Era domingo, e havia uma neblina leve pairando sobre Nova York. Donna saiu do Hayden Hall com os fones nos ouvidos, ouvindo uma playlist de jazz francês que Rafael havia recomendado. Com o casaco bege ajustado ao corpo, e uma echarpe cinza envolvendo o pescoço, ela caminhou até a esquina da Washington Square para pegar um táxi. O sol ainda lutava para sair entre os prédios. Quando o carro parou, ela entrou com um suspiro — como se quisesse respirar algo que não fosse o ar carregado de decisões pendentes. Quarenta e cinco minutos depois, o táxi parou em uma rua estreita no Bronx. O prédio era antigo, tijolos escurecidos pelo tempo, janelas com molduras de madeira lascadas, mas ainda assim havia certa dignidade na construção. Havia um peso ali, um silêncio que parecia viver entre as paredes

