Quando acordo pela manhã, desligo o alarme que eu havia colocado em meu celular que já marcava 06 da manhã, me levantei, tomei um banho rápido e me arrumei para ir trabalhar. Quando saí e fui para o andar de baixo, cautelosamente segui em direção do cheiro mirabolante que vinha provavelmente da cozinha, quando finalmente a encontrei ouvi vozes e risadas vindas de lá, mas que cessaram assim que eu adentrei o cómodo.
– quem é você?_ uma mulher vestida a mercenária, me encara apontando sua arma para mim, enquanto as 5 outras pessoas presentes (que consistiam em, duas mulheres, uma era mais velha e a outra mais nova, e 3 caras, todos com por aí uns 28 a 38 anos acho eu, ) apenas me olhavam confusos.
– calma, não precisa apontar a arma_ levanto as mãos.
– quem caralhos é você? Uma espiã? Uma assassina? Fala logo_ destrava a arma.
– se eu fosse uma espiã ou assassina, eu certamente não diria a você, mas não sou nenhuma das coisas, eu vim com aquele moreno metido a b***a, o nome dele é algo tipo Sanders acho eu_ dou de ombros.
– por que razão ele traria você aqui?_ um dos 3 homens me questiona.
– sei lá, pergunta pra ele, já agora, onde eu posso achar ele?_ olho para a moça.
– Karla, leva ela para o chefe, e Vilma vá junto, não deixem ela escapar_ o homem fala seriamente.
– eu sozinha consigo levar essa garota, não preciso de ajuda_ a moça com a arma apontada fala brava.
– eu mandei para as duas irem, não foi uma pergunta, foi uma ordem_ diz firme e eu o olho admirada.
Enquanto eu o encarava, sinto uma mão em meu cabelo e outra em meu braço, me puxando com certa força_ aí_ reclamo tentando me soltar.
– fica quieta_ a voz da garota da arma soa próxima ao meu ouvido.
– cara, ela nem resistiu_ outra das mulheres fala.
– eu não pedi sua opinião, agora anda_ a garota vai me empurrando em direção da escada, mesmo sob meus protestos de dor, me arrasta até o terceiro andar e lá bate na única porta existente.
– que foi?_ Lorenzo abre a porta sem camisa, e então olha para nós 3_ solta ela_ fala sério e assim a garota o faz.
– nós achamos ela perambulando pela casa, achamos que fosse uma espiã_ argumenta.
– mas eu falei que não era uma espiã e que foi ele quem me trouxe, pra que você puxou meu cabelo_ reclamo.
– uma espiã nunca se daclararia espiã_ dá de ombros sorrindo com deboche_ todo o cuidado é..._ nem deixei ela terminar e dei um soco em seu nariz_ sua..._ ela segura o local em que bati.
– parem com isso agora_ Lorenzo me olha seriamente, como se estivesse me sufocando mentalmente_ vocês desçam, eu trato dela_ ordena para as duas garotas.
– mas senhor..._ a garota tenta argumentar mas se cala perante o olhar gélido do moreno.
– nós já vamos senhor_ a segunda garota tenta pegar na sua colega mas ela se solta bruscamente.
– me solte_ ela sai pisando forte e quando ficamos sozinhos, ele adentra o quarto.
Eu continuo parada no lugar, eu não sabia se descia ou se seguia ele.
– entre e feche a porta_ fala de costas para mim.
Exitante eu obedeço e adentro aquele quarto que tinha o tamanho da sala de minha casa, mas era tão vazio, só tinha uma cama, uma cabeceira, duas portas e um sofá próximo dá janela.
– eu não falei que não era para ficar perambulando pela casa?_ me encara.
– eu não estava perambulando, eu fui procurar por você, e eu entendo que sua amiga estivesse só protegendo seu território mas Poh, meu cabelo_ o olho com indignação.
– não volte a me desobedecer_ me dá as costas abrindo uma das portas_ senta aí, eu já volto_ ele entra no lugar e eu me sento na cama.
Cama super confortável, tão macia e aconchegante, deve ter sido bem cara. Observo o quarto mas não tinha muito que olhar, não existia nenhum porta retrato, nenhum quadro, nenhuma medalha, nada que fosse meramente decorativo naquelas paredes de cor escura, era tudo tão chato e secante, estava até cansada de olhar para as paredes então me joguei na cama e percebi uma coisa teto.
– impossível_ me levanto rapidamente, vou até a janela e fecho todas as cortinas, deixando o quarto escuro o suficiente para que as estrelas coladas ao céu pudessem brilhar..
