Pré-visualização gratuita 1 Nina Simões
Não é fácil ser secretária, não quando se tem um chefe insuportável e temido por todos.. Temido do tipo que todos trocam de lado, apenas para não esbarrar com ele. Eu sei que parece exagero, mas não é! Sebastian é insuportável e lindo, eu tinha que admitir que ele é lindo! Aqueles olhos negros, contrastando com os cabelos castanho escuro e encaracolados, a barba sempre por fazer.. Eu já havia cometido o erro de vê-lo sem camisa, foi o maior erro da história. Eu estava tendo sonhos eróticos com ele.. O d***o de terno.
Desde que eu me mudei para São Paulo, eu achei que a minha vida seria fácil. Pensei que depois da faculdade eu fosse conseguir um emprego na minha área.. Mas a realidade era bem diferente, eu tive que me virar como pude, trabalhei de babá.. Tomei conta de cachorros de madame, limpei banheiro.. Eram profissões muito digna, mas nenhuma me rendeu tanto dinheiro como essa. É claro que eu merecia todo aquele dinheiro e muito mais, aguentar Sebastian estava longe de ser uma moleza como a sua última secretária me garantiu.. Hoje eu acho que ela foi irônica, aquela era a deixa para que eu fugisse para as montanhas. Eu fui burra o suficiente para não entender aquilo na época.
—Aqui está.. Um café forte e sem açúcar —fiz uma cara de nojo, café era a melhor coisa da vida, mas se tomando do jeito certo.. Sem açúcar não me descia, mas é claro que para o insuportável tinha que ser sem açúcar. Amargo igual a ele. —o dia hoje vai ser cheio Nina – levantei a sobrancelha para Lúcia, ela trabalha no refeitório e sabe o gosto de todo mundo.. Me salva sempre quando o deus insuportável está com a macaca.
—O seu dia vai ser ótimo Lúcia.. Já o meu —falei e ela riu, fazendo as suas bochechas proeminentes brilharam. Lucia deveria ter entre quarenta ou quarenta e cinco anos. Tinha cabelos curtos e sempre encoberto pela touca com que trabalhava. —Imagina ter que aguentar o d***o de terno o dia todo.. Dentro e fora da empresa, especialmente hoje —falei e soltei um suspiro no final. Lúcia riu e balançou a cabaça em um gesto exagerado.
—Quem me dera querida.. Quem me dera – falou e eu ri pois eu sabia que ela não estava cogitando aquilo realmente, todos ali sabiam o dobrado que era trabalhar diretamente com Sebastian. – ver a b***a do espanhol dentro daquela calça o dia todo – falou com os olhos brilhando e sonhadores.. Eu quis me xingar por imaginar exatamente aquilo. Para pior Ainda tinha aquele sotaque dele.. Eu esquecia que ele era espanhol, apenas o sotaque e o bronze natural naquela pele dele me lembrava a sua origem.
—Se você quiser trocar de lugar Lúcia.. Sinta-se a vontade – falei e ela fez uma careta logo em seguida das minhas palavras. —Agora deixe-me ir, daqui a pouco é capaz dele vir atrás de mim —falei e comecei a ir em direção o elevador. O prédio de seis andares era na avenida Paulista, o andar em que Sebastian e eu ficávamos era o último.. Tinha que ser.
O prédio inteiro era da família Castillo, quem comandava era o filho mais velho, Sebastian Castillo, a irmã mais nova vivia na Espanha e vinha até o Brasil a cada um ano. Os pais de Sebastian moravam no Brasil a sete anos, desde que decidiram investir no potencial de Sebastian.. Ele era muito bom, não era atoa que a Castillo era a maior no ramo de marketing. Os troféus não deixavam dúvidas quanto aquilo, eu estava com Sebastian a três anos.. Pois é, três anos aguentado Sebastian Castillo.
O elevador se abriu ao chegar no terceiro andar. No terceiro andar ficava a área jurídica da empresa, Patrícia a advogada loura de nariz empinado entrou.. Eu sabia muito bem onde ela iria. Patrícia era a típica perua enjoada, tinha cerca de 1,70 de altura.. Claro que os saltos ajudavam, eu sabia bem como o salto poderia melhorar os meus 1,66. Sim eu era bem baixa, mas não enquanto eu estivesse em cima de um salto alto caro.. Que o meu salário pagava.
Patrícia e eu éramos polos tão opostos, enquanto ela era loura de olhos verdes, tinha s***s fartos e poucas curvas. Eu tinha cabelos acobreados.. Eu nunca sei ao certo se os meus fios são ruivos ou se são desbotados, mas os meu olhos são amendoados.. Aqueles eram uma herança da minha mãe. Como eu poderia descrever o meu corpo.. Eu nunca tive s***s grandes, mas eu sempre tive coxas grossas e aquilo sempre me incomodou, eu nunca conseguia durar muito tempo com uma calça jeans. Eu dei graças quando comecei a usar saias e vestidos no trabalho de secretária.
No momento eu usava um vestido tubinho, os meus cabelos que iam até o meio das minhas costas.. Estavam presos em um r**o de cavalo, eu estava usando um santo alto e apenas um batom rosa bem claro, nos meus lábios. Eu nunca acertava fazer uma boa maquiagem.. Então só usava o básico, batom, blush e uma sombra.. Era quase sempre a mesma coisa. Totalmente diferente de Patrícia ela usava um uma blusa de seda, branca e de mangas compridas, tinha um decote generoso.. Ou ela apenas deu um jeito naquele decote, a julgar pela quantidade de botões abertos, usava uma calça e saltos também muito alto.
—Eu estou indo ter uma conversa com Sebastian – ela falou ao virar-se para mim —não deixe que ninguém nos atrapalhe! —ela está me dando uma ordem? Eu realmente espero que ela não esteja fazendo aquilo.. Não mesmo.
—Eu ainda não trabalho para você —falei me virando para ela, do mesmo jeito que ela fez comigo —não recebo ordens suas! – levantei a minha sobrancelha em desafio. A loira apertou os olhos para mim, abriu a boca para falar algo, mas a porta do elevador se abriu revelando o Hall da presidência.. A minha mesa, a sala de espera e a porta da sala de Sebastian. —Além do mais.. Não me lembro de nenhum compromisso com a área administrativa hoje – falei ao sair do elevador dando as costas para ela.
—Mas ele tem.. Só que não é com a área administrativa é apenas comigo! – ela afirmou ao me acompanhar, respirei fundo pedindo a Deus paciência. —E você não trabalha para mim ainda.. Realmente – falou ao me olhar de cima a baixo, aquilo me fez querer voar no pescoço dela.. Mas eu era um ser evoluído. Eu estava entendendo aquela insinuação dela direito? Ou será que eu estava ficando louca? E Eu queria acreditar na segunda opção.
—Nina – ouvi meu nome e a porta da sala de Sebastian foi aberta.. Aquele maldito sotaque ao falar meu nome. Aqueles olhos, aquele cabelos.. Aquele corpo sem camisa.. Espera aí o que? —onde está o meu café? —bufei ao olhar pra Sebastian.. Naquele momento ele percebeu Patrícia ali e apertou os olhos em direção a ela. —O que está fazendo aqui? —arregalei os meus olhos.. Ele não estava esperando por ela? Aquilo iria ficar muito interessante!