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941 Palavras
Nicolas Acordo disposto e cedo no dia seguinte, encontrando um céu escuro, prometendo mais chuva e após tomar uma ducha rápida, ponho uma roupa a vontade e vou para a academia que tem aqui no hotel. Malho por pelo menos duas horas, e só quando o meu corpo reclama a exaustão, volto para o meu quarto. Após um banho quente e demorado, separo uma camisa de mangas longas, um suéter de lã branca, uma calça jeans preta e um sobretudo azul marinho. Visto tudo e calço os sapatos. Para finalizar, arrumo meu cabelo e vou para a sala, onde um carrinho com um farto café da manhã já me espera. Opto por comer um croissant com café preto bem quente e minutos depois, pego as minhas chaves e a carteira no aparador, na entrada do hall e finalmente vou conhecer a minha filial Photos'techc & Cia. *** Caminho pelos corredores do meu mais novo xodó, a minha nova empresa e orgulhoso, fito os quatro cantos, cada parede decorada com as imagens que escolhi a dedo e faço um lembrete mental para agradecer a tia Ana pelo excelente trabalho de decoração. Ansioso, me aproximo da recepção e observo Aretuza atrás do balcão. Ela é realmente uma garota muito linda! Uma morena de olhos verdes com o corpo cheio de curvas e seus cabelos longos e escuros estão soltos, dando-lhe um ar exuberante. Assim que ver ela abre um sorriso profissional que retribuo sem titubear. — Bom dia, Nick! Como foi de viagem? — inquire assim que me aproximo do balcão. Conheço Aretuza Sanders desde a faculdade. Sim, estudamos artes e fotografia juntos e depois da formatura ela se casou e veio morar aqui em Londres com seu marido que é dono de uma rede de limusines de luxo. Quando lhe contei que montaria essa empresa aqui ela ficou estupidamente animada com a ideia e não medi distância em lhe convidar para administrá-la ao meu lado. E como vocês podem comprovar, ela não pensou duas vezes em aceitar. — Foi tranquila. Na verdade, dormir quase que a viagem inteira. Cheguei aqui de madrugada e confesso que estou ansioso para começar meu primeiro trabalho. — Seu sorriso se amplia e ela me acompanha até o estúdio que agora está completamente vazio. Suspiro audivelmente observando o lugar amplo demais. — Temos muito o que fazer essa semana. — Ela diz, porém, continuo maravilhado, fitando o meu sonho se realizando bem diante dos meus olhos. — Fechei um contrato com uma agência de modelos e mais um com uma agência de carros esportivos. Ambas as empresas estão loucas para iniciar as sessões de fotos o quanto antes. — Sorrio e giro nos meus próprios calcanhares, para fitá-la. — Mas, isso é maravilhoso! — sibilo com empolgação. — Com você trabalhando a todo vapor, iremos longe! E, por falar em trabalho, conseguiu uma equipe pra mim? — Sim. Só falta você analisar os trabalhos deles. Consegui três fotógrafos experientes e cada um deles trouxeram seus assistentes e, também consegui uma assistente para você. — Ela me aponta um dedo em riste e eu arqueio as sobrancelhas para tamanha competência. Contudo, ela faz um som engraçado com a boca. — O problema é que ela nunca trabalhou na vida, é o seu primeiro emprego então, você terá que ensiná-la tudo do zero. — Ela? — Franzo o cenho. Ela meneia a cabeça. — Exatamente! O nome é Jéssica Schmidt. — Espero que ela aprenda rápido, Tuza, não tenho muita paciência pra gente lerda — ralho e mais uma vez ela assente. — Enfim, vãos trabalhar! — Bato palmas para a minha empolgação e vamos para o meu escritório. Após deixar tudo pronto em cima da minha mesa, Tuza volta para seu posto na recepção e eu começo a separar alguns materiais para ir ao haras. Não demora e algumas pessoas já começam a chegar no estúdio. Algumas modelos e fotógrafos como a minha amiga havia me falado, e como um bom profissional, começo a observar seus trabalhos, enquanto manuseio algumas lentes que irei precisar. — Nicolas? — Ouço a voz de Aretuza atrás de mim minutos depois de ter saído do estúdio e estranho não me chamar pelo apelido como sempre faz. Olho em sua direção e percebo uma garota ao seu lado. Provavelmente a assistente que havia me falado. A moça parece um tanto acanhada, ou nervosa. Aretuza se afasta e só então posso vê-la por inteiro. Jovem e linda, porém, aparenta ser jovem demais para esse trabalho. Após uma apresentação rápida, a menina me estende uma mão, e não sei o porquê, mas ajo de maneira rude não retribuindo o seu cumprimento. Minha amiga se afasta e ficamos apenas ela e eu, e estupidamente lhe dou as costas para continuar o que estava fazendo. — Em alguns minutos terei que ir para um haras, preciso ver como será o trabalho por lá, mas, antes, vou separar alguns materiais e quero que preste bastante atenção, porque quando voltarmos de lá, é você quem vai separá-los e guardá-los corretamente na bolsa. Entendeu? — digo sem ao menos olhá-la. Ela se aproxima, para ao meu lado e assente com a cabeça. — Entendeu? — repito a pergunta, agora com um tom mais firme. — Sim, senhor Nicolas — responde com um tom baixo, porém, firme e me olhando direto nos olhos. — Quando eu estiver te ensinando alguma coisa quero que me responda para que eu tenha certeza de que aprendeu. Nada de sim ou não com a cabeça. — A maneira ríspida que falo com ela surpreende a mim mesmo, porque eu não sou assim com ninguém. .
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