Thalia narrando Ter a minha mãe ali comigo de novo, do meu lado… foi como se o ar tivesse voltado pro meu pulmão depois de anos presa debaixo d’água. Ela era minha paz. Meu refúgio. Minha raiz. Era no abraço dela que eu sempre soube que tudo ia ficar bem, mesmo quando tudo parecia perdido. E ver ela entrar naquele quarto, me encontrar viva, respirar o mesmo ar que eu, depois de tudo que a gente passou… foi a cena mais bonita que eu já vivi. Eu chorei. Ela chorou. E naquele choro, naquele abraço apertado entre duas mulheres despedaçadas, teve alívio, teve dor, teve libertação. Eu me arrisquei, sim. Gritei. Fui pra cima. Pedi socorro. E fiz isso por nós duas. Porque eu não aguentava mais viver em silêncio, sufocada, me encolhendo dentro de casa, como se o medo fosse minha única companhia

