Capítulo 17

1909 Palavras

Muralha narrando No caminho pra casa, ela acabou apagando. E ali, enquanto eu dirigia com a mão firme no volante e o olhar cortando a madrugada, a única coisa que eu pensava era que eu não ia deixá-la naquela favela. Não depois do que aconteceu. Não daquele jeito. Eu precisava entender o que ela tava fazendo ali, o que ela tava escondendo, o porquê de ter se envolvido com aquilo tudo. E mais do que isso — eu precisava cuidar dela. Eu precisava garantir que ela fosse tratada. Não queria papo de hospital. Beleza. Mas examinada ela ia ser. Eu daria um jeito. Quando entrei no condomínio, destravei o portão e segui direto pra garagem, descendo devagar. Olhei pro lado. Ela seguia ali, largada no banco do carona, o rosto machucado, a respiração pesada, o corpo claramente exausto, abatido. Eu

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR