Thalita
Acordo com os raios de sol invadindo o meu quarto, olho para janela ao lado da minha cama e vejo um céu azul e sem nuvens, me sento na cama e Amora desperta com os meus movimentos, desço da cama e esfrego meu rosto para despertar melhor, vou até a janela, o dia está lindo lá fora, sinto um sorriso de satisfação se abrir em meu rosto, olho para Amora que abana seu r**o de felicidade para mim.
__ Que tal um passeio hã? O dia está lindo!__ Ela late em resposta, sigo para o banheiro e tomo um banho quente e demorado, a ando termino eu seco os meus cabelos e ponho uma roupa quentinha, apesar do sol comparecer o dia está pouco frio, desço as escadas e vou direto para cozinha, Kênia não está lá, mas vejo a mesa do café da manhã já posta e sobre a mesa há um papel branco com alguma coisa escrita nele, pego o papel sobre a mesa de madeira e leio.
" Tive que ir ao supermercado querida, volto em uma hora.
Ps. Coma alguma coisa! Te adoro.
K.
Sorrio, Kênia é como a mãe que eu nunca tive, todo esse cuidado, todo esse carinho, a atenção e preocupação comigo.
O fato de ter me acolhido em sua casa sem ao menos me conhecer. Eu a amo como se realmente fosse a minha mãe, respiro fundo, ponho o papel de volta sobre a mesa e me sirvo de um café quente, pego algumas torradas e passo o creme de queijo delicioso que só a Kênia sabe fazer, Amora está debruçada sobre seu prato comendo a sua ração, termino o meu café e lavo a louça deixando a cozinha arrumada, depois seco e guardo em seus devidos lugares, chamo Amora que corre em minha direção e saímos juntas de casa.
Ando pela calçada enquanto a cachorrinha me acompanha de perto, em poucos minutos chegamos a uma praça linda de paisagismo moderno , há muitas pessoas correndo pela calçada, praticando algum tipo de exercício, sentados conversando, deitados relaxando ou lendo algum livro, Amora corre de um lado para o outro, ela está feliz, eu a observo enquanto caminho pela praça com as mãos nos bolsos do casaco, me sento em um banco debaixo de uma árvore, puxo meu casaco rente ao peito para me aquecer melhor, fico ali observando o ambiente verdejante, cheio de árvores frondosas e um play graund onde as crianças se divertem me chama a atenção, me faz lembrar dos momentos de brincadeiras no orfanato, os poucos momentos mais divertidos da minha infância, Amora se cansa de correr e fica perto de mim ao lado do banco, minutos depois coloco minhas mãos de volta nos bolsos e me levanto, ando mais um pouco pela praça, observo Amora, ela está latindo feliz e abana o r**o eufórica, rio para sua alegria, me agacho e acaricio o seu pelo dourado com algumas rajadas pretas, ela lambe o meu rosto, brincamos um pouco juntas e uma hora depois estamos voltando para casa.
Quando entramos em casa Amora corre para o seu prato e bebe bastante água, depois deita no tapete felpudo cinza claro que há no centro da sala, acho que ela se cansou da nossa pequena farra.
Kênia já está em casa, eu a ajudo com o almoço e vou para o meu quarto em seguida, pego o livro de artes que está sobre a mesa de cabeceira e leio sentada em minha cama, algumas horas depois ouço algumas batidas na porta e Kênia entra animada.
__ Vamos almoçar? Está tudo pronto e bem quentinho...
__ Certo, eu desço em dois minutos.__ Aviso e ela sorrir assentindo saindo logo em seguida.
Tomo uma ducha rápida, troco de roupa, prendo meus cabelos em um r**o de cavalo e saio do meu quarto.
Quando chego ao topo da escada escuto vozes animadas vindas da cozinha, respiro fundo e desço as escadas bem devagar. Não sou uma pessoa anti social, mas não tenho muita facilidade em fazer amigos, iniciar uma boa conversa, sempre fui assim tímida e reclusa... eu acho... pelo menos desde que me entendo por gente, já que em meus sonhos - se é que posso chamar de sonhos.- eu sou a garotinha alegre e extrovertida.
Quando chego a porta da cozinha vejo o senhor Richard e sua família sentados a mesa, uma mulher morena de cabelos curtos magra e alta, ela aparenta ter uns quarenta anos, um jovem de pelo menos quinze anos e uma moça que deve ter minha idade eu acho.
Me sinto constrangida a seguir até a cozinha, Kênia me ver e me encoraja a sentar na mesa.
__ Querida, essa é Valkiria, esposa do meu irmão Richard e esses são Kaio e kiara seus filhos.
Após as apresentações estamos todos a mesa e todos falam ao mesmo tempo, eu me limito a olhar para o meu prato e comer em silêncio.
__ Quantos anos você tem Jéssica?__ Levanto os meus olhos e vejo dona Valkiria sorridente aguardando a minha resposta.
__ Acabei de fazer vinte, a duas semanas atrás, dias antes de sair do orfanato.__ Respondo e volto a olhar para o meu prato.
__ Nós temos a mesma idade!__Kiara fala entusiasmada e eu acabo tendo a certeza das minhas suspeitas.__ Podíamos ser grandes amigas, você quase não sai , não conversa com ninguém, nós podíamos fazer algumas coisas juntas.__ Ela sugere e mais a vez eu assinto, dando um sorriso amigável.
__ Não pretende voltar a estudar Jéssica?
É uma boa pergunta, nem eu mesma sei a resposta, as vezes eu acho que sim e as vezes acho que não.
__ Não sei ainda...__ Respondo evasiva para Richard.
__ Pois devia.__ Richard fala.__ Você ainda é muito jovem, pode ir para a faculdade e ter uma profissão.__ Dou de ombros.
__ Não tenho ideia do que fazer exatamente, como escolher o melhor pra mim.
__ A Kiara pode te ajudar nisso filha.__ Kênia fala e eu olho para Kiara com confirma alegrimente com a cabeça.
__ Pode ser, tenho certeza de que vou gostar muito.
E aí está mais um sorriso.
A campainha toca e Kênia sai da sua cadeira e vai atender a porta, escuto a voz de Aretuza a gerente da empresa onde trabalho que logo aparece em meu campo de visão.
Fico surpresa ao saber que Aretuza é sobrinha de Kênia e de Richard, todos na mesa a cumprimentam com alegria, ela se senta de frente para Kênia, se serve e me olha especulativa.
__ Está gostando do trabalho Jéssica?__ Assinto.
__ É interessante, estou aprendendo muito...__ Respondo evasiva.
__ Que bom! Espero que consiga passar por esse período de experiência, tia Kênia me falou que você precisa muito desse emprego.__ Eu assinto mais uma vez.