Complicações & Acontecimentos

1854 Palavras
Na tarde agitada no hospital, Laura e Marília se encontraram divididas na frente do Oficial de Justiça e do Dr. Rafael, onde começaram a discutir acaloradamente sobre o recente incidente envolvendo o Dr. Rafael, que está sentado procurando o contato de seu advogado. Laura, com sua ambição inabalável, não perdeu a oportunidade de depreciar o colega médico. — Não me venha com essa, você mesma já viu o que o Dr. Rafael faz. Ele erra constantemente o diagnóstico de um paciente e prescreve o tratamento errado! Isso poderia ter sido evitado, Marília. Ele não tem a menor capacidade para lidar com casos complexos. — apontou Laura com um ar de superioridade) Marília, mais calma e compreensiva, tentou defender Rafael, apesar de saber que ele havia cometido erros graves. — Todos nós cometemos erros de vez em quando. O Dr. Rafael pode não ser perfeito, mas ele tem experiência e já ajudou muitos pacientes. Isso foi um erro isolado, e tenho certeza de que ele aprendeu com isso. — disse Marília tentando acalmar a situação. — Erro isolado ou não, isso reflete m*l em todos nós aqui. Eu não quero ser associada a um médico incompetente. Eu tenho objetivos neste hospital, e não posso permitir que alguém como o Dr. Rafael atrapalhe meu progresso. — É bem claro o que acontece aqui, vamos, irei levar todos e a Dra. Marília está intimida também. — expôs um engravatado. Dra. Marília, visivelmente chateada, tentava sair dessa situação. Contudo, a discussão entre as duas continuou, e ficou cada vez mais acalorada. Marília entendia as preocupações de Laura, mas também sabe que o Dr. Rafael era um colega dedicado, e não queria vê-lo destruído. — Eu entendo suas preocupações, mas também precisamos ser compreensivos e solidários com nossos colegas. Eu entendo que para lidar com o estresse e a sobrecarga de trabalho, ele recorreu as drogas disponíveis no hospital, eu faria diferente, mas ele também precisa de ajuda. — expôs Marília. — E quem não precisa de ajuda? — exclamou Laura. Todos no consultório lhe encararam. — Tenho malícia, astúcia e um desejo ardente de crescer na hierarquia do hospital, sempre estive disposta a fazer o que for preciso para alcançar meus objetivos e ainda mantenho boas relações com seus colegas de trabalho, sendo amigável e sociável. Mas preciso de dinheiro também, não tive o necessário para ser um médico privilegiado. Luto constantemente contra a ansiedade enquanto busco ascender em sua carreira no hospital. E se fosse eu a usuária de drogas e não ele? Não posso continuar com o mesmo salário, ou cargo, me desculpe. Com este caso, almejo entrar para a equipe de qualidade do hospital e mudar a minha vida. Lamento se ele não sabe se controlar, mas é a vida. — esclareceu Laura. O Oficial de Justiça assentiu com a cabeça. Ele aparentemente entende o lado de Laura. — Usei estimulantes para me manter acordado durante longos turnos. — revelou Dr. Rafael. O Oficial lhe encarou. — Continue... — Era uma medida temporária para garantir que todos os pacientes recebam o cuidado de que precisam. É o que eu sempre disse, quem ajuda aquele que deve ajudar? O mundo virou um inferno e nós temos que atender duzentos ou trezentos pacientes diariamente. O que me diz? — questionou Dr. Rafael. — Não é um problema meu, eu aplico a lei. Se todos nós colocarmos nossos problemas a frente, todos teríamos desculpa para fazermos o que quisermos. — pontuou o Oficial. Dra. Marília respirou fundo. — Tenho uma paciente que precisa de ajuda urgente. — ponderou. O Oficial de Justiça encarou Laura que assentiu com a cabeça. — Ela tem razão. — comentou. — Qual o diagnóstico da sua urgência? — perguntou o oficial. — Alexandra é completamente quebrada com sua