Capítulo 43. Parece real

491 Palavras
O carro parou diante do prédio de Sophie. O silêncio dentro do veículo parecia mais alto que o som do motor ainda ligado. As luzes da rua refletiam nos vidros, desenhando sombras suaves sobre o rosto dela o batom vinho já um pouco desbotado, o olhar distante. — Obrigada pelo jantar, você se saiu bem, como sempre— ela disse, por fim, sem olhá-lo. — O prazer foi meu, a gente forma um belo casal falso— Theodore respondeu, o tom controlado. Sophie soltou um suspiro curto. — Não começa. Ele inclinou-se um pouco, o braço apoiado no volante. — Eu não disse nada que seja mentira, querida. — ele provoca. Sophie revira os olhos. — Não me diga que a noite foi inesquecível... Dessa vez eu vou te bater . — Sophie diz em tom de brincadeira Theodore apenas a observou por alguns segundos, antes de responder, ele gostava dos raros momentos quando ela ficava menos séria, defensiva perto dele. — Então tá. Foi… interessante. Sophie deu um meio sorriso. — Você realmente adora me provocar, não é? — ela pergunta — Acho que é o único jeito de você me dar atenção voluntariamente.— Respondeu em tom sério demais para ser mentira. Ela riu, empurrando a porta. — Boa noite, Beaumont. — Sophie — ele chamou, e ela parou, já do lado de fora, apoiada na porta. Ela se virou, os olhos verdes dele a prenderam por um instante. Não havia ironia ali, só algo contido demais. — Sua mãe tem razão — ele disse, baixo. — Você fica mesmo diferente quando sorri. Por um segundo, Sophie pareceu perder o ar. Depois sem responder. Caminhou até a entrada do prédio, o som dos saltos marcando o silêncio da rua. Theodore acompanhou o movimento dela pelo retrovisor. Assim que ela entrou, ele passou a mão pelos cabelos loiros, um meio sorriso escapando. "Diferente quando sorri." Ele odiava quando dizia o que realmente pensava , odiava ainda mais o que sentia logo depois. Pensamento de Theodore: Ela não devia ser interessante. Era pra ser conveniente, e é conveniente. Um acordo. Uma estratégia. Mas, de algum jeito, Sophie McGoldrick se tornou o tipo de distração que ele não podia se permitir e, ainda assim, não conseguia evitar. A forma como ela o olhou antes de sair do carro… irritante. Bonita. Real. — Porra.— murmurou baixo, para si mesmo. Pensamento de Sophie: Ele não podia simplesmente dizer isso. Não depois de uma noite inteira fingindo ser o noivo perfeito. “Você fica diferente quando sorri.” Que tipo de homem diz algo assim e ainda consegue soar sincero? Ela não queria pensar nele. Não queria lembrar do sorriso dele, nem da calma provocante, nem de como tudo pareceu quase… natural. Mas quando entrou no elevador e o espelho refletiu seu rosto, ela percebeu o que mais a irritava. Ela estava sorrindo. —Porra..— Murmurou irritada consigo mesma, soltando um suspiro longo.
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