ELLEN
Nunca um nome tão peculiar chega até mim por nada, ninguém e inocente, muito menos me arrependo do que faço ou escrevo, então, quando lancei a primeira resenha de William Keller, eu estava com raiva e ranço dele.
Mas só um pouco.
O suficiente para dizer que ele era um machista e logo o pior tipo de homem na cidade, tem alguns termos de baixo calão direcionados a ele, como egoísta e logo altruísta.
Ele era um cavalo de troia.
Um enorme e colossal cavalo de troia que me derrubou com tudo aquilo.
Na verdade, ele era diferente, mas um diferente r**m e que deixava ele como um crápula.
Eu suspiro fundo, enquanto sinto meus pés me matarem e enquanto levo uma dura tremenda do embuste do meu chefe, graças a minha crise temperamental depois de 40 minutos com o princeso e a matéria na coluna.
O número de visualização da coluna cresceu muito, mas, sobre ele, a foto anexada, as mulheres são sempre safadas demais, foram comentários de alto nível e baixo nível em relação a figura de William Keller, claro, sobre o pôster, com altas críticas sobre o termo machista empregado a imagem do poderoso princeso de cueca.
Fora isso, bem, eu levava um esporão do chefe.
Eu odiava levar bronca.
- Não podia ter feito aquilo Ellen, você, praticamente, estragou tudo!
- Você queria visualização e alcance, você conseguiu, só não foi a pauta que o senhor pediu - Seguro o copo com a vitamina e mais uma vez sinto o sapato me incomodar.
Droga.
Eu estava com um maldito salto alto preto, quando você vai em uma reunião você tem que fazer a culta, mulher de negócios, porque em pleno século 21 e isso que garante a participação da mulher, o empoderamento feminino, tanto em imagem como trabalho feito.
Só de usar saia você tem suscetíveis fatores que podem fazer você passar por muita coisa r**m.
Falta de confiança, respeito ou Assédio.
- Eu tenho apenas você de colunista nessa área, não me faça contratar outra e reduzir seu bom salário em dois.
Eu suspiro fundo.
Sabendo que ele acaba de ameaçar a pessoa errada.
No dia errado.
Comigo calçando o sapato errado, no meio de uma avenida, sem estar tomando, sossegadamente, minha vitamina de abacate.
Eu jurei que não iria surtar.
Eu... o que era mesmo?
Ah, pro inferno!
- Se me ameaçar de novo eu peço demissão e só volto com o dobro, não me ameace, sabe que eu faço meu trabalho como ninguém, seu querido Keller, bem, e um bosta, só aquilo está ótimo, não mexa mais no lixo, porque quanto mais mexer, mais vai cheirar mau.
- Eu quero mais histórias envolvendo os Keller, você entendeu?
- Claro, vou ver se eu acho a última p**a que ele fodeu, ai vou perguntar como foi e quanto ele pagou - A linha e desligada.
Minha vontade e voltar no jornal e esfregar algo na cara do embuste, mas fico calma por alguns segundos e caminho, tendo um pouco de paz de espírito.
Tomo a vitamina até a última gota e logo sinto minha barriga roncar satisfeita.
Assim quero paro em um lugar menos cheio eu entro em um beco, para comprar d***a?
Não.
Me inclino e tiro o sapato e fico paradinha, vendo meu dedinho espremido e vermelho, Deus, eu não vou comprar mais sapato alto, vou usar pantufa pelo resto da minha vida.
E apavorante isso, meu Deus.
Enfio o sapato no pé e volto a caminhar de volta, no segundo que pego para atravessar a rua o celular toca é me faz assustar, um passo em falso e eu cambaleio para trás, quando penso que vou cair, algo me pega.
Olho para o braço na minha cintura o logo tento me apoiar, mas sinto o salto quebrado.
Trezentos dólares.
Quebrados.
Eu respiro e me apoio no braço, tentando me localizar.
Desastre, e isso que eu sou, um desastre!
- Obrigado - Sussurro. - Eu tenho um azar, que p**a m***a!
- Eu peguei você, não se preocupe - Eu lembrava daquela voz, meu pai do céu.
Eu tremi toda, da cabeça aos pés.
Até meu dedinho do pé vermelho tremeu de nervoso.
Era ele.