A Casa de Zack

1025 Palavras
A nossa sessão estava marcada para amanhã, mas antes disso, Zack me mandou uma mensagem me convidando para ir até a sua casa. Ele sugeriu que comêssemos algo ou assistíssemos a um filme. Eu aceitei, e logo fui para casa me arrumar. O nervosismo de me encontrar com ele de novo misturava-se com a excitação, como se minha vida estivesse entrando em uma espécie de enredo que eu não conseguia mais controlar. Assim que terminei, ouvi o som da buzina do carro de Zack na frente da minha casa. Abri a porta e entrei rapidamente no carro. A viagem até a casa dele parecia longa, e eu não sabia bem o que esperar. Ele era sempre tão misterioso, mas também tão encantador, e tudo o que eu queria era passar mais tempo com ele, descobrir mais sobre quem ele realmente era. Quando chegamos à sua casa, fiquei sem palavras. O portão imenso parecia de um filme de época, com seus detalhes dourados e aquele ar imponente. Quando o carro entrou, a vista me deixou ainda mais impressionada. O terreno era vasto, com várias árvores que pareciam contar histórias de séculos e um jardim exuberante, todo alinhado e perfeitamente cuidado. O tipo de lugar que se vê apenas nos filmes. A casa de Zack era algo surreal. Não parecia uma casa normal; parecia um castelo. Imponente, com as paredes em tons claros, detalhes arquitetônicos incríveis e enormes janelas que refletiam a luz da lua, dando-lhe um brilho quase etéreo. Nunca imaginei que alguém tão jovem e aparentemente moderno vivesse em um lugar assim. Fomos recebidos pelo seu empregado. Ele parecia... estranho, para ser honesta. Sua afeição era sombria, como se nunca tivesse dormido ou estivesse sempre perdido em seus próprios pensamentos. Um sorriso curto, mas sem emoção, foi tudo o que ele me deu. "Boa noite, senhora", ele disse com uma voz monótona. Eu sorri de volta, mas não pude deixar de sentir um arrepio. Como se ele me visse, mas ao mesmo tempo me ignorasse. Zack me guiou para dentro da casa, e eu não conseguia desviar o olhar da escada imensa que levava ao segundo andar. Era como aquelas escadas de filmes de baile, com uma balaustrada de ferro trabalhado e degraus largos que pareciam me convidar a subir. A casa era cheia de contrastes entre o antigo e o moderno, um lugar que parecia guardado no tempo, mas que, ao mesmo tempo, parecia viver na atualidade. Apesar de ter empregados, Zack insistiu em fazer a comida ele mesmo. Ele sempre me surpreendia com esse tipo de gesto. Ele parecia gostar de ser autossuficiente, e algo me dizia que não era apenas uma questão de querer agradar, mas de algum tipo de necessidade pessoal. Fizemos a refeição juntos, e eu, tentando me sentir confortável, observava tudo ao redor. Mas o que me chamou mais atenção foi o olhar do empregado. Ele ficava me observando, mas de longe, como se quisesse me dizer algo, mas não ousava. Seus olhos eram sempre voltados para mim, e mesmo quando ele não olhava diretamente, eu sentia sua presença me perseguir pelos cantos. Isso me deixou inquieta. Como se ele estivesse me estudando ou até mesmo me reconhecendo, mas ao mesmo tempo, fazendo o possível para evitar qualquer tipo de conversa. "Será que eu passei alguma impressão errada?" eu pensei, mas logo desviei a atenção para Zack, que estava ao meu lado, concentrado na comida. Algo naquela casa, no entanto, estava me deixando cada vez mais tensa. Como se não fosse apenas Zack e sua casa que estivessem escondendo algo. O empregado de Zack não era particularmente bonito, mas tinha uma beleza comum, talvez até agradável, se não fosse pela pele excessivamente pálida. Isso me chamou atenção. Ele parecia não pegar sol nunca. A não ser que ele tivesse algum tipo de problema de pele, mas até isso me parecia estranho demais. "Ele não pega sol, é?", perguntei a mim mesma, tentando suavizar o pensamento. A noite passou com mais alguns minutos de conversa, Zack parecia cada vez mais distante, o que me fez sentir como se estivesse faltando algo entre nós. Como se ele estivesse em algum outro lugar, com sua mente focada em algo que ele não queria dividir. Ele falava sobre seu trabalho, mas seus olhos estavam em outro lugar. Eu, por outro lado, tentei mudar o assunto várias vezes, focando mais em mim mesma e tentando entender mais sobre ele e seu mundo. Mas ele parecia sempre se esquivar, desviando a conversa para temas mais superficiais, como filmes e livros que ele gostava. Isso me fez pensar ainda mais sobre ele, sobre o que ele estava escondendo. Mas, por algum motivo, ele não queria me contar. Depois do jantar, Zack sugeriu que fôssemos até a sala de estar para assistir um filme, mas uma sensação inquietante me tomou. Eu olhei para o empregado que estava à distância, observando-nos. Algo me dizia que aquela casa, por mais encantadora que fosse, escondia algo sombrio. Mas eu não sabia o quê. E Zack... ele parecia ser a chave, mas ele estava sempre com um muro de distância, uma parede invisível entre nós. "Então, que tal?" Zack perguntou com um sorriso enigmático. "Quer assistir algo, ou prefere dar um passeio? Eu moro aqui há muito tempo, mas às vezes o ar aqui fora faz bem para a mente." Eu olhei para ele, tentando decifrar se ele estava apenas tentando ser educado ou se havia algo mais. A noite estava fria, e o céu estava limpo, com estrelas brilhando no horizonte. Eu pensei por um momento e, por mais que algo me pedisse para sair dali, algo em Zack ainda me atraía, me fazia querer ficar. Eu me levantei, segui Zack até a porta que dava para o lado de fora, e juntos fomos dar uma volta. A casa parecia mais encantadora à noite, mas eu ainda sentia o olhar constante de seu empregado me observando à distância. Não sabia se ele estava apenas cumprindo seu papel ou se havia algo de mais naquela história, mas uma coisa eu sabia: minha vida nunca mais seria a mesma depois daquela noite.
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