O clima noturno que embebedava os personagens, deixou Castanhari e Renata um poucos soltinhos demais pra variar, ainda bem que Bernardo e Fernanda apareceram.
Fernanda segurou nossa protagonista pelo braço, empurrou Castanhari para o lado e saiu do banheiro indo em direção ao nosso grupinho de amigas.
Bernardo, por sua vez, esbarrou em Renata, pegou as cervejas e empurrou Valentim daquele lugar rumo em direção ao nosso grupinho de amigos.
"Ainda bem". — pensaram os protagonistas.
"Que d***a". — pensaram os antagonistas.
— O que foi? — disse Lilian.
— Demorou, viu? — questionou Valentina.
Fernanda encarou Laura um pouco estressada, mas ainda assim, deu o seu melhor sorriso sincero.
— Nada, só uns moleques que estavam atrapalhando e tumultuando a entrada no banheiro.
Laura, sem saber como reagir, apenas concordou.
— Eai? — disse Felipe.
— Demorou pra caraca, hem? — questionou Pedro.
Bernardo, visivelmente irritado com a situação, apenas rebateu os questionamentos amigavelmente.
— Vocês são chatos, viu? Da próximas vez pegue, o Valentim é todo enrolado e vocês abusam demais disso.
Valentim, sem saber o que fazer, balançou a cabeça positivamente.
Ao voltar do caminho do bar, Renata esbarrou em Castanhari. Os dois estavam meio cabisbaixos. O plano havia dado errado e nenhum deles achou que isso poderia acontecer.
— Não rolou, né? — implicou Renata.
— Se você está aqui, é porque não o pegou também! — alfinetou Castanhari.
Os dois pareciam como o tigre e o dragão, ou como os leões da savana africana, brigando por sua presa. Dava pra ouvir o som dos relâmpagos que saem de seus olhos, bem como sentir a fervura das chamas que possuem em seus sentimentos.
Renata e Castanhari certamente não são o 'friend to lovers' que muitos leitores gostam e estão longe de ser o 'enemie to lovers' que é tão popular e típico ultimamente, mas como a trama gira em A MORTE DO ROMANCE, este é um dos primeiros casais que simplesmente deixa o romance o amor comum de lado, única e exclusivamente para sucumbirem em carne, bebida alcoólica e cama.
Sabe-se lá porque, Renata, ao passar por Castanhari, encostou os seus s***s no peito dele, nosso antagonista, para não cair, colocou a mão na cintura dela. Os dois foram parar na parede devido ao empurra empurra da aglomeração que ser formou na festa que à essa altura, já havia perdido completamente o controle.
O fato aqui é que Castanhari puxou Renata para um beijo que ela simplesmente retribui e o joga pra dentro do banheiro. Nosso antagonista se vira para a porta, trancando-a por dentro com o trinco enquanto nossa antagonista de forma completamente não displicentemente, tira sua blusa.
Os dois não se amavam, não se querem e não dão certo como casal, tão pouco como amigos. Mas estamos em pleno Século XXI, entende? Algo assim é casualmente banal de se ver e acontecer.
Castanhari a puxou contra seu corpo lhe dando um beijo daqueles. Renata o encostou na parede arrancando sua blusa de maneira agressiva. Em poucos segundos, os dois se encontravam nus e começariam a fazer algo que com toda a certeza, se arrependeriam, mas que no momento, era tudo o que queriam fazer.
Inevitavelmente, Castanhari e Renata se pegando, chamou a atenção de Laura e Valentim que acabaram vendo o que aconteceu e perceberam que a dupla se trancou no banheiro. Os dois bem que tentaram fugir dos olhares um do outro, mas queria aquilo mais do que tudo.
"É uma d***a ser tímido". — pensou Valentim enquanto tomava outro gole de cerveja.
"Quando é que serei uma mulher de atitude?" — pensou Renata enquanto papeava com as amigas.
O tom chuvoso do vendaval que se formava nos corações de nossos protagonistas estava intimamente ligado aos seus sentimentos. Parecia que quando um estava triste ou aborrecido, fazia com que o tempo se fechasse ainda mais.
"É h******l isso, eu claramente posso ver que Laura e Valentim se querem, mas não fazem nada para darem um passo adiante, o que será que posso fazer?" — pensou Lilian.
"Será que são arromanticos também? Porque não é possível, até eu estou um pouco sem graça ao vê-los se encarando e se querendo, estou encabulada com isso". — pensou Valentina.
"Se o Valentim não fizer nada, vai acabar perdendo a Laura para o Castanhari, não posso bancar o cupido para sempre, é melhor fazer algo essa noite, ou ela irá viajar". — refletiu Fernanda enquanto encarava seu irmão.
"Tenho certeza que a Fernanda pensa o mesmo que eu, se a Laura nem ao menos reagir, Renata acabará fisgando o Valentim, e eles não tem nada em comum cara, que h******l". — avaliou Bernardo olhando para sua irmã.
"Acho que eles devem estar encabulados com essa multidão toda, sabe? Ou então devem ter relacionamentos virtuais e estão tentando se manterem fiéis, porque não é possível, Valentim e Laura precisam se pegar logo". — pensou Felipe.
"Tenho certeza que são arromanticos, porque só uma explicação bizarra assim para eu não vê-los ficando juntos nunca. Pelo tempo que são amigos, já poderiam estar namorando à tempo". — pensou Pedro.
A rapidinha nenhum pouco romântica de Renata e Castanhari acabou e os dois saíram do banheiro,cada um para um lado diferente da festa. Os dois estavam enrolados e completamente bagunçados e descabelados. Não teve um pingo de amor naquela relação, ambos apenas descontaram suas raivas no primeiro corpo que apareceu. Se enfiaram em almas que não eram pra ser deles e banalizaram ainda mais o já banal s**o casual.
Não estou os julgando, afinal, sirvo apenas para narrar a história, mas tenho certeza que se pudéssemos olhar para a alma da pessoa que se deita conosco, teríamