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1239 Palavras
Samantha trouxe uma pilha de documentos para serem assinados e depois revisados pelos diretores. — Este é o último — diz. Ao terminar, checo meu celular. Havia duas mensagens de Jason. Tive alguns problemas na hora do embarque, mas já resolvi. Assim que desembarcar, ligo pra você. Recebi uma mensagem do meu informante, e acho que essa pode ajudar. Sentia-me mais aliviada pelas investigações estarem tomando o rumo que tanto queria. Arrumei minha mesa e recolhi minhas coisas. — Estou saindo. — Tudo bem. Até segunda — despeço-me de Samantha e subo para o heliporto. — Podemos ir senhorita — informa o piloto. — Ótimo. Entro no helicóptero e logo ele levanta voou. Tinha que admitir, a vida luxuosa era realmente maravilhosa. Lawrence tinha bom gosto. Ele realmente sabia aproveitar aos luxos que o mundo oferecia. Aproveitei a viagem para ligar para Kori, que fazia tempo que não dava notícias. Para minha surpresa, quem atendeu o telefone foi um homem, o que me fez pensar que tinha ligado errado, mas ele me informara que ela estava no banho e que depois retornava. Mando uma mensagem para Jerry pedindo que ele não se esquecesse de dar notícias sobre ele e Sarah. Ás vezes ficava pensando se ela contara a verdade para ele? Perdi a noção do tempo observando a bela paisagem e quando percebi, já avistava a velha floresta que um dia serviu-me de refúgio. Pousando calmamente no terreno plano, joguei o celular na bolsa. Desci e segui para o carro que me esperava. Em pouco tempo a velha serraria havia mudado bastante. Ordenei que uma reforma geral fosse feita, para que assim pudesse acomodar melhor os funcionários. — Boa tarde senhora — cumprimenta um dos funcionários. — Boa tarde. Sigo para a porta dos fundos onde tinha menos movimento. Passo por alguns funcionários e reconheço um em específico. — Essa é muito boa para móveis, já aquelas, mais densas, são ótimas para telhados — Apollo parecia bem à vontade com os outros funcionários. Quando percebe minha presença, ele se aproxima. — Pelo visto já está bem à vontade… — digo. — Sim, eles são fáceis de lidar. — São sim. São ótimos homens. — São. Mas, o que faz por aqui? Já veio fiscalizar meu serviço? — Não. Eu vim para… — Savana — Eric grita meu nome e vem até mim — chegou cedo — ele agarra-me pela cintura e me beija. — Terminei cedo o que tinha para fazer na empresa. — Que bom, assim passamos mais tempos juntos. Apollo permaneceu imóvel. — Eric, este é Apollo, o novo analista de qualidade. Eric o olha relutante até decidir estender-lhe a mão. Apollo o cumprimenta rapidamente. — Tenho que terminar de orientá-los, com licença — Apollo se retira. — Parece que ele não foi muito com a minha cara. — Não começa… — rebato. — E eu espero que seja isso mesmo, assim ficamos quites — conclui. Rio. Eric permanece olhando para Apollo. Passo a observá-lo também e noto o quanto ele tinha desenvoltura no quesito conversação. — Está com fome? — Estou. — Venha — Eric me puxa. Olho uma última vez para Apollo, e para minha surpresa ele me fitava. Seguimos para a área de refeições. Comemos algumas frutas e jogamos conversa fora, até que chegasse o fim do expediente. — Já volto — Eric se levanta e vai até um homem. Levanto e sigo até o banheiro do escritório. Quando passo pela porta do vestiário, paro abruptamente. Um homem terminava de vestir a parte de baixo de sua roupa. Suas costas eram definidas por músculos que pareciam ter sido ganhos devido ao trabalho árduo. O homem pegou uma camisa preta e virou para o pequeno espelho na porta de seu armário; jogou o cabelo para trás e passou a mão na no rosto. Ao virar na direção da porta, encolho-me rapidamente, era Apollo. Torço para que ele não tenha me visto. Saio tentando fazer o mínimo de barulho possível, mas foi em vão — Precisa de alguma coisa? — pergunta ele atrás de mim. Viro e meus olhos seguem para seu tórax exposto. — Eu… Apollo olhava-me como se esperasse uma resposta. — Sim… — Estou indo ao banheiro… — digo. — Se quiser usar o daqui… Não há mais ninguém. — Não, obrigada. Usarei o do escritório. — Tudo bem então. Até segunda. — Até. Apollo joga a camisa no ombro e sai. Solto o ar que estava preso em meus pulmões, e finalmente sinto-me aliviada. Sigo para o banheiro rapidamente, antes que ele inventasse de voltar apenas para me deixar ainda mais sem jeito. Lavo meu rosto e sigo de encontro com Eric. — Onde estava? — pergunta. — Fui ao banheiro. — Vamos? — Claro. Eric pegou a caminhonete e seguimos para a sua cabana, onde David fizera questão de permanecer com os demais. — Vejam só quem chegou! — Jim vem até mim e me abraça fortemente — caramba, você está ainda mais linda. — Obrigada. — Savana — David aparece, e com ele vem o alívio de ter alguém tão especial por perto — há quanto tempo. — Verdade, desculpa por demorarmos tanto para vir. Temos estado muito ocupados. — Entendo — diz sorrindo — venham, precisamos pôr o papo em dia. Entramos na cabana de David e para minha surpresa continuava do mesmo jeito. — Parece que foi ontem que entre aqui pela primeira vez. — Não faz tanto tempo assim — Eric ri. — Quase dois anos… — Verdade, o tempo passa muito rápido. E como você está Savana? — Trabalhando muito. — Savana? — olho para a porta e sinto meus olhos se encherem de lágrimas, corro na direção de Tyler e o abraço fortemente — há quanto tempo. — Não faz ideia da saudade que senti. Solto-o um pouco e vejo que ele continuava o mesmo. — Você não mudou nada… — Já eu não posso dizer o mesmo de você — diz sorrindo — você está ainda mais bela… Tyler olha para Eric e parece se emocionar. — Irmão… Ver os dois se abraçarem me deixava ainda mais feliz, pois significava que não havia ficado nenhuma mágoa. Jim se aproxima e começa a fazer perguntas de como era a vida de um milionário. — E então, ainda estão tentando ter outro bebê? — engasgo com ar e olho para Eric. Jim percebendo meu desconforto, sorri sem jeito. — Adorei o trabalho que fez Savana — diz David tentando quebrar o gelo — reformou a serraria, deu trabalho há muitos das redondezas. — Não fiz mais que minha obrigação. — Verdade, fez um trabalho maravilhoso. Sempre que via David, sentia a necessidade de perguntar se ele tinha notícias de Susana. — David… — Não, não tive mais notícias… — responde me interrompendo. Era decepcionante saber que uma pessoa sabia tanto e não queria nos ajudar. Quer dizer, me ajudar. Eric fez-me prometer que desistira de encontrar o filho de Lawrence, mas diante de tudo o que já passei, jamais faria isso. — Ficarão para o jantar? — Sim. — Ótimo, preparei seu prato favorito Savana. — Porque você não é assim Eric? — bato em seu braço e ele ri. — Meus dotes são outros, e você sabe disso. Sorrio diante de seu comentário. — Podemos ir? — David nos indica a mesa de jantar. Seguimos todos para a mesa e jantamos como uma bela família.
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