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1210 Palavras
— Claro — respondo depois de alguns segundos. Jason senta a minha frente. — Você está bem? — indaga preocupado. — Não. — O que houve? — Acharia tudo isso, uma tremenda loucura. — Bem, então já sabe que pode contar comigo. Respiro fundo e tento encontrar as falar certas. — Não sei porque, mas tenho visto Lawrence. — Lawrence? — Eu sei. Ele está morto, mas… — Você tem trabalhado demais, deveria tirar umas férias. — Não me sinto cansada, e sabe disso. Jason me observa por algum tempo. — O que tem pra mim? — pergunto sem rodeios. — Nada que você não saiba. — Qual é Jason, então estou te pagando pra que?! — Calma, consegui algo, não achei muito relevante, mas quem sabe possa ajudar em algo. — Então diz! — Encontrei dois registros, um na Alemanha e outro na Bélgica. O da Bélgica, podemos descartar, minha fonte disse que não era um menino. Já o da Alemanha, há fortes indícios de que possa ser uma pista. — E isso não é relevante? — O problema é que tem o nome do pai. Você não disse que o garoto talvez não tenha sido registrado? — Eu sei, mas foi apenas uma suposição. E também, ele pode ter usado outro nome. — Bem capaz, porque o nome que está no registro é Antony Ray. — Antony Ray? Um nome americano, em um registro alemão. Muito estranho isso, não acha? — Nem tanto. Meu informante conseguiu encontrar o pai e o filho do registro. A mãe morreu há alguns anos. — O garoto está com quantos anos? — 28 anos. Mais uma vez a decepção tomava o lugar da esperança. — Voltamos a estaca zero — Jason também estava decepcionado. Meses de trabalho jogado fora. — Obrigada Jason. — Tudo bem. Não se preocupe, se esse filho realmente existe, iremos encontrá-lo. Lhe dou minha palavra. Sorrio em agradecimento. Jason tinha sido um achado único. Jovem, bonito, inteligente e experiente no ramo de detetive. No começo não acreditava que isso fosse dar em alguma coisa, mas tive confiar, não conseguia nem se quer dormir, só de pensar que o filho de Lawrence estava por aí, até possivelmente me observando e eu apenas tentando me esconder. No começo conseguimos algumas pistas significativas, mas aos poucos elas começaram a sumir. Conseguimos até o nome de uma mulher que poderia ser a mãe do filho Lawrence, mas era uma pista falsa. Tentei recorrer a Susana, mas todas tentativas foram falhas, e Eric me fez prometer que eu esqueceria toda essa história. Desisti de conseguir algo com Susana e recorri aos métodos mais comuns, detetives. — Caso tenha alguma novidade, me avise. — Pode deixar. Levanto e sigo de volta para a empresa. Chego a minha sala e não vejo Samantha. Pego meu celular e decido ligar para Eric. — Oi amor. — O que acha de jantarmos fora hoje? — Não ia ficar até tarde? — Consegui antecipar a reunião. — Pode ser. — No lugar de sempre? — Claro, talvez eu demore um pouco. Estamos descarregando um material. — Tudo bem. Me avise quando estiver saindo. — Tudo bem. Até mais tarde. — Até. Desligo o celular o passo a observar os sofá à minha frente. Sigo até o enorme janelão e observo os prédios lá fora. Minha vida havia mudado tão rapidamente nos últimos meses. — Senhora? — Savana. Me chame de Savana, Samantha, custa muito? Samantha sorri. — Desculpe, é o costume. — Diga. — Preciso de algumas assinaturas — Samantha tinha nos braços uma papelada. — Ponha aí em cima, por favor. Ele põe tudo em cima da mesa e sai. Torno a olhar pela janela por mais alguns instantes. Fito meu relógio – 15hr40min – sigo para a mesa e leio a papelada. Depois de assinada, entrego a Samantha e digo que já pode ir embora, e que na manhã seguinte ela repassaria aos diretores. Na hora marcada, Eric chegou. — Você está linda — sussurra em meu ouvido. — Estou com a mesma roupa que sai de casa — rebato sorrindo. — Por enquanto… Deixa só nós chegarmos em casa… Um homem se aproxima de nós e nos indica uma mesa. Durante o jantar conversamos sobre o envolvimento inesperado e inexplicável de Sarah e Jerry. — Pelo menos é alguém que conheço, mas não consigo entender como eles se apaixonaram tão rápido. Ela acompanhou ele e Kori de volta para Nova Iorque e só. — Talvez tenha acontecido algo entre eles quando ela o acompanhou… — Talvez… — tomo mais um gole de vinho e concluo — seja lá o que tenha acontecido, fico feliz. Jerry está feliz, Kori também está… — Nós também estamos — Eric segura minha mão — nunca estive tão feliz em toda minha vida. — Claro que estamos, até porque merecemos. Depois de tudo o que passamos, o mínimo que merecíamos era a felicidade. Depois de jantarmos, seguimos para nosso apartamento na avenida mais movimentada da cidade. Eric foi muito relutante quando o intimei a vir morar comigo. Ou ele viria, ou ele ficaria sozinho na floresta. Tinha obrigações a serem cumpridas. Chegamos tarde da noite. Tentava abrir a porta, mas Eric não deixava. Atrás de mim ele beijava meu pescoço, o que me deixada toda desconcertada. Quando consegui girar a chave, Eric virou-me para ele e uniu nossos lábios. Seu beijo era quente e gostoso. Suas mãos estavam inquietas, percorriam minhas costas a procura de uma brecha. Impaciente, ele rasgou minha blusa. — Você fica bem melhor sem essas roupas… — Pode até ser, mas não posso andar por aí assim. — Mas estamos em casa… Sorrio maliciosamente. Seguro a mão dele e o levo até quarto. Indico para ele sentar na cama. — O que você pretende dessa vez? — pergunta. Afasto-me um pouco mais, e faço o que ele mais queria. Tiro o restante de minhas roupas. — Você é a criatura mais formidável que já conheci — diz de forma maliciosa. Aproximo-me calmamente dele. Acaricio seu rosto e seu cabelo recém-cortado. — Amo você — digo enquanto faço-o deitar. Traço um caminho de beijos que vai da sua boca até o tórax. Arranco sua camisa e cheiro seu pescoço. — Eu adoro esse seu cheiro de terra molhada. É tão excitante… Desço um pouco mais e tiro seu cinto e desço o zíper de sua calça. De forma rápida, ele me vira e fica por cima de mim. — Amo você… — ele beija suavemente meu pescoço — se você fizesse ideia do poder que tem sobre mim… — Eu sei o poder que tenho sobre você, pois é o mesmo que você tem sobre mim; é uma mistura de amor, sedução e malícia. É algo que só encontramos um no outro. Eric olhou-me de forma terna o bastante para que mais uma vez eu soubesse o quanto era amada, o quanto era adora e desejada. Não havia outro lugar que eu poderia estar. Não havia outro homem que pudesse me fazer sentir, tudo o que eu sentia quando estava com Eric. O que nós temos é algo único. É um laço que não se pode romper. Eric acariciou meu rosto suavemente e uniu nossos lábios.
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