Capítulo 126

1875 Palavras

Mara narrando ( mãe do muralha) Levei um tapa do meu próprio filho. Do Diego. A minha cria, meu sangue. E não foi só a mão no meu rosto — foi uma afronta ao que eu sou, ao que eu construí, ao nome que eu ergui tijolo por tijolo do lado do meu coroa. Fiquei cega. Não de tristeza. De ódio. Ódio desse teatro de favelada que agora acha que dita regra na minha casa; ódio desse papo de “direito” de bastarda; ódio de ver o patrimônio que eu defendi a vida inteira ser colocado em julgamento por gente que não sabe a diferença entre governar e sobreviver. Eu nunca fui conformada. Ainda adolescente, eu decidi que não ia morrer no beco. Eu queria mais. Eu não ia terminar a minha vida na favela, eu me negava a aceitar essa realidade, eu não podia aceitar isso, eu não me conformava com o pouco, nunca

Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR