Depois de algumas horas passadas no tédio, finalmente fui levada ao hospital por Desmond que também ia para a cidade. Nas primeiras horas do meu turno falei com minha irmã que me esperava no hospital, e depois foi só correria, pois havia ocorrido um acidente e várias pessoas saíram feridas, na manhã seguinte eu estava morta de cansaço, sono e preguiça, por isso quando me troquei, logo corri para a saída mas minha colega me impediu de prosseguir com meu caminho.
– nossa, eu vi você saindo com aquele gato ontem, quem é? Seu novo namorado? Foi por causa dele que você acabou com o pobre Jake?_ ela pergunta com um sorrisinho irritante.
– nossa, você sabe tanto da minha vida, mas não sabe o porquê eu terminei com o Jake? Estou impressionada_ falo com deboche enquanto caminhava para fora do hospital e ela seguia do meu lado.
– ah qual é, assim você me faz parecer uma fofoqueira_ reclama.
– e você não é?_ sorri forçado_ você conhece todos os meus passos e sempre insiste em saber mais, sei lá eu por que_ reclamo.
– porque somos amigas, e as amigas se importam umas com as outras_ dá de ombros.
– ehhhh_ faço uma careta_ não, nós não somos propriamente amigas, somos mais colegas de trabalho_ a corrijo.
– aff, você consegue ser muito desmancha prazeres as vezes_ reclama_ você vive afastando as pessoas de você, não deveria fazer isso, estou só tentando ser sua amiga.
– não, você está tentando só arrancar informações sobre a minha vida, coisas completamente diferentes.
– ui, quem é o gatinho_ ela nem sequer presta atenção em mim, mas foca em alguém, me fazendo revirar os olhos e olhar para o mesmo lugar que ela.
– Cody?_ o olho encostado no carro do Desmond.
– você o conhece?_ Jessa, minha colega pergunta sorridente.
– você deveria ir para casa Jessa_ falo séria.
– qual é, você não é egoísta, para que querer todos os gatinhos para você?_ sorriu de um jeito digamos que sedutor, para o moreno.
– eu não ia querer ele nem que ele fosse feito de ouro_ Reviro os olhos.
– então venha me apresentar a ele_ me puxa em direção ao cara sem nem me dar oportunidade de relutar.
– estávamos esperando você_ Cody fala olhando para mim e depois para a mulher do meu lado_ e quem é ela?
– eu sou amiga da Gabie, Jessa Carey_ estende a mão para ele que me olha e depois aperta a mão da mesma.
– eu sou o Cody.
– vocês são?_ ela olha de mim para ele.
– conhecidos_ respondo antes do outro_ agora tchau Jessa, eu tenho que ir e você também.
– tá, tchau, te vejo de noite, e adeus Cody_ ela sai acenando.
– por que você está aqui?_ cruzo os braços e o olho com a sobrancelha arqueada.
– meu irmão pediu que viessemos pegar você, para que não se esquecesse do caminho para casa_ fala se afastando do carro.
– seu irmão? Espera, você é irmão do Lorenzo? Por que não estou surpresa?_ descruzo meus braços e reviro os olhos_ não acha irónico que o meu irmão, que foi usado para ameaça pelo seu irmão para que eu assinasse aquele contrato, está preso por sua causa?
– ele não está preso por minha causa, ele já era maior de idade e só está pagando por seus próprios erros_ retruca.
Eu solto uma risada incrédula_ sério? Por seus erros? Tem coragem de falar isso?
– olha só Gabriela, eu não tenho culpa que tenham descoberto que seu irmão esteve ligado a tráfico de obras de arte, isso foi falha dele e outra, ele só se meteu nisso para ajudar vocês, então não tente..._ o interrompo.
– tráfico de arte?_ fiquei confusa com aquela informação.
– ah, não me diz que não sabia disso.
– ele não foi preso por isso, ele foi preso pelas drogas que você e seus amigos colocaram nas coisas dele_ falo irritada.
– o que? Você tá doida? Eu nunca colocaria drogas nas coisas do Ayler, ele era meu melhor amigo, para que eu faria isso?
– o Bryson confessou, ele me contou tudo o que aconteceu naquela noite, as drogas eram suas, você levou as drogas para lá_ eu falo tentando não gritar.
Ele me olha surpreso_ e-espera aí, eu não levei as drogas para isso_ se defende_ eu levei elas porque o Taylor e o Zac me pediram pra ficar chapados, e quando as drogas sumiram eu achei que eles tinham fumado e por isso estavam tão alegres, eu não achei que eles tivessem tramado para o Ayler.
– claro que não sabia_ reviro novamente os olhos.
