WAHLK.
A noite vem estranhamente mais rápido que o normal. Outro sinal de que um eclipse está bem próximo. Preciso verificar se essa caverna é segura o suficiente antes que ele aconteça, ou então precisaremos encontrar outra.
As noites são sempre bem mais frias do que o dia, mas hoje a temperatura não está oscilando muito. Será que foi mesmo uma boa ideia ter saído da caverna da tribo assim do nada? Provavelmente ainda há tempo para voltar...
— você pode ficar com a cama. — Kevin diz, puxando o lençol até o canto da caverna.
— eu gosto de dormir no chão.— digo, o que é uma meia verdade. Eu não me incomodo de dormir no chão, mas não trocaria uma cama por isso nem a p*u.
Pulo da cama e pego o cobertor restante, Indo sentar contra a parede oposta a que ele está. Todo cuidado para não sentar em cima da cauda e enrolo-me no cobertor apenas para não ficar diretamente contra a superfície dura da rocha e amortecer um pouco, pois não sinto tanto frio assim.
Nós ficamos em silêncio por algum tempo, ouvindo apenas o crepitar da fogueira. Ele me encara com as sobrancelhas erguidas, e quando percebe que ou ele vai dormir na cama ou ela vai ficar vaga pelo resto da noite, Kevin finalmente levanta e caminha até lá, agora fazendo questão de não olhar para mim, como se não quisesse ficar olhando e pensar que está devendo algo para mim, ou sei lá.
Decidi que não vou ficar mais me lamentando por causa dele. Já tenho problemas e questões demais preenchendo minha mente. Mas talvez (TALVEZ) eu tente algo com ele novamente, e caso a resposta seja não, vou seguir em frente sem olhar para trás nenhuma vez. Ele pode ser tudo que eu sempre quis, mas não sei se vale a pena destruir a minha mente por algo completamente inalcançável.
Fecho os olhos e tento dormir, ciente de que Kevin está fazendo o mesmo. Ele muda de posição e se enrola de uma maneira diferente nos lençóis pela milésima vez, soltando um grunhido de raiva.
— não está boa para você? — pergunto.
— não... Não é isso. Está ótima.— diz ele, com as costas viradas para mim.
Reviro os olhos e encosto a cabeça na parede, fechando os olhos novamente e tentando ignorar os sons ao meu redor.
(***)
KEVIN.
Porra. Tecnicamente faz mais de um ano que eu não transo com ninguém e nem sequer bato uma punhetinha, mas é uma péssima hora pro meu p*u constatar isso.
Rolo na cama o mais silenciosamente possível, mas isso só serve pra aumentar a ficção entre o cobertor e meu p*u, já que não tem nenhuma cueca para amenizar isso.
Cubro-me por completo para esconder qualquer indício da minha excitação, mesmo que Wahlk aparentemente já esteja dormindo (vai que ele esteja fingindo??).
Enrolo-me em posição fetal e tento ignorar qualquer pensamento impuro que insiste em tomar conta da minha mente.
Essa noite pelo visto vai ser bem longa...
(***)
"As luzes fortes sobre o ringue me fazem piscar algumas vezes para poder enxergar normalmente enquanto caminho em sua direção, com meu treinador ao meu lado. A multidão ao nosso redor está frenética e há alguns gritos histéricos de "KEVIN! KEVIN! KEVIN! KEVIN!" além de alguns raros "QUENTIN!", que provavelmente é o meu adversário. O nome é um pouco familiar, mas não estou com interesse o suficiente para gastar os meus poucos neurônios tentando lembrar.
Seguro o riso ao ver uma loira peituda segurando um cartaz com "KEVIN, ME COME POR FAVOOOOOR!❤️". Esse tipo de coisa acontece com mais frequência do que se pode imaginar, e quem sabe quando a luta acabar eu possa conceder o desejo de algumas delas.
— se concentra, kev. — o treinador diz, batendo de leve no meu ombro.
— relaxa, estou concentrado.— respondo para a pessoa com quem passo a maioria das minhas horas. Gosto dele, apesar do treinador Hallorran ser um tanto exigente. E na verdade isso é uma das coisas que eu mais gosto.
Passo por debaixo das cordas de proteção assim que o juiz começa a falar um pouco sobre os dois lutadores. Um deles, no caso, sou eu.
— temos aqui o nosso jovem pródigio, Kevin Diaz, com apenas 21 anos! Ganhador dos últimos três... — a voz dele desaparece da minha mente assim que coloco os olhos no meu adversário.
Abro um sorriso felino quando nossos olhares se encontram, fazendo o cara corar um pouco e desviar o olhar. "Quentin", não é?? Sabia que o nome era um tanto familiar. O carinha é moreno, da minha altura e tem uma série de tatuagens nos braços. Além de estar vestindo apenas uma Boxer, assim como eu.
O juiz anuncia o início da luta, me fazendo começar a circula-lo imediatamente e tentar encontrar uma a******a na sua guarda. Se esse cara acha que vou pegar leve só porque alguns dias atrás ela tava chupando meu p*u como se sua vida dependesse disso, está muito enganado.
Nós trocamos uma série de golpes e pouco tempo depois, ele já está preso embaixo de mim, debatendo-se para tentar se livrar do meu aperto. Abro um sorriso enorme e ouço o juíz contando os segundos.
Tento formular uma frase sarcástica, mas quando foco meu olhar no rosto do cara, o que encontro é um alienígena azul e enorme sob mim, e ele não está tentando se libertar do meu aperto. Na verdade ele parece estar gostando de me ter aqui.
— Tsc, tsc. — ele estala a língua, abrindo um sorriso quase maníaco que faz a cicatriz do canto do lábio franzir um pouco, enquanto leva as mãos até minha cintura e me faz rebolar no seu colo. — então é assim que você trata o seu parceiro? Adorei.
— QUE p***a É ESSA?! — tento lhe dá um soco com toda minha força, mas o sonho se dissolve instantaneamente."