Capítulo 18

1471 Palavras

Bárbara narrando O clima no quarto estava denso. Quente. Espesso. Eu sentia cada partícula do ar entrando com esforço pelos meus pulmões, como se respirar perto do Muralha exigisse mais do que simples força física. O olhar dele me atravessava com uma potência absurda. Não era doce, nem agressivo. Era firme. Firme de um jeito que me deixava exposta. Que me deixava sem saber o que fazer com as mãos, com o corpo, com os pensamentos. Era como se ele me despisse com os olhos e, ao mesmo tempo, me vestisse com proteção. Era como se aquele homem que até ontem eu só conhecia de vista, agora fosse o único lugar seguro do mundo. E é estranho dizer isso. Porque não fazia sentido algum, mas era assim que eu me sentia ali. Quando o médico colocou meu ombro no lugar, eu mordi a língua com força. O e

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