CAPÍTULO 3

1313 Palavras
Havia pego 6 aulas curriculares e tinha que pegar uma atividade extra, eu estava na biblioteca pegando o material e sabia que eu havia passado do horário pela lua enorme que se refletia na janela. Era a primeira semana e eu me localizava com meu bloco de notas e uma organização minuciosa, meus horários eram das nove até as duas, teria uma parte do meu dia disponível e a noite toda para mim, era perfeito. - Os livros podem ficar com a senhorita uma semana, se quiser pegá-los de novo deve dar baixa e pegar novamente para registro, não rasure, não rabisque e não danifique. Você é novata? - Sim. - Vi que você não teve dificuldade com os livros, pegou alguma extra? - Balanço a cabeça. - Aqui – Ela desliza o formulário. - Tem uma remuneração mensal, pequena, mas que dá para se tornar acessível nos seus horários. - Aqui? - Pergunto surpresa, por um segundo ela retira os óculos, me olha e suspira, colocando novamente e sorrindo. Era gentil e doce. - Sim, fica na parte do direito, como apoio e no tempo que não estiver ajudando ninguém, pode ler e estudar – Ela sorri. - Obrigada – Olho para o crachá. - Senhora Rose – A mulher sorri e eu me viro, arrumando a bolsa no ombro e seguro os três livros, dois exemplares pequenos sobre ética e um sobre história do direito. Eu iria sair de manhã para comprar algumas coisas que eu não havia trazido e o uniforme da universidade, como relaxar e conhecer a boa e velha Nova York. O caminho da biblioteca até o dormitório e de poucos minutos, quando eu deixo a bolsa na cama e os livros na mesa eu me movo e tiro a sapatilha, relaxando enquanto puxo o celular e vejo que são 7:56, disco para o meu pai e ele não atende, tento mais uma vez e ele atende. - Na hora certa, querida – A voz amigável me aquece. - Como foi seu dia? - Ótimo, eu acabei de chegar da biblioteca do campus, acho que vou fazer minha extra lá, ainda ganho uma grana para comida, o que acha? - Sabe que não quero que você trabalhe, isso tiraria seu foco. -Pai e na biblioteca, peguei o formulário e dá para estudar no meu tempo livre, acho que a mulher foi com a minha cara, o que é ótimo. - Quem não vai, você é especial e inteligente, só um cego para não ver isso. - Como anda as coisas, pai? - Bem, o escritório pegou um bom caso hoje, das Indústrias Keller. - Exportadora? Eu sabia que ia conseguir. - Eu te mando o caso para ver e estudar, vamos ver se tem perspicácia para ver o que penso em fazer. E aí nos dois nos entendíamos. Era como um jogo, eu não havia escolhido o direito por nada, era meu sonho e a coisa que mais me empolgava, com quinze anos eu lia todos os relatórios que papai levava para casa e os discutia com ele, estar aqui era seguir um sonho e também a vontade de fazer a faculdade que minha mãe passou. Meu pai dizia que era bobeira, mas era como seguir algo dela, com ela, mesmo ela tendo partido cedo. Eu sabia que em algum lugar ela estava sentada, olhando pra mim e por mim. Aqui era onde ela passou parte do tempo antes de me ter, estudando até se formar e depois se casar com meu pai, depois nos deixar. - Eu estou adorando meus professores – Comento. - Sua colega de quarto, como ela é ? - Animada, organizada e carismática – Dou um sorriso. - Mais tem um m*l humor do cão quando acorda. - Teve problemas? - Não, ela se encaixou bem comigo, ela também faz direito, acredita? - Isso é ótimo, da mesma turma que você? - Não, ela é veterana, até me disse sobre emprestar os livros que ela tem – Eu me levanto e vou até cômoda e olho para os cadernos dela organizados. - Achei uma boa companheira – Comento e posso escutar o suspiro de alívio dele. - Não conheceu mais ninguém? Ninguém perturbou você? - Ainda é cedo para dizer, é minha primeira semana, mas tem muitas pessoas, agitado tudo isso e ninguém me perturbou – Falo, me aproximando da janela e olhando para o céu e a lua. - Amanhã eu faço a nossa vídeo chamada, como combinamos, fechei com o plano da internet e amanhã nós testamos. - Certo, se você precisar me liga, nos falamos amanhã querida, durma bem. - O senhor também – Quando eu desligo eu suspiro e me aproximo dos três livros que eu havia pago e o formulário. Me parecia tentador. Quando eu puxei a caneta da bolsa a porta do quarto se abriu rápida. - Ei – Falei quando reconheci o garoto. - Louise não está, dê o fora – Encarei o rosto dele e ele se aproximou, os olhos rápidos. Até demais. - Ela está lá embaixo, você precisa me ajudar, eu não sei o que ela tem – Noto o desespero e eu deixo as coisas na cama no mesmo momento. - O que fez com ela?! - Precisa ajudar ela – Ele tenta me encostar e eu me afasto. - Onde ela está? Posso o ajudar, mas não encosta. - Lá embaixo – Eu saio do quarto e descemos as escadas rapidamente, quando eu caminho pela calçada até a caminhonete parada com a porta escura eu noto que está vazia. - Ela não está aqui – Comento. - Vem comigo – Duas mãos seguraram meu braço e eu arregalo meus olhos em desespero total, meu coração da a primeira batida acelerada. - Ei, o que está fazendo?! - Ele me leva para o carro. - Eu não vou entrar, me solta! Ficou maluco?! Escuto o som da risada dele. - Entrar garotinha, vamos dar uma volta rápida – Eu força a minha entrada e quando ele me coloca dentro eu vejo a porta se fechar com força, só escutando o barulho do ‘click' ao meu lado e depois ele que se move e entra no carro e eu me encolho com medo dele. - Não pode me levar, isso é crime. Sequestro! - Com o tempo você descobre que eu sei todo o código penal, de trás para frente grotinha – Ele sai com o carro e eu tento abrir a porta e janela. - Faça igual o carro, fique no automático e relaxa. - Eu vou chamar a polícia, você estará ferrado! - Vai em frente, garotinha – Eu sinto o meu coração bater rápido. - Quem você pensa que e para fazer isso? Eu não fiz nada, pelo amor de Deus, ainda é por aquilo? Por favor, me deixe voltar, eu preciso ir para o dormitório. - Você me dedurou. - Eu já disse que eu não dou meu pescoço para quem eu não conheço, aquilo foi estupidez sua, eu só fiz minha parte, pare, somente pare, você vai entrar em problemas se não me soltar. - Bela filosofia, hora de lidar com ela – Falando isso ele para o carro e sorri. - Pode levar isso para o lado pessoal, garotinha. Eu deixo. - Onde estamos, Riller? - Pela primeira vez consigo falar o nome dele. Meu coração só falta agora sair pela boca. - Fraternidade – Ele abre a porta e vejo ele destravar a minha e abrir, parando ao lado e me dando espaço para que eu desça. - Eu disse que você poderia se queimar – Ele me encara e o sorriso está ali. Meu chão some quando ele me puxa para fora do carro e eu vejo as pessoas, todas bebendo e gritando junto com a música alta. - Bem-vinda ao seu trote, garotinha
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