casa.
— Sim, estava com ele...— Tento despistar as perguntas dela.
— É mesmo?— Afirmo que sim.— Estranho, ele ligou para cá ontem, inúmeras vezes perguntando se tinha vindo para casa.
Carmen me conhecia desde bebê, era impossível esconder algo dela, meu olho enche de água.
— Calma menina.— Me puxa para um abraço.— Vocês brigaram? Que desabafar comigo?
— Não quero falar disso agora...— Respondo soluçando.
Choro um pouco mais, achava que já tinha saído todas as lágrimas. Após isso, ela me ajuda a me arrumar, opto por um vestido simples, e um salto mais baixo e grosso, como sou baixinha sempre uso salto, não tenho nem um e sessenta de altura. Ao terminar de me maquiar, Carmen entra no quarto com um celular novo.
— Pedi para o Paul passar na loja e comprar outro.
— Sempre prestativa.— Sorrio gentilmente. — Obrigado, Carmen.
— Se Sebastian ligar, o que eu digo?
— Diz que viajei à trabalho, alguma coisa assim, preciso de uns dias para pensar.
— Não sei o que ele fez, mas pelo jeito te magoou bastante. Nesses setes anos nunca vi você se recusar atender uma chamada dele.
Bem lá no fundo da minha alma, eu queria perdoar Sebastian, queria acreditar em qualquer desculpa esfarrapada que ele me desse. Ao mesmo tempo, sabia que o que ele fez não tinha perdão. Então, porque eu sinto falta dele?
— Como disse preciso de um pouco de tempo.
—Tudo bem, vai logo antes que o senhor Charles venha buscar a filhinha dele.
Desço para a portaria, Paul já que aguardava com o carro, assim pego o rumo para a casa dos meus pais.
* Oie pessoal, bem-vindos à nossa nova aventura. Não esqueçam de comentar o que estão achando da história.
Me siga no insta* @ange.pontes para spoiler e novidades.