Valery estava profundamente frustrada, com aquela sensação de injustiça, que pairava sobre ela, deixando-a inquieta.
Vila havia prometido um presente de formatura que ela esperava ansiosamente para revelar o que ia pedir, cada vez que pensava nisso, a frustração crescia, o medo de dar errado.
Determinada a resolver a situação, Valery decidiu que não poderia mais esperar, ela queria ir atrás do pai e reivindicar o que ele havia prometido, correndo o risco de se prejudicar.
Afinal seu esforço e dedicação nos estudos mereciam ser recompensados, e ela estava pronta para exigir o que era seu por direito, ficando toca saidinha.
Depois de ver a irmã aprontando tanto, ela estava decidida a lutar por aquilo que lhe era devido, buscando a liberdade.
Magrinho já tinha sido avisado, de que era pra ficar de segurança dela, se aproximou sério
- Eu vou. Vai pra onde patroa?
Ela começou digitar mensagens no celular, sem o olhar
- Ver meu pai. Sabe onde ele está?
Ele subiu na moto confuso
- Sei sim.
- Eae só de boa? Cê tá bem?
Ela respondeu hostil
- Ué, agora tá afim de trocar idéia?
Ele se virou para vê-la, subindo na moto
- Não, de boa. Só achei que tivesse algum b.o rolando e que talvez, quisesse, precisasse trocar idéia.
- Cê tá toda diferente, mas isso num é da minha conta.
Ela não respondeu, foi ao encontro do pai, quando chegou, os caras começaram a virar o rosto, evitando olhar, estava vulgar bem chamativa mesmo, ela entrou na biqueira, quando Vila a viu, mandou todos saírem, perguntou o que ela queria andando como put a, daquele jeito.
Ela disse que a liberdade que a put a dá Venessa tinha, o deixou bravo enciumado, ele a mandou ir pra casa, que depois iriam conversar melhor, nem entendeu o que ela estava fazendo na verdade, além de querer chamar a atenção, não só dele, ela foi saindo brava
- Você nunca tem tempo pra mim.
Subiu na moto, mandou Magrinho descer, quando estavam saindo do morro, ela o mandou parar em um lugar específico, ia descendo acenando para um carro, ele a segurou pelo braço
- Eeeee vai pra onde?
- Não pode sair assim, tá chapando?
- Qual foi? Cê quer me ferrar?
Ela se soltou irritada
- É, eu tô. E aí?
- Vai me impedir?
Ele foi descendo da moto irritado
- Pô assim cê me quebra, Val não vai.
- Se quiser sair daqui, eu te levo, fala o que tá pegando.
- Porque tá toda brava desse jeito?
Ela não respondeu, foi em direção aos mototáxistas
- Vou pra casa!
Cancelou o uber, subiu numa garupa e voltou pra casa, ele foi atrás seguindo de moto, a viu entrar brava, voltou para o seu posto, durante o resto do dia, ela não saiu, se trancou no quarto evitando o pai, quando encerrou o turno, ele foi para casa curioso, a noite foi jogar bola na quadra, Venessa chegou primeiro com as amigas, estavam fumando um baseado ouvindo música na caixinha de som, tomando copão de chevette.
Valery estava brava por causa dos roubos, enquanto experimentava o vestido novo da formatura, viu que Venessa pegou um colar que ela usaria na formatura, ela nem esperou o pai chegar, saiu na caçada pra tirar satisfação, entrou na quadra por trás delas, quando Venessa a viu, já levou um tapa que derrubou o copo, Valery gritou com ela alterada
- Cadê o meu colar sua vaga b***a?
Venessa começou rir afrontosa
- Que colar o que crlho?
- Você tá ficando lou.ca sua filha da put a?
- Olha o que você fez!
Valery partiu para cima dela, puxando o cabelo, a arrastando para sair da quadra, Venessa se defendeu dando tapas, as duas saíram na mão, se batendo, caíram no chão rolando, as amigas de Venessa começaram tentar separar, sem querer acabaram fazendo ela ter vantagem e bater mais na irmã, Magrinho entrou no meio para ajudar, deu um empurrão em Venessa a jogando longe, ela caiu sentada.
Ficou possessa, se levantou o ameaçando, dizendo que o Jogador ia catar ele, que ela ia contar tudo, fazer a caveira dele, ele ajudou Valery levantar, ela estava com o croped rasgado quase aparecendo os seiios, ele tirou a camiseta, foi vestindo nela, retrucando Venessa
- Vai lá covarde, fala o que quiser.
- Não se garante né, vacilona do caralh, corre lá pedir ajuda.
- Só vou ter medo de mulher, do dia que trombar uma com duas buce tas.
Foram saindo da quadra, Valery ficou nervosa ainda brava, gritou que ia colocar fogo nela, se não devolvesse o colar até o dia seguinte, Magrinho foi andando perto, subindo em direção a casa dela
- Pô não queima a Venessa não, é mó ruiim o cheiro de galinha queimada.
Ela começou rir o empurrou irritada
- Sai daqui. Vai caçar o que fazer seu o****o!
- Seu turno já não acabou?
- Mete o pé.
Ele a empurrou de volta com brincadeira
- Ah vai, cala a boca o Valentona.
- Já tá toda ferrada aí, se eu quiser, desço a mão em você na próxima viela.
- Porque primeiro, que machucada você já tá.
- E segundo, sua irmã vai falar mer da pra por ra de mim.
- Se o meu primo não me manda de arrasta pra cima, seu pai manda.
- Porque família, é assim né, só quem é pode falar m*l, os de fora sempre sai de errado.
Ela foi pegando outro caminho, entrou em uma viela mais escura
- Vem, bate. Tem ranço de mim?
Encostou rindo
- Alguma vez, te tratei m*l?
- Porque parece que todo mundo me odeia em?
Ele começou rir chegando mais perto, acendeu um cigarro, parado na frente dela
- Não pô, cê é um doce. Dá até vontade de chupar, morder.
- Se pá, amanhã eu tô fora daqui, tô sentindo que vai ser uma noite insana.
- Não bebi ainda, mas fumei um beck, comecei brisar demais, umas idéias tortas.
- Se quiser soltar a voz, a hora é agora.
- Aproveita pra trocar idéia, enquanto pode.
Ela prendeu o cabelo, esticou a mão pedindo o cigarro
- Não tô afim hoje, me dá?
- As vezes, eu só queria poder ir embora daqui.
- Sair sem levar segurança ou dar satisfação.
Devolveu o cigarro
- Fazer tudo o que me desse vontade.
Saiu andando
- Pode parar de me seguir, não tenho medo de andar sozinha.
- E pode ficar bem de boa, meu pai não vai fazer nada.
- Aquela pu ta roubou o meu vestido da formatura, pra usar no aniversário dela, eu esperei meses por ele, ela estragou tudo.
- Roubou o meu colar e me machucou.
- Nem vou nessa bost a de formatura.
- Para de me seguir caramba.
Ele continuou a acompanhando
- Não, tô gostando da história, desenrola aí.
- Que formatura é essa?