– eu, eu não achei que isso_ ele estava visivelmente abalado pelo que eu falei, mas isso não me afetou.
– mesmo que você não soubesse, você teve culpa do que aconteceu, por isso nem tente jogar sua culpa para cima do meu irmão, a única merda que ele fez foi ser amigo de vocês e se meter nessa merda de esquema de vocês_ dou as costas para ele.
– pra onde você vai?_ Desmond que chegou agora pergunta me olhando vazar_ GABRIELA_ ele grita mas eu nem o encaro.
Atravesso a rua, entro na lanchonete que ficava na frente do hospital e no balcão peço um café bem amargo. Enquanto espero, Desmond para do meu lado.
– você não pode sair desse jeito.
– eu só preciso de um café, senão eu não aguento ficar naquele carro_ respondo calmamente.
Ele não fala mais nada, apenas paga meu café e sai da lanchonete, eu saio logo atrás e vou até o carro, onde Cody já se encontrava para assim seguir até a casa deles.
•••
Já eram por volta das 11 horas, desde que cheguei eu estava enfiada no quarto, o i****a do chefe da máfia não estava e eu não tinha com quem conversar ou importunar, já que Elena estava trabalhando e eu não sou do tipo mais social que existe. Tentei dormir e nada, jogar algum jogo no celular e rapidamente me deixou entediada, assistir filmes no celular nem tentei, eu sou do tipo que gosta de ver essas obras de arte em grandes telas, e estava quase desistindo de mais alguma coisa quando a porta recebeu duas batidas.
– sou eu, a Vilma_ ela fala antes que eu sequer perguntasse quem era.
Me levanto e vou até a porta, a abrindo para a ruiva_ tudo bem?_ sorri a olhando confusa.
– tudo sim, eu só vim ver se você queria uma visita guiada para conhecer a casa, sabe, para passar o tempo, ao invés de você ficar presa nesse quarto o dia todo.
– está sendo legal comigo? Achei que não confiavam em estranhos_ a olho curiosa.
– e não confiamos, mas você vai morar aqui por muuuuuito tempo, então acho que deveria começar sua adaptação de algum jeito_ dá de ombros_ mas se não quiser, tudo bem.
– não, tudo bem, eu quero_ abro completamente a porta e saio do quarto, a seguindo pelo corredor.
– bem, vamos começar nossa visita guiada aqui mesmo, lá em cima como você viu daquela vez, fica o quarto do Enzo_ aponta para o lance de escada que ficava no fim do corredor_ nesse andar ficam os quartos de todos que são de confiança para o Enzo, isso é, os 10 que você conheceu ontem e mais umas 3 outras pessoas que acho que você ainda não conheceu, no total esse andar tem uns 15 quartos_ aponta em direção ao lado oposto ao do lance de escadas.
– seu chefe é tão desconfiado assim que tem que ter um andar inteiro?_ pergunto seguindo ao lado da mesma em direção às escadas.
– bom, ele é o chefe da máfia, por dia umas 50 pessoas tentam matá-lo, ele tem que se precaver ou então uma guerra se inicia e nós não queremos isso nem_ explica.
– humm, faz sentido_ assinto_ é por isso que todos vocês andam com armas e todas essas coisas nem?_ pergunto mesmo já sabendo a verdade.
– é, todo mundo por aqui passa o tempo tenso, esperando pelo momento em que vai haver uma invasão ou um ataque_ fala sem ânimo_ isso é frustrante, nunca ninguém quer usufruir das maravilhas que essa casa tem, tipo, a sala de jogos, o cinema, a piscina, a hidromassagem, eu duvido até que usem aquelas banheiras, estão sempre tensos demais esperando pelo pior que nem vivem o presente_ dá de ombros.
– é, deve ser bem chato, por isso a maioria não é muito amigável_ falo enquanto ela me mostra a cozinha e depois um corredor que vai dar a outro lance de escadas do outro lado da mansão.
– deve ser por isso_ ela riu_ você não quer nadar?_ pergunta me olhando estranhamente.
– nadar?_ a olho confusa.
– é, nadar, sabe, nunca ninguém quer ir nadar comigo e eu não ia conseguir ficar na piscina sozinha_ sorri meio sem graça.
– eu até quero, mas eu não tenho nenhum biquíni, eu não achei que na casa de um mafioso teria piscina_ confesso com um mini sorriso no rosto.
– bom, eu tenho um monte de biquínis novinhos, se quiser_ propõe.
– claro, vamos_ assinto e a ruiva me leva toda animada para conhecer o resto da casa (durou cerca de 20 minutos) e depois me levou até seu quarto no segundo andar.