Capítulo Quatro

1935 Palavras
“ A essência da inocência, é o amor. ” – A.Oliveira O dia amanheceu tranquilo. Apenas se ouvia Elena gritar de seu quarto: — Anda logo! Vamos chegar atrasadas! - E com o silêncio a outra respondia. Ben, estava sentado tomando seu café da manhã junto com seus tios. — Como está o seu estágio no hospital? - Perguntou Liam enquanto erguia a xícara de café até sua boca. — Está tudo tranquilo, graças a Deus! Tio Tyler me ajudou muito fazendo isso por mim. — fazia um bom tempo que Ben estava fazendo estágio junto com Tyler. O Holdin havia se tornado chefe do hospital geral de Middleton. — Falando em seu tio Tyler. Sabe como ele e sua tia estão? — Ele está bem, mas tia Aliza tem tempos que não vejo. Mas acredito estar tudo bem. — Vou ligar pra ela hoje, pode deixar. – Ríspida Lya pronunciou sua primeira palavra desde que acordou. Esse mau humor se deve ao "compromisso" de Liam. Liam, com a caneca branca com o café, já pela metade, em sua mão, olha para sua esposa e se questiona se realmente deve ir. "Mas ela sempre faz isso". Pensou. " Eu não demorarei ". Uma chuva de prós e contras eram erguidos em seus pensamentos. Sacudiu a cabeça de um lado para o outro para desviar dessas questões, afinal, ele ainda tem o dia inteiro para decidir. — Estou indo! Tenham um bom dia! - disse Lya que rapidamente levantou-se da cadeira pegando seu blazer branco. Passou a mão em seu vestido preto com uma f***a no joelho de cerca de 3 cm. Ao sair da cozinha se ouvia o som do scarpin branco batendo a cada passo. — Meninas! - gritou. — Vou deixá-las para trás. — Mãe, não tenho culpa se Ester faz o banheiro de distrito 14. — Haha! Ó cosplay de dragão, vem logo tomar café. — Ester retirou enquanto descia a escada em direção a cozinha. — Vocês têm dois segundos pra pegar alguma coisa na fruteira e vir pro carro. — Lya ordenou, deu dois passos a frente e girou de frente a escada outra vez. — Há! Peça ao seu pai dinheiro porque não sou banco pra vocês virem pegar dinheiro quando querem. — TPM? - Ester e Lena falaram juntas? — Elena adentra a cozinha enquanto Ester cumprimentava o pai com um beijo. Ato que foi seguido por Elena. — Não! - respondeu Ben recostado na porta, branca, da cozinha. Seu cabelo preto um tanto bagunçado na frente, o que não fazia qualquer diferença já que seus olhos prendiam toda a atenção. Ester sorriu de lado, boba, distraída e mais uma vez admirando-o. Os passos apressados de Lena a despertaram. Rápida pediu-a que lhe trouxesse uma pera. — Não vai estudar hoje? - perguntou a moça. — Vou! Por que? — Ainda em casa. Normalmente sai junto conosco, só que pra outra direção. - terminou a frase com um pouco de desânimo. — Não vai levar um casaco? — Argf! Esqueci de pegar. — Vamos! Vamos! Minha mãe já buzinou umas três vezes e juro que ouvi um arranque. - Lena interrompe-os apressada. — Não! Preciso pegar um casaco. — Ahh! Baka! — Eu vou dar um " baka " na sua cara! — Ah é? Então não vou te dar sua pera e muito menos o dinheiro pro lanche. - Respondeu Lena e logo se virou em direção a porta. — Não! Espera! Aff! Tchau, preciso ir. - Correu até Ben e depositou um beijo estalado em seu rosto. Sua inocência fez Ben sorrir com o ato incomum. Rápido, ele segura em sua mão. — Toma! - diz ao tirar sua camisa de linho azul caneta. Ele ia com ela pra faculdade, mas ele não quer que ela passe frio. — Você pode sentir frio. Ester sorriu e com um movimento pequeno com sua cabeça confirmou. Saiu correndo com sua mochila e com a camisa de Ben quase caindo no chão. Quem olhasse diria até que era uma menina que acabara de sair de sua meninice. Correu dando a volta na casa e saindo no portão gigante e entrou rápido no carro que já estava na rua. — Dois segundos demorados, Ester! A menina abraçada à camisa de seu grande amor, definido assim pela própria, nem se deu ao trabalho de responder. Um sorriso bobo era visto em seus lábios enquanto admirava a paisagem monótona da cidade pela janela do carro. (...) — Ester! - gritou Amanda perto da porta do colégio, o mesmo que Lya e Liam estudaram. — Cheguei! - Gritou em resposta. Saiu do carro apressada e rapidamente sumiu da vista de sua mãe. Lena, ao contrário de sua irmã, despediu de sua mãe com um beijo e um te amo. Lya sorriu. Mas um lado seu queria sentir isso de Ester também que a muito tempo não agia assim. — Ops! Esbarrei em você? - Ester debocha da garota que derrubou ao chão. — Olha pelo lado positivo: seus livros não caira.. Ops! Vê se não fica no meu caminho de novo! — Esse povo não sabe o lugar deles. - completou Amanda. — Vamos! Tem mais coisas pra me preocupar do que essa esquisita. — E ai? Vai tentar ser a líder? — Tentar, Amanda? Eu serei! Chloe não vai saber nem como perdeu seu tão precioso cargo. E assim ficará perfeito. Eu não terei que ficar ouvindo ela reclamar que to comendo chocolate demais. Ela está querendo que eu fique igual a ela. Anoréxica! — E já tem alguma ideia de como fará isso? Por acaso não está pensando em dormir com o capitão do time, está? — Que ideia é essa, Amanda? Bebeu vinagre? Eu tenho namorado! — Ah, mas eu fiquei sabendo que o Thom não é fiel. Então achei que quisesse dar o troco! — Como assim, infiel? — Ela sabia que ele a traía, mas talvez se ela ignorasse isso passaria. — Ué? A escola inteira sabe que ele e a Roseta estão "conversando". — Dá pra ser mais clara? — Ele dormiu com ela na festa que teve na casa dela semana passada. — a ruiva discórdia enquanto caminhavam lado a lado no corredor da escola. A escola municipal havia mudado um pouco. Agora estava maior que antes. — Aquela que eu não fui? — Ester, você nunca vai! — Ninguém te perguntou nada! — Achei que quisesse saber sobre a traição do Thom! — Meu Deus, como você é burra! Óbvio que quero saber! — Saber o que? - perguntou Thomas. — É sobre a su... — Nada amor! Maluquice da Manda. — Ah! Normal, não é mesmo! - disse e saiu rindo. — Haha! Pois é! - riu sem graça. — Vamos pra aula, antes que você faça alguma m***a, i****a. — Você podia me defender. — sussurrou a amiga. — Ele tem razão! — Respondeu entrelaçando seu braço a da amiga. — Então eu sou mesmo uma i****a e maluca por me preocupar com você. Achei que fossemos amigas. — Está falando sozinha agora, Amanda? - disse Ester. A menina não sabia o quanto machucava sua amiga com suas palavras ignorantes. — Amanda apenas soltou seu braço de Ester e se afastou do casal. (...) — O que? — Menina eu só vou repetir mais uma vez! - Disse Stefânia, a cozinheira do colégio. — Brócolis ou Alface? — Todos os dois são horríveis! — Menina eu não tenho o dia todo! — Nenhum dos dois! Vou comprar pizza. Ester largou a bandeja verde musgo no mesmo local onde estava e se direcionou para comprar a pizza, mas lembrou que Lena, como havia dito, não lhe deu o dinheiro. És, então, olhou para os lados tentando achar um jeito de resolver. Analisou cada mesa do refeitório, foi quando avistou uma bela morena sentada no colo de seu namorado. Roseta. A intercambista do México estava sentada no colo de seu namorado. Apesar dos rumores, Ester não acreditava muito e nem ligava tanto. Até porque, seu real objetivo era Ben. Então, na cabeça da menina, seria mais fácil tentar algo com o Ben, já que seu 'amor' era infiel. Mas ela não imagina ver algo assim, descarado. E tudo piorou quando o garoto, seu namorado, beijou a morena e se levantou trazendo sua bandeja. — Não vai comer Bebê? - disse. Como se nada houvesse acontecido, ele sorri e a beija com um simples toque. Ester, não tem qualquer reação e fica parada, estagnada, com tal atitude. Ainda com a feição assustada, Es sai do refeitório a passos curtos e lentos. Ela vai em direção ao banheiro e chora. Sua cabeça dói e seu estômago revira. O sinal soou e ela tem que voltar à sala de aula. A mesma sala que seu namorado. Ela, atordoada com o acontecido, n**a-se a participar da aula. Vai até a enfermaria pedir para ir para casa. A diretora concorda e permite a saída. Vai à sala de aula, pega sua mochila e sai em silêncio. Em frente a escola a um ponto de ônibus é para lá que ela vai. Abre a mochila e pega seu cartão de viagens urbanas. Esse é um dos motivos pelo qual ela quer um carro de presente. Não demora o ônibus chegar, 30 minutos e logo estará em casa. Inúmeras perguntas se faz. Desde, "porque ele fez isso?", à, "o que eu tenho que os homens não gostam?". O gélido vento do outono em Middletown entrou pela janela fazendo Ester lembrar do casaco que Benjamin a emprestara. Tira-o de sua mochila e veste. Leva as mãos até o rosto e sente o tecido em sua pele e o perfume amadeirado invade suas narinas. — Até quando você vai me fazer sofrer? — sussurra. Faltava alguns metros até o ponto perto de sua casa. És, pegou sua mochila e foi até a porta de saída. — Ei, menina! Está tudo bem? — o motorista questionou reparando a feição da loira. — Sim, obrigado! — Ok! Fica com Deus! — Não espere uma resposta. - sussurrou. Ester desceu e logo caminhou em direção a sua casa. Uns longos 2 minutos a pé. Para espantar o choro e a tristeza ela observava a natureza. Porque meu pai escolheu esse lugar? Tanto mato. Ela pensava. Quem sabe um dia ele a responda. Abre a porta de casa e, para completar o seu dia, vê Ben e Arabella na sala, sorrindo e brincando. Um caderno nas mãos dele e uma caneta na dela. — És? Chegou cedo? — Você não ia pro estágio? — Questionou sem tirar os olhos de Arabella. — Ainda vou, e à tarde! — Oi, pra você também! — Bella ergueu a destra a cumprimentando. — Ah! Só não façam coisinhas no sofá da minha mãe, ela mata vocês. — Ester comentou e se dirigiu até a escadaria tentando conter a raiva, triste e o ciúme. — O que? - perguntou Ben. — Você quis dizer... ah.. não acredito! Deixa de ser infantil garota! — Bella respondeu tornando sua atenção ao caderno nas mãos de Ben. — O que você disse? — Ester retrucou largando a mochila no chão e caminhando apressada até a filha mais velha de Kita. — O que você falou? — Benjamin ficou de pé a frente de Ester que fez de tudo para alcançar os fios cor mel de Arabella enquanto a loira a ofendia de todas as formas. — Para com isso! — Sai da minha casa sua vaca! Some daqui sua desgraçada! Quem você pensa que é?
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