Na sala tinham 9 pessoas, com Vilma que foi se sentar em uma das cadeiras se tornaram 10, na sala estavam a garota que puxou meu cabelo, acho que o nome é Karla, Vilma, o velhinho que aceitou a proposta i****a do meu pai, o homem que na cozinha mandou as duas garotas me escoltarem, um homem com por aí 40 anos ou mais, de cabelo branco grisalho, uma mulher de cabelos castanhos escuros e olhar felino, um velho daqueles que mais parecem com monges, Lorenzo em uma das pontas da mesa, do seu lado direito Desmond, o irmão do meu ex-namorado, e do lado esquerdo, Cody, um cara que já foi amigo do meu irmão, mas que hoje em dia foi um dos que fizeram ele ser preso.
– impressão minha ou a garota gostou do Cody?_ a tal Karla fala com deboche.
– só se querer arrancar meu couro for gostar de mim na sua óptica_ o moreno responde antes que eu me pronunciasse.
– e por que ela quereria arrancar seu couro? Vocês se conhecem?_ Lorenzo pergunta olhando para o homem ao seu lado.
– pode-se dizer que sim, ela é a irmã mais nova do Ayler, o meu amigo que acabou se dando m*l em um esquema alguns anos atrás e está preso_ ele fala sem muito interesse.
– seu amigo? Você se considera amigo do meu irmão?_ pergunto com deboche.
– que ótimo, já que vocês os dois já se conhecem, são menos pessoas para ela conhecer_ Lorenzo fala satisfeito_ mais alguém aqui a conhece?_ olha para todos.
– sim, eu também já a conheço, ela namorou o meu irmão a pouco tempo_ Desmond declara me analisando.
– own, que fofura nem, você namorou o irmão do Desmond, por que terminaram mesmo?_ Karla pergunta.
– não é da sua conta_ respondo de forma rude_ por que razão eu estou aqui?_ olho para Lorenzo.
– porque eu quis, algum problema com isso_ arqueia a sobrancelha, me arrancando um revirar de olhos_ óptimo_ diz quando permaneço em silêncio.
– não acho que seja seguro para nenhum de nós ter uma desconhecida por aqui_ a mulher de olhar felino se pronuncia.
– eu acho que a Malia tem razão, não sabemos nada acerca dessa garota, e ela pode ser perigosa_ falou o homem de cabelos grisalhos.
– mas ela também pode ser de grande ajuda, não disseram que ela era médica?_ Vilma argumenta e recebe um olhar matador da parte de Karla, o grisalho e a mulher do olhar felino_ que foi? Isso dependo do Enzo e eu só estou mostrando um ponto positivo_ dá de ombros.
– não há pontos positivos em ter uma desconhecida dentro de casa_ Karla fala óbvia.
– em algum momento todos nós já fomos desconhecidos_ Desmond contra argumenta.
– a sério Desmond? Até você está a favor disso?_ a garota o olha com indignação.
– olha só Karla, todos nós estamos aqui por motivos nossos e de certeza que ninguém foi obrigado a permanecer aqui, mas ela é diferente, ela com certeza não queria estar aqui, mas se permanece é por algum motivo importante para ela_ Desmond explica.
– e outra coisa, vocês sabem que o Enzo nunca traria algo para fazer m*l a ninguém, ele é o chefe e sempre agiu de acordo com os interesses e segurança de toda a máfia, por que duvidam dele agora? Ele já falhou como líder?_ o monge fala calmamente.
– sem contar que a garota tem um período definido para conquistar a confiança do nosso chefe, o que significa que ela não está só entrando, ela tem que provar que pode ser útil, e não uma ameaça, ou então perde quem ela ama_ o velhinho i****a responde.
– tem razão, não vou me opor a decisão do nosso chefe, ele sabe o que é melhor para todos_ a mulher de olhar felino assente.
Eu que continuava de pé próxima a porta igual uma i****a, soltei um suspiro alto propositalmente só para que eles se tocassem que eu estava ficando aborrecida.
– meu senhor, posso eu me pronunciar?_ pergunto assim que todos olham para mim, e todos conseguem perceber o leve toque de deboche em minha fala, mas decidem ignorar.
– fale_ Lorenzo responde me encarando.
– bem, nesse momento minha vida está nas mãos do chefe de vocês, eu assinei um contrato então não posso fugir até a polícia pois ele tem minha assinatura ali, graças a uma certa pessoa, meu irmão foi preso, então mesmo que eu conseguisse fazer minha irmã fugir, de certeza que encontrariam meu irmão e eu o perderia, vocês tem todas as cartas a seu favor, eu não poderia matar o chefe de vocês porque vocês iriam se vingar e seria o mesmo que tentar fugir com meu irmão na prisão, logo, eu sou praticamente inofensiva_ termino dando de ombros.
– ela tem razão.
– ela está tentando nos manipular, será que vocês não entenderam ainda?_ Karla se irrita.
– basta_ Lorenzo fala e todos se calam_ eu não abri um debate sobre ela ficar ou não, eu disse que vocês conheceriam ela, mas ela fica, queiram ou não, e se alguém directamente ou indiretamente tentar passar por minhas ordens e tocar nela, vai ter que se ver comigo, estamos entendidos?_ olha seriamente para cada um que vão assentindo a medida que ele olha_ óptimo, a reunião acabou_ se levanta e vem em direção a porta, onde passa por mim e me indica a segui-lo, coisa que rapidamente o faço.
Corredor, escadas, mais corredor e finalmente ele adentra um escritório, me mandando sentar no sofá, enquanto ele segue para sua cadeira. Eu fico o observando calmamente em meu lugar, procurando por alguma razão ou incentivo que me faça cair de amores por ele, e a única coisa que consigo achar é o facto dele ser bem bonito.
– por que você está me encarando?_ ele pergunta sem nem me encarar.
– estou tentando achar incentivo para me fazer me esforçar para que você se apaixone por mim_ dou de ombros.
– minha ameaça a vida dos seus irmãos não foi incentivo suficiente?_ se senta.
– eu precisava de outros incentivos e acho que achei um_ sorri.
– qual?_ arqueia a sobrancelha.
– você é muito bonito_ dou de ombros ainda com o sorriso no rosto e ele me olha desacreditado, para depois abanar a cabeça negando.
– eu sei que sou bonito_ fala convencido.
– mas alguém já disse isso para você hoje?
Ele sorri de canto_ não.
– então eu digo, você é lindo_ dou de ombros.
– bela jogada, apelando pelo meu ego, você não perde tempo, mas eu deveria te alertar sobre uma coisa, não se apaixone por mim_ fala despreocupado e eu o olho confusa.
– você é tão contraditório, diz pra eu te conquistar...
Ele interrompe minha fala_ conquistar minha confiança, não meu coração_ clarifica.
– e por que me limitar a sua confiança se me seria mais útil se seu coração estivesse em minha mão?_ arqueio a sobrancelha.
– e o que? Eu morreria de amores por você e isso me faria mudar, aí você encontraria um resquício de amor dentro de mim e esperança de salvação para mim?_ pergunta com sarcasmo_ isso é um conto de fadas que só aconteceria em sua cabeça, esqueça essa ideia i****a_ fala seriamente.
– tem medo da influência que se apaixonar seria em sua vida? Nossa, esse é um clássico sabia?_ pontuo.
Ele solta um suspiro_ olha só, você é inteligente, não seria i****a ao ponto de não prever o que aconteceria se eu me apaixonasse por você, ou sequer se eu me importasse o suficiente com você, mas caso não consiga visualizar uma das consequências, eu mesmo te digo, você poderia se machucar de várias formas.
– eu vou me machucar de qualquer jeito, você já me trouxe para aqui_ falo óbvia.
– eu só aceitei o que Benjamin propôs porque você é médica, todo mundo que tem negócios sujos e está sujeito a atentados e coisas não muito fáceis de explicar, precisa de um médico de confiança, apenas por isso você está aqui e se você quiser falar das condições no contrato foram só porque você é gostosa e nada mais, eu não preciso de ser mudado.
– você tem medo de ser mudado ou de se apaixonar por mim?
– eu não tenho medo de me apaixonar, por que eu não vou me apaixonar por você, e você não vai fazer nada além de conquistar minha confiança, estamos entendidos?
– não_ declaro simples_ eu já coloquei como objetivo te conquistar, logo, não tem como mudar_ dou de ombros.
– você é doida_ deixa a cabeça cair para trás e encara o teto_ está só querendo gastar seu tempo e o meu, eu não quero que você gaste tempo com essa baboseira_ declara sem me encarar.
Eu me levanto e vou silenciosamente até seu lado, fazendo com que ele me encare confuso, e nisso aproveito para me sentar em seu colo, segurando seu rosto de frente para o meu.
– você não entendeu mesmo nem?_ falo olhando para seus olhos_ eu vou conquistar você, e ponto final, se você se importar comigo o suficiente, você nunca vai deixar que nada aconteça comigo e nem machucará minha família, e eu também não vou fazer nada para te machucar, eu já tomei a minha decisão_ solto seu rosto e vou me levantar, mas ele coloca sua mão em minha perna, me impedindo de levantar.
– se você quiser mesmo fazer isso, tem que lembrar que eu sou possessivo, eu sou rude, eu não sou nada carinhoso em todas as vertentes e eu não vou pegar leve com você_ fala sem tirar a mão da minha perna.
– você já me falou que era possessivo, eu já notei que você não é muito carinhoso e é feito de muita rudeza, logo eu não acho que você falou algo que eu já não saiba_ retiro sua mão e me levanto.
Antes que ele continuasse, alguém bateu na porta, sendo autorizada a entrar assim que eu me sentei novamente no sofá.