ansiedade. Acompanhem o Dr. Rafael para garantir a segurança dos procedimentos, eu irei, com toda a certeza irei, mas preciso atender ao menos ela. Como a Laura arrumou esta confusão, ela mesma ira dispensar os demais pacientes e eu mesma irei lhe apoiar na equipe da qualidade do hospital. Laura assentiu, percebendo que era hora de deixar a discussão de lado e focar no cuidado com os pacientes, saía para tomar providências e lembrando-se de que, apesar de suas ambições, o cuidado com os pacientes sempre deveria estar em primeiro lugar. Dr. Rafael se viu refletindo sobre a importância da solidariedade e compaixão no ambiente hospitalar e que poderia ter resolvido o problema de outra forma. O Oficial de Justiça com um ar de deboche, claramente com a intenção de autuar o Dr. Rafael. — Parece que você é o único médico problemático aqui, não é mesmo? A justiça exige que você faça um exame toxicológico imediatamente. Não importa o que você alegue, vamos seguir com o protocolo. Dr. Rafael, desapontado com a situação, sabia que não tinha escolha. Ele concordou em fazer o exame, enquanto o os engravatados continuavam a debochar da situação também se retirando do consultório. Enquanto isso, a vida no hospital continuava com todos enfrentando desafios e buscando a melhor maneira de lidar com a própria vida. Dra. Marília chamou Alexandra para a consulta, preocupada com seu estado de ansiedade e as marcas profundas do abandono que tem. — Alexandra? Pode entrar. Nossa outra protagonista entrou de cabeça baixa. A sala estava aconchegante, mas um silêncio pesado pairava no ar. Elas se sentaram em suas poltronas, com Alexandra olhando fixamente para o chão, incapaz de encontrar coragem para encarar a médica. Dra. Marília estava pensando em seu melhor amigo, mas o problema em sua frente era grande o suficiente para chamar sua atenção. — Alexandra, estou aqui para te ajudar, você sabe disso. Mas preciso que me conte como tem se sentido ultimamente. Como a ansiedade tem afetado sua vida? — a voz de Marília era gentil, mas carregava uma pitada de preocupação. Alexandra hesitou antes de começar a falar, suas palavras saindo em um sussurro trêmulo. — É sempre a mesma coisa, tento me aproximar das pessoas, de meus amigos, de Yago, da Bárbara, mas no final... todos me abandonam. É como se eu fosse invisível, dispensável. Dra. Marília assentiu, compreendendo a dor que Alexandra sentia. — Entendo como isso pode ser difícil. Mas lembre-se de que você não está sozinha nessa jornada. Todos nós enfrentamos momentos difíceis, e a ansiedade pode ampliar esses sentimentos. Alexandra suspirou, seus olhos se enchendo de lágrimas. — Eu sei, Dra. Marília, mas agora as coisas estão ainda piores. Meus imóveis estão em queda, estou perdendo dinheiro, e parece que Yago e Bárbara... eu não sei, eles estão tão distantes ultimamente. Dra. Marília a ouviu atentamente, sua expressão refletindo empatia. — Lidar com problemas financeiros e conflitos pessoais pode ser extremamente desafiador, Alexandra. Mas lembre-se de que você é forte, e há maneiras de superar isso. Alexandra soluçou e olhou para Marília com olhos desesperados. — Eu não sei mais o que fazer, Dra. Marília. Sinto que minha vida está desmoronando, e não vejo saída. A única maneira de acabar com essa dor é... Marília a interrompeu rapidamente, com um tom firme em sua voz. — Não posso deixar que você pense assim. Você é valiosa, e há esperança. Vamos buscar ajuda, juntas, e encontrar um caminho para superar isso. A médica foi interrompida por Laura. — Já dispensei os outros, a Doutora está livre para... — ela encarou Alexandra. Ao encarar a porta entre aberta, Dra. Marília notou Dr. Rafael sendo escoltado por outro policial. "Preciso agir logo." — pensou. Completamente aleatória ao assunto principal, nossa protagonista viu as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Alexandra estava confusa com suas emoções. Contudo, Dra. Marília continuava a tentar persuadir Alexandra a buscar ajuda e não sucumbir ao desespero, mas a jovem estava inflexível em suas convicções. — Alexandra, você precisa entender que não está sozinha nessa luta. Eu vou te encaminhar para um terapeuta, alguém que pode te ajudar a enfrentar esses sentimentos — comentou Marília. Alexandra levantou-se abruptamente com os olhos faiscando de raiva. — Não quero um terapeuta, Dra. Marília! Eles não podem consertar a bagunça que é a minha vida. As palavras de Alexandra saíram com amargura. Ela se dirigiu à porta do consultório, irritada e descompensada. A médica tentou alcançá-la, mas Alexandra a interrompeu com uma expressão decidida. — Eu vou resolver isso do meu jeito. Não preciso de terapeutas ou médicos para me dizerem como lidar com a minha vida. — Calma, vamos convers... — Alexandra interrompeu sua última fala. — Adeus Dra. Marília. E com essas palavras, Alexandra saiu do consultório, com os olhos cheios de lágrimas de raiva e determinação. Ela estava determinada a enfrentar seus demônios sozinha, custasse o que custasse, e não aceitaria ajuda de ninguém, nem mesmo de uma médica bem-intencionada como Dra. Marília. Alexandra esbarrou no Oficial de Justiça durante a saída, encarou Laura e fechou a cara para Dr. Rafael. "Hoje eu resolvo tudo." — pensou. Este capítulo de intensas emoções ainda não acabou. Afinal, Bárbara está colocando um fim em sua ansiedade, colocando um ponto final em um de seus problemas. Ela se encontra em outro hospital, doando sangue para seu pai. Ela sabia que ele era homofóbico e não aceitava seus relacionamentos e orientações sexuais, mas apesar de tudo, ela ainda o amava. As agulhas e as máquinas ao seu redor criavam um ambiente sombrio, mas Bárbara estava disposta a fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para tentar fazer as pazes com ele. — Obrigado por fazer isso por seu pai... — agradeceu a mãe. — Tudo bem, eu posso lidar com isso. — respondeu Bárbara. Enquanto isso, ao mesmo momento em que Alexandra e Bárbara colocavam um fim em seus destinos, Yago estava em uma reunião do Alcoólicos Anônimos (AA) durante a tarde, para incluir mais pessoas. Ele finalmente estava enfrentando seu vício em bebida alcoólica. Ele sabia que a bebida havia destruído parte de sua vida, seus relacionamentos e até mesmo sua própria saúde, quando na última noite, ele acabou com a Tv enquanto bebia. Sentado em círculo com outras pessoas que compartilhavam histórias semelhantes, Yago sentiu o peso de suas escolhas passadas, mas também uma centelha de esperança para um futuro melhor. — Boa tarde... Me chamo Yago... E estou a nove horas sem beber. — Boa tarde! — disseram. Enquanto os caminhos de Bárbara e Yago se complicavam, por estarem enfrentando seus próprios demônios e lutando para encontrar redenção e perdão, seja através de doações de sangue ou compartilhando experiências no AA. O capítulo terminava com ambos refletindo sobre as escolhas que os levaram até aquele ponto, mas também sobre a possibilidade de um novo começo. "Tudo vai dar certo... Tudo vai dar certo... TUDO VAI DAR CERTO!" — pensou Bárbara. "Espero não decepcionar mais ninguém, não quero mais enfrentar os meus problemas bebendo." — pensou Yago. Porém, do outro lado da Grande São Paulo, outra pessoa também se complicava por estar enfrentando seus próprios demônios de maneira errada. — Eu vou pôr um fim nisso tudo. Eu vou... — sussurrou Alexandra. Ela havia acabado de sair de uma farmácia com remédios suspeitos em mãos.
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