O dia começou como o habitual, a luz do sol ultrapassou as cortinas finas do quarto, deixou o cômodo quente e acolhedor para o raposinho que estava dormindo como anjo cama fofinha.
Ele rodou o corpo pela cama e ficou de barriga para baixo no colchão, abriu os olhos devagar para acostumar-se com a luminosidade que estava fazendo no quarto, abriu a boca e bocejou soltando um barulho alto, com a expectativa de tirar o sono que ainda estava no corpo dele.
Piscou algumas vezes e virou o corpo para ficar de barriga para cima, esforçou-se para ficar sentado na cama e levou o olhar para a parede à frente dele, vendo que tinha acordado trinta minutos mais cedo que o horário normal, sentiu-se contente pelo acontecido histórico e sorriu quadrado.
Espreguiçou-se e tirou o resto do soninho que estava ainda presencia-se no corpo, tirou o lençol das pernas e saiu da cama, ficando em pé ao lado dela, o raposinho caminhou até a janela do quarto e respirou fundo, não estava com muita dorzinha, como havia passado dois dias do cio, ele começou a ficar mais leve, porém, não passou totalmente.
O dia estava ensolarado e isso afetava o emocional do ômega, que estava animado com os passarinhos fazendo barulhos e os vizinhos andando de bicicleta no tempo bom que estava fazendo.
Saiu da janela e foi até a porta do quarto, girou a maçaneta e abriu a porta, caminhou para fora do quarto e seguiu com calma pelo corredor da casa que estava silenciosa, o esquilinho e o cachorrinho ainda não tinham acordado. Desceu as escadas com leveza e foi diretamente para a cozinha, indo para a geladeira e abrindo ela, pegou a garrafa de leite, colocou ela em cima da bancada, fechou a porta da geladeira, caminhou até o armário e na parte de cima, pegou uma tigela vermelha, fechou a porta do armário e colocou o utensílio na bancada, foi até a gaveta e abriu pegando uma colher, fechou a gaveta e caminhou para a bancada novamente.
Sentou no banco que tinha na bancada e abriu a tampa da garrafa, colocando o líquido branco na tigela, pegou o cereal que tinha em um pote na bancada e abriu a tampa dele, colocou o conteúdo na tigela e fechou a tampa novamente, pegou a colher, mexeu aquela papa que formou-se e quando colocaria na boca, observou o esquilinho aparecer na entrada da cozinha, não deixou de comer e sorrir fechado para cair a comida da boca.
— Bom dia! — disse o esquilinho sonolento, caminhou até a geladeira.
— Oi! — pronunciou o esquilinho depois de engolir a comida. — O que vai ter hoje mesmo?
— Nada de especial! — respondeu o esquilinho sem interesse, pegou uma garrafa de água e abriu ela. — A não ser o treino de futebol americano do Jungkook!
Era isso que o raposinho queria lembrar, o treino de futebol americano, nunca tinha ido em um treino no time de futebol da universidade, não porque não tinha tempo mas sim por não ter interesse nenhum sobre, porém, Jungkook estaria lá e isso deixou o ômega curioso, queria saber como era o coelhinho naquele traje apertado de jogador.
— No que você pensa tanto? — perguntou o esquilinho com aquela feição safada.
— Nada não! — respondeu rápido para não levantar suspeitas do pensamento errado que estava tendo.
— Seu raposo safado! — enfatizou brincalhão olhando para o raposo que tinha os olhos arregalados, o rosto pálido e a boca cheia de comida. — Estava pensando no Jungkook com aquele traje apertado de jogador!
— Como você sabe? — questionou depois de um tempo parado por não acreditar na cabeça suja do amigo.
— Todo mundo já pensou nisso Taehyung! — disse óbvio para o raposinho que deu risada alta, olhou para onde o amigo estava olhando e viu o cachorrinho. — Bom dia!
— Bom dia! — respondeu o cachorrinho sorridente. — O que tanto dão risadas?
— Do Taehyung sendo safado pela segunda vez da vida dele! — disse o esquilinho intercalando o olhar entre o cachorrinho e o raposinho! — Vamos tomar café para ir pra faculdade logo!
O raposinho esforçou-se para tomar o cereal mais rápido que o normal, mesmo estando adiantado no horário de ir para a universidade, queria um lugar bom na arquibancada para ver o coelhinho treinando.
Terminou a comida em cinco minutos, levantou do banco e foi até a pia, deixando o que sujou lá dentro, seguiu para fora da cozinha e subiu as escadas da casa, caminhando pelo corredor e virando para entrar no quarto.
Dentro do quarto, o raposinho seguiu para o guarda roupa, abriu as portas e olhou atento para cada peça de roupa que tinha, era tantas mas por algum motivo não conseguia escolher naquele momento, pensou bastante em que peça usar, nada muito chamativo mas nada muito simples, respirou fundo e depois de longos minutos, passando a mão em casa calça e blusa, olhando o tecido e a estampa, optou por uma calça moletom preta, camisa branca e um casaco marrom claro.
Tinha tomado banho na noite passada, então, optou apenas por se trocar, tirou a bermuda que estava usando e pegou a calça colocando, caminhou até o espelho e observou a imagem do corpo bem definido, não era muito magro, tinha um buchinho mas gostava dele ali, era o resultado satisfatório de muitas casquinhas de chocolate recheada do McDonald's; o raposinho sorrio e voltou para o guarda roupa, pegou a camiseta e pôs, depois o casaco e arrumou todas as peças certinho no corpo.
Caminhou para o banheiro que tinha no quarto, levou a mão para o interupitor e ligou a luz, ficou de frente para o espelho e olhou o rosto não tão inchado, porém, com babá no canto da boca e o cabelo embaraçado. Abriu a torneira e desceu o rosto para perto da pia, com cuidado para não molhar a roupa, molhou todo o rosto e esfregou para tirar todos os resíduos de uma noite de sono boa.
Quando terminou, fechou a torneira, pegou a toalha e secou o rosto, voltou a olhar o espelho e ficou mais satisfeito com o que estava vendo, abriu o mini armário embutido na parede e pegou o creme de rosto, passou um pouco na mão, esfregou e massageou a face com o hidratante, pegou a escova de dente e a pasta, abriu o conteúdo, pois um pouco na escova, fechou e colocou no lugar, abriu a torneira e molhou a escova, pondo na boca e limpando os dentes, após terminar, lavou a escova e colocou no lugar, pegou o batom vermelho clarinho e passou no lábio para tirar a cor pálida.
— Passa bastante perfume! — avisou o esquilinho que entrou no quarto do raposinho, junto ao cachorrinho.
— Fica do nossa lado e caso aconteça alguma coisa, grite! — pronunciou o cachorrinho que sentou na cama junto ao esquilinho. — Escutou Tae, o Jungkook não vai está o dia todo com você!
— Antes de Jungkook existir na minha vida… — disse o raposinho em um tom baixo, saiu do banheiro e parou na frente dos dois amigos. — Eu tinha que me virar sozinho com alfas pervertidos!
Seguiu para a escrivaninha que tinha e pegou o perfume, tirou a tampa e apertou para sair o conteúdo em vários borrifos pelo corpo.
— RÁPIDO! UM DOIS! — exclamou o treinador alfa sério para todos
Os jogadores estavam correndo que nem loucos pelo gramado verdinho do campo enorme de futebol americano, era nesse lugar que os grandes jogos, contra outras universidades aconteciam.
O coelhinho era o atacante principal, ele tinha a responsabilidade de correr até o final do gramado e fazer o gol, por isso, o treinador pegou tão pesado com o alfa de físico tão bonito. Suava horrores, o uniforme já era colado mas com o suor que escorria pela testa e passava pela nuca, deixava o tecido ainda mais apertado no corpo, mostrando as coxas grossas e o abdômen com gominhos bem feitos.
— VOCÊS ESTÃO ÓTIMOS ASSIM! — exclamou o treinador alfa animado com a performance que os jogadores dele fez. — EU SÓ PRECISO QUE VOCÊS…
— Senhor treinador, podemos conversar com o diretor sobre o campeonato de futebol americano com as outras universidades? — perguntou a ômega tranquila que mantinha uma feição séria.
O coelhinho observou o treinador sair de perto do grupo e seguiu para perto da senhora de cabelo castanho longo, ela era Seulgi, a organizadora do campeonato mais importante para todos as universidades, ela que convidava os melhores times das melhores universidades para participar dos grandes jogos.
Estava ansioso para saber o que a senhora queria com o treinador, no ano passado eles tiveram a visita dela e foram convidados para participar do campeonato, a universidade de Seul chegou na final, porém, perdeu para Yale. Essa derrota foi frustrante para o time de futebol americano da universidade, mas eles queriam mais uma oportunidade para mostrar o quão bons são, principalmente o coelhinho que virou líder do time.
— O que você acha que é Jungkook? — perguntou um dos jogadores alfa olhando o líder do time.
— Ela vai nos colocar no campeonato! — respondeu o coelhinho orgulhoso. — Nós vamos vender da Yale mas agora no nosso país!
Os jogadores sorriram e sentiram-se bem, olharam para o líder do time que tirou o capacete e virou para a arquibancada, os alfas do lugar ficarão atiçados com o cheiro que o ômega sentado estava soltando, era mel.
— Quem é ele? — questionou um dos jogadores lambendo o lábio e caminhando para perto da arquibancada, porém, foi parado pelo coelhinho. — Que isso Jk, deixa eu provar rapidinho do pequeno ali e já volto!
— O pequeno ali é meu ômega! — respondeu olhando no fundo dos olhos do outro alfa que levantou a sobrancelha e soltou uma risada. — Para de olhar para ele!
Observou o alfa afastar-se e respirou fundo, o coelhinho olhou para o beta que concordou e caminhou até o jogador atiçado, pegou o braço do garoto e obrigou ele sair do campo o mais rápido possível, o coelhinho negou e olhou para os outros jogadores normais, ainda existia alfas que não tinha controle próprio.
Sem pensar duas vezes, correu para perto da arquibancada com o capacete no braço, quando chegou perto do muro que dividia os dois lugares, parou e deixou o capacete no gramado, olhou para o ômega que estava com os garoto e sorriu bobo com o sorriso quadrado dele.
Estava enfeitiçado na imagem do coelhinho, ele simplesmente estava lindo e extremamente gostoso todo suado, realmente, o esquilinho estava certo o tempo todo. Não conseguiu conter o sorriso quando o alfa chegou perto da arquibancada e nem percebeu o cheiro que soltava pela excitação que estava começando a sentir por conta do cio.
— Vem aqui! — disse o coelhinho chamando o raposinho com a mão, esperou ele chegar perto do muro meio alto. — Senta que eu vou te pegar!
— Eu vou cair! — disse o raposinho odiando a ideia que o alfa deu, porém, sentou no muro e sentiu a mão do coelhinho na cintura dele e o pegou. — O futebol está te fazendo bem!
Apertou o ombro do coelhinho e fez o alfa rir, sentiu ser posto no chão e olhou para os amigos sentados na arquibancada.
— Coisa chata! — reclamou o gatinho desinteressado. — Vocês são insuportavelmente apaixonados!
— Nós éramos assim antes de sermos noivos! — pronunciou o cachorrinho risonho para o namorado que concordou com a feição fechada. — Não liga para esse gatinho mau humorado!
Estava divertindo-se bastante com o humor do gatinho, gostava de encher o saco do bichano para ele ficar irritado e perde a paciência, porém, o coelhinho não precisou fazer nada para ver o gatinho de pelos negros irritadinho. Sentiu o ombro ser cutucado pelo dedo do raposinho e não demorou para olhar o ômega que estava com o rosto corado e uma feição manhosa, foi naquele momento que o coelhinho lembrou do bendito cio.
Sentiu a barriguinha dar pontadas leves quando chegou no campo, com os minutos passando rápido, não demorou para o raposinho ficar incomodado com a ereção que formou-se e a excitação que estava vindo aos poucos. Não queria levantar suspeitas para os outros amigos, eles não conseguiam sentir o cheiro forte de mel do ômega mas podiam perceber o comportamento diferente da parte do raposinho, e os jogadores que estava presente no campo, não tinha olhos para outro ômega a não ser o raposinho.
— Pessoal já voltamos! — disse o coelhinho apressado, pegou no pulso do raposinho e caminhou rápido para o vestiário, virou o rosto para ele. — Por que veio hoje?
— Não podia faltar… — respondeu o raposinho incomodado com a dorzinha que estava sentindo, passou pela entrada do vestiário e parou apertando a perna uma na outra. — Eu tomava o remédio, não tinha o porque marca meu cio na papelada!
A universidade tinha uma papelada feita especialmente para os ômegas, nos papéis eles podiam colocar a data do cio deles para nesses sete dias, não comparecerem no lugar cheio de alfa, evitava perigos. Porém, o raposinho tomava o remedinho dele, não tinha motivo para assinar aquela papelada, mas, naquele momento, que estava tendo a possibilidade de passar o cio dele com o coelhinho, esqueceu totalmente que estava chamando atenção com o cheiro forte de mel.
— Vamos ter que resolver isso aqui! — comentou olhando para o raposinho, parou no meio do vestiário grande e respirou fundo. — Mas ninguém pode escutar!