10 de outubro de 1981: Voldemort.
Passos precisos eram dados e o som do sapato batendo no piso eram ouvidos, mas ninguém sabia o motivo daquele homem estar fazendo aquilo.
Ele ria e cantarolava uma canção trouxa, e aquilo era o mais bizarro pelo simples motivo dele odiar os trouxas e odiar o seu sangue mestiço.
Suas mãos eram rápidas para colocar engrenagens naquele relógio, um relógio tão bonito que refletia o rosto do homem que o fazia, mas nada era perfeito, nem mesmo ele ou seus subordinados.
Ele sabia que alguém o traía, mas não sabia ainda quem era a pessoa. Talvez fosse Severus, mas ele não acreditava nessa hipótese, bom, ainda não acreditava.
Era uma noite fria de outubro e o Lorde estava mais poderoso a cada dia, mas ele sabia que ele não iria durar para sempre.
Uma bruxa lhe contou o seu futuro e de primeira ele não acreditou, mas todas as coisas que aquela maldita bruxa lhe contava acontecia, por isso que ele criava o relógio e fazia suas malas. Ele não iria fugir, apenas iria desaparecer como se nunca tivesse existido.
_ Meu Lorde? - Olhou para trás e viu Yaxley, sobrinho daquela mulher que lhe ensinou o amor. _ Aquela bruxa está no seu escritório. - Falou e saiu como se nunca tivesse estado ali.
O homem para de mexer nas engrenagens e anda até o espelho que continha na sala para arrumar suas roupas que estavam desarrumadas, mas antes de sair de sua sala, ele toca no seu rosto tentando inutilmente desfazer a imagem que vinha em sua cabeça.
Ele não podia acreditar que aquele rosto jovem e angelical que lhe salvou tantas vezes, se tornaria aquele rosto horrendo e ofídico que aquela mulher lhe mostrou em uma de suas visitas, ele estava irritado e ainda mais por ter aquela mulher na casa dele, o que ela queria?
Ver a desgraça que tornou a vida dele? Eram muitas perguntas para poucas respostas, então sem delongas saiu de sua sala e foi até a mulher misteriosa.
O homem abriu a porta n***a que dava para seu escritório de cores verde e prata, muito Sonserino e até ele reconhece, mas ele era descendente de Salazar Slytherin, então ele tinha que fazer jus ao seu título de Lorde Slytherin.
_ Meu Lorde. - A mulher fez uma mesura quando o viu. _ Peço desculpas por aparecer quando o senhor está ocupado, mas temo que quando nós nos encontrarmos novamente não serei eu que irei lhe ajudar nesta árdua missão de governar o mundo.
_ Não será? - Perguntou se sentando no sofá desconfiado. _ E quem será? - Colocou sua perna apoiada no seu joelho e um de seus braços apoiava sua cabeça.
Todos podiam sentir aquele homem exalar beleza e arrogância.
Claro que iriam, ele tinha olhos vermelhos devido as suas Horcrux, sobrancelhas negras e alinhadas que pareciam duas espadas que poderia matar qualquer um; lábios meio finos e avermelhados devido ao vinho que tinha tomado; bochechas salientes e profundas.
Cabelos negros que batiam em seus ouvidos e pele tão pálida que dava para ver as veias de seus braços e pescoço. Ele era a personificação de um Deus da Mitologia Grega.
E a mulher sentada no sofá era elegante, tinha uma estatura média com um corpo magro, mas curvilíneo.
Porém, o que mais chamava a atenção naquela mulher era os cabelos cacheados e indomáveis que fazia um contraste bonito com seus olhos verdes escuros, seus lábios carnudos e rosados era um pecado para os homens e mulheres.
A mulher não havia falado seu nome ou muito menos como ela sabia do futuro, apenas que era uma apaziguante da causa e que iria ajudar de qualquer jeito.
_ Ficaremos sem o senhor por dez anos, talvez quando o senhor chegar em nossa época eu já esteja velhinha e quase morrendo. - Riu zombeteira. _Mas tenho uma filha e ela lhe ajudará no que for preciso. Apenas tenha calma e paciência com ela. - Suspirou e retornou a falar: _ Mas eu não vim aqui para isso, vim lhe entregar isto.
O homem retira a perna do joelho e pega o papel que ela colocou na mesinha de centro, e o papel tinha algo escrito nele, as palavras escritas naquele pedaço de pergaminho apenas o informava de um endereço e dois nomes.
_ O que significa isso? - Perguntou o homem enrugando suas sobrancelhas em confusão.
_ Quando o senhor for para o futuro, você não pode aparecer como o nosso Lorde, você irá precisar de tempo para sua magia se comportar novamente em seu corpo e o senhor precisa saber quem realmente são seus aliados e isso precisa de tempo e paciência. - Sorriu a mulher. _ Nesse papel contém o nome e o endereço de um casal de amigos trouxas que irá lhe receber muito bem, quando você chegar na casa deles, você irá moldar as suas memórias como quiser. - A mulher ficou esperando alguma reação do homem que estava na sua frente, mas apenas recebeu um aceno para ela continuar. _ Como bem sabe, o senhor não pode ir para o futuro com sua aparência e então você tem duas opções, a primeira é usar a poção Polissuco e a segunda opção é usar um feitiço que mude sua aparência.
_ Mas essas duas opções que você me deu tem falhas gigantescas, a poção só posso usar por uma hora e o feitiço um bruxo habilidoso poderia descobrir e revelar minha identidade quando ele quisesse. - Bebeu um pouco de vinho.
_ Sim, o senhor está certo, mas eu temo que você nunca ampliou as habilidades da poção Polissuco. - A mulher retirou do seu bolso um vidrinho e com ele mais um pergaminho, e ela os coloca na mesinha de centro. _ Isso que estou lhe dando é a poção Polissuco, mas com melhorias, essa poção fará efeito por uma semana e esse papel contém a nova fórmula desta poção que lhe entrego. E ela não precisa ser preparada durante um mês, pode ser preparada em menos de duas horas.
_ Como isso é possível? - Perguntou, pegando a poção da mesinha e a olhando.
_ Você pode perceber que a cor da poção é diferente, é um roxo brilhante e com um cheiro adocicado. E se você ler as instruções, pode perceber que mesmo eu a chamando de Poção Polissuco, ela não é preparada com os mesmos ingredientes. - Falou apontando para o pergaminho.
_ Entendo, e quem eu iria virar? - Estava admirado com a poção.
_ Esse é o problema, essa poção não é apenas diferente na cor, no cheiro ou até mesmo nos ingredientes, essa poção não precisa de um fio de cabelo ou de algum pertence da pessoa.
_ Como assim? - Bebeu o último gole de vinho que tinha em sua taça.
_ Apenas precisa que você a beba e ela fará o trabalho dela. Para resumir, a poção faz a sua aparência, você pode ser um baixinho, gordinho ou até mesmo um loiro de olhos azuis. - Explicou a mulher que bebia um pouco de vinho.
_ Então posso ser qualquer pessoa, até mesmo Dumbledore?
_ Não! - Quase gritou, mas se recompôs. _ Você apenas pode virar pessoas que já se foram, mas do mundo trouxa e essa pessoa irá desaparecer dos registros do mundo trouxa. E mesmo que você tome uma nova dose, você sempre irá virar aquela pessoa que você virou na primeira dose e antes que eu me esqueça, você irá virar um adolescente. Não posso saber a idade, mas você pode ter 11 ou até mesmo 17 anos, e é por isso que você será obrigado a ir novamente para Hogwarts. Claro que com essa nova fórmula você irá crescer e envelhecer como uma pessoa normal, mas quando o senhor parar de tomar a poção, você estará com a mesma aparência do dia que começou a ingerir a poção Polissuco.
O homem ainda estava receoso, depois de tantos anos de luta, ele iria fugir para o seu próprio bem e aquilo lhe fazia se sentir um covarde. Mesmo que tudo estivesse pronto para sua partida, ele achava que era errado sumir por tanto tempo.
_ Certo e o meu nome? E eu preciso de documentos e por que dez anos? - Perguntou duvidoso.
_ Os documentos já estão aqui comigo e irei lhe entregar, e os documentos originais estão no ministério. A inscrição de Hogwarts será providenciada mediante de sua idade.
_ Como isso será possível? - Interrompeu o Lorde.
_ No ministério tem um papel de inscrição de Hogwarts, quando o senhor ingerir a poção Polissuco em 1991, o papel vai se preencher sozinho com seus dados e será enviado para Hogwarts. A inscrição tem uma compulsão de aceitação muito forte e mesmo com as barreiras e alas de Hogwarts o papel irá entrar e Dumbledore irá lhe aceitar.
_ Entendo.
_ Nos seus documentos pessoais do ministério existe um modificador de idade e se você tiver 15 anos ele será modificado para uma data que bateria com sua idade. - Entregou um envelope volumoso para o homem. _ Como você não pode sacar dinheiro do seu cofre pessoal em Gringotts até você resolver todos os seus problemas. - Sorriu para o homem que lhe olhava sério. _ Lhe entregarei uma chave para um cofre para suas necessidades e não é um valor exorbitante, mas é o necessário para os anos que você deve ficar em Hogwarts. - Pegou a sua taça e bebeu o conteúdo dela, e deixou a taça na mesinha novamente. _ Quando você chegar, você terá apenas alguns meses para se adaptar a sua nova vida e, você se chamará Thomas Calluni. - Ele deu uma careta pelo nome. _ E dez anos é tempo o suficiente para você ficar desaparecido. - Sorriu. _ Antes que eu me esqueça, prazer meu Lorde, eu me chamo Destiny Dolohov.
_ Você mudou algumas palavras do meu nome e apenas trocou meu sobrenome, eles não vão desconfiar? - Perguntou relutante em aceitar aquele nome e deixou de lado por um tempo o sobrenome da mulher.
_ Com certeza você não vai ser o único Thomas que irá estudar em Hogwarts e é melhor eu ir, tenho um bebê para cuidar. - A mulher se levantou e fez uma última reverência e começou a caminhar para a porta.
_ E foi um prazer conhecer a mulher de um dos meus melhores Comensais, eu não sabia que ele tinha se casado e que tinha uma filha. Antes de você ir, você não me disse o nome de sua filha.
_ Para você ele é o melhor, mas para o restante do mundo ele é um dos piores. Ele não contou ao senhor porque ele queria me proteger e quando você chegar em Hogwarts você vai reconhecê-la. Até nunca mais meu Lorde. - Ela já estava abrindo a porta, mas parou. _ O futuro que vi. - Fez uma pausa. _ Foi horrível, mas vi a criança virar adulta, o i****a virar herói, o inimigo virar amigo e o Lorde virar poeira. - Sorriu triste pela última frase, ela sentia pena daquele homem em sua frente. _ Sabe o motivo que estou aqui te avisando sobre o futuro? - Negou com a cabeça. _ O motivo é simples, o mundo bruxo não vai mais existir em 2020. - Suspirou derrotada. _Vá para o futuro e tenha uma segunda chance, meu Lorde, e traga a segunda chance que o mundo bruxo precisa ter.
E depois daquelas palavras ela saiu pela porta e nunca mais voltou e o que adianta derrotar uma pessoa para ter apenas alguns anos de paz e tranquilidade, se seus filhos e netos não terão a mesma paz? Nem sempre a paz que pensávamos ser eterna, dura para sempre.