Eu estava errada, o quarto não era sem graça como eu imaginava, o teto estava repleto de constelações, o brilho das estrelas era tão belo, que prendia o olhar e fez surgir um sorriso no meu rosto.
– como você notou elas?_ ele pergunta próximo de mim, com a respiração no meu pescoço.
– eu sou observadora_ respondo sem me afastar dele_ por que você me pediu para esperar?_ me viro para o encarar, me deparando com sua figura um tanto tocante. Descamisado, apenas de toalha, cabelos molhados, descalço, um corpo sinceramente bem trabalhado, algumas tatuagens bem interessantes e claro, sua pose de mandão, de braços cruzados e me olhando seriamente.
– tem baba escorrendo_ ele fala me dando as costas.
– você está se exibindo como eu não vou babar?_ retruco enquanto ele abre novamente as cortinas_ me mandou ficar aqui por que? Queria só me ter aqui logo pela manhã?_ cruzo os braços.
– pra início de conversa, você é quem estava atrás de mim, não?_ me olha de soslaio.
– porque eu tenho o trabalho de fazer você gostar de mim e porque eu não sei como me virar nessa casa, e você? Qual é sua justificativa?_ acompanho seu andar com o olhar.
– porque você me pertence, é suficiente?_ fala entrando na segunda porta.
Reviro os olhos para o i****a, e solto um suspiro, uns minutos depois ele sai já arrumado e vem até mim. Ele me olha de cima a baixo e logo revira os olhos, será que é porque eu estou tão casual? Sei lá e nem me importo em saber.
– ok, vamos as regras, 1°, você serve a mim e somente a mim, logo, minha ordem é a única que você seguirá, 2° não quero você metida em brigas ou confusões, 3° tudo o que você quiser fazer tem que primeiro ter minha autorização, sem ela você não o fará, entendeu?_ pergunta impaciente.
– então se eu quiser ir ao banheiro também tenho que pedir sua autorização?_ cruzo os braços.
– é, você tem sim_ passa por mim.
– oh meu senhor, eu estou respirando e nem pedi autorização, por favor, me perdoe_ falo de modo dramático.
– não enche minha paciência garota_ ele abre a porta do quarto e sai.
– você é um i****a_ falo atrás dele.
– estou nem aí para a sua opinião_ retruca.
Sigo atrás dele até a cozinha, dos que estavam ali da manhã só uma delas restava, acho que ela trabalha na cozinha, enquanto eu observava o lugar, Lorenzo falava com essa mesma mulher e logo ele me mandou sentar para comer.
••• {horas mais tarde.}
Eu acabava de falar com minha irmã e preparava minha mochila para a hora que eu iria sair, já que teria de fazer o turno da noite, separei a roupa que eu usaria e então peguei um livro para passar o tempo, mas nem tive tempo de o abrir pois batidas na porta soaram no mesmo instante. Segui até a porta.
– quem é?_ pergunto próxima a parede, todo o cuidado é pouco.
– Vilma, a garota de mais cedo.
– qual, a que puxou o meu cabelo mais cedo?_ pergunto arqueando a sobrancelha, mesmo que ela não fosse ver.
– não, a outra, eu não vou te machucar_ declara, e mesmo desconfiada eu abro a porta.
– precisa de alguma coisa?_ espio por entre a frecha aberta.
– o Enzo mandou te chamar, e pediu que eu te levasse lá para baixo_ ela fala sorrindo fraco.
– ah, tá_ abro a porta e saio.
– bom, por aqui_ me guia em direção às escadas_ sabe, deixa aproveitar para pedir desculpa pela Karla, ela é um pouco temperamental e só estava tentando proteger todo mundo.
– eu entendo o lado dela, só achei extremamente desnecessário ela puxar meu cabelo, podia agarrar meu braço e me arrastar como fez mas sem puxar meus cabelos, só isso_ dou de ombros e ela riu, me deixando confusa.
– então o soco foi por ela puxar seu cabelo?_ fala impressionada.
– meu cabelo tem sua importância, ele é como o cabelo do Sansão, de lá é que vem minha força_ falo convencida.
– nossa, deve ser bem importante, teve direito até de referência bíblica_ levantou os braços em rendição.
– e é, me ensinaram a amar e cuidar dele desde pequena, tinha que vingar o puxão que ela deu_ dou de ombros e ela ri.
– gostei de você Gabriela, tem muito potencial_ fala de uma forma que pareceu sincera.
– me chame de Gabie, Gabriela é formal de mais_ falo sorrindo.
– claro Gabie, me chame Vivi, mesmo que quase ninguém o faça_ dá de ombros abrindo uma porta no fim do corredor que me é indicada para entrar.