POV Cassie
Chegamos na frente de sua casa e o olhei esperando que ele desistisse e voltássemos pra casa, sei que era sua família mas mesmo assim eu ficava com um pé atrás.
-- Já volto. - me olhou sério e por uma fração de segundos pensei em acelerar com o carro e sair dali mesmo contra sua vontade, mas apenas falei.
-- Tudo bem.
Suspirei assim que Vinnie desceu indo em direção a porta de entrada, fiquei o esperando enquanto tremia a perna no estremo de nervoso.
Fiquei olhando por um tempo para sua casa esperando qualquer sinal de vida, qualquer coisa, uma mensagem chegou em meu celular e o peguei de minha bolsa.
Era Dylan, uma mensagem sobre algo relacionado a nossa procura pelo culpado das fotos.
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Dylan:
Encontrei umas coisas da minha irmã, mensagens, fotos, presentes, a gente pode se encontrar pra eu te mostrar?
Cassie:
Hoje não vai dar, mas podemos amanhã na aula.
Dylan:
Mas preciso te mostrar hoje, você tá ou não tá levando isso a sério?
Cassie:
É claro que tô Dylan, mas que porra
Me encontra na praça do lado do shopping.
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Depois da mensagem que mandei não esperei ele responder, senti que Dylan foi grosso e não entendi muito bem, eu estava obviamente querendo muito ajudar Kiara e estava levando a sério, não entendi por que seu humor havia mudado do nada.
Ouvi um barulho de porta se abrir e rapidamente olhei para o lado, me surpreendi ao ver Vinnie aparecer ao lado de sua mãe na porta, ela tinha seu rosto inchado e lágrimas nos olhos que estavam avermelhados.
Ela deu um abraço no loiro e com um olhar de tristeza direcionou seu olhar a mim, sorriu de lado e deu um aceno como se agradecesse, sorri de volta e não pensei que seria assim, achei que ela prenderia ele em casa ou coisa do tipo.
Vinnie caminhou até meu carro com uma mochila em seu ombro e assim que entrou deu um último aceno para a mulher em pé na porta, esperei mais uns segundos e saí dali com o carro, olhei para ele e pude ver seus olhos marejados, senti meu coração se apertar e levei minha mão a sua coxa acariciando de leve, sua mão tocou a minha e um sorriso doce brotou em seu rosto.
O caminho até minha casa foi em total silêncio, mas não era desconfortável, era um silêncio que nenhum dos dois precisava dizer algo pra saber o que o outro estava pensando.
Chegamos em minha casa e nos jogamos em minha cama, estávamos cansados e aquele frio piorava tudo pois dava vontade de ficar o dia inteiro enrolada nas cobertas, e era exatamente o que eu faria.
Vinnie se jogou ao meu lado e abraçou minha cintura com força, liguei a Tv e coloquei em um filme aleatório, ficamos assistindo até os 20 minutos quando senti seu olhar pesar sobre mim, desviei meu olhar da tv e foquei em seu rosto.
Encarei seus olhos que com a luz que entrava pelas janelas, deixava-os em um tom de caramelo brilhante que me deixavam com borboletas no estômago.
Aproximei minha mão de seu rosto e acariciei sua bochecha, seus olhos se fecharam e ele deitou seu rosto em minha mão, como se quisesse sentir mais de meu toque.
-- Como foi com a sua mãe? - perguntei quase não me contendo, estava curiosa e precisava saber.
-- A gente conversou bem rápido, e ela também achou melhor pra mim ficar fora alguns dias, pra esvaziar a cabeça. - suspirou falando depois de um tempo em silêncio, abriu seus olhos e parecia esperar por alguma resposta minha.
-- Que bom baby, ela realmente te importa com você e com certeza quer o seu bem. - sorri tentando dizer a coisa certa, eu nunca sabia o que dizer nessas situações.
O loiro assentiu sorrindo abertamente e pude perceber que havia muito cansaço em seu rosto, acaricie seus cabelos loiros e vi que ele estava prestes a dormir.
O garoto fechou os olhos e sua respiração se acalmou, senti seu corpo ficar pesado na cama e abaixei o volume da tv, eu não estava nem mesmo prestando atenção no filme pois tinha meus olhos cravados em Vinnie.
Em como ele ficava totalmente angelical enquanto dormia, pensei em tudo que aconteceu até chegarmos aqui e do nada lembrei de Olívia, e em como eu conseguia me sentir levemente ameaçada por ela, a garota era simpática e muito bonita, isso não dava pra negar nem de longe, ainda acreditava que ele poderia sentir algum sentimento por ela mas tentava não pensar muito nisso.
Tentava focar na lembrança de suas palavras que haviam ficado presas em minha mente, o dia que ele disse que gostava de mim lembro que quase tive um ataque do coração, seus olhos estavam brilhando enquanto estava focado em mim e em cada movimento que eu fazia.
Me arrepiei por completo lembrando disso e no mesmo momento meu celular vibrou na mesinha ao lado da cama, peguei o mesmo antes que Vinnie acordasse e desbloqueei, mensagem de Dylan, havia esquecido que íamos nos encontrar.
Na mensagem Dylan perguntava onde eu estava, já sabia que ele estava lá me esperando, eram 14:00 e eu não sabia como deixaria Vinnie ali sozinho na cama.
Segurei seus braços delicadamente e me desvencilhei dos mesmos saindo o mais devagar possível, não queria o acordar pois ele parecia estar extremamente cansado, calcei um tênis e apenas coloquei um casaco de moletom já que já estava com uma calça grossa, de ficar em casa mesmo pois estava com muita preguiça de trocar.
Saí dali tentando fazer silêncio e fechei a porta devagar, desci as escadas e saí de casa entrando em meu carro, só queria ver logo essas coisas e voltar para minha cama quentinha com Vinnie.
Cheguei na tal praça e de longe pude avistar os cabelos ruivos do garoto baixo, me aproximei e seus olhos pararam em mim, me sentei ao seu lado no banco de madeira que ficava na frente de um grande lago e esperei que o garoto abrisse a boca para dizer algo.
-- Então... Esses são os prints. - me estendeu seu celular e o peguei sentindo nossas mãos se tocarem, pra mim não foi nada de mais mas vi que o garoto se arrepiou por completo.
Nos prints tinham conversas entre os dois de quando ainda eram namorados, os dois conversavam como se fossem duas almas gêmeas, era uma melação do c*****o e por um momento pensei, eles não pareciam o tipo de pessoa que mandam nudes um pro outro, tinham até conversas sobre apresentar aos pais.
-- Você viu? Passa pro lado. - falou apontando para o aparelho em minhas mãos.
Fiz o que ele disse e passei, na galeria tinham fotos dos dois, estavam na frente de uma igreja e de mãos dadas, ninguem acreditaria ser Josh, ele não era esse tipo de garoto e muito pelo contrário, ele não era esse santo todo.
-- Tô começando a achar que não foi ele. - suspirei, num relacionamento tão santo como esse, como seria possível mandarem nudes?
-- Eu também, mas vamos falar com ele amanhã. - afirmou pegando o celular de minha mão, ficamos em total silêncio, um silêncio constrangedor por sinal.
-- Então... Tenho que ir. - me levantei e lembrei que Vinnie estava sozinho em minha cama e que se acordasse e eu não estivesse lá ele certamente estranharia.
-- Espera, fica. - segurou minha mão e seu olhar era de suplica.
-- Eu tenho que ir Dylan, a gente se vê amanhã. - falei dando um passo e ele se levantou.
-- Cass, a gente pode voltar a ser o que era antes? Sinto sua falta. - falou baixo se aproximando de mim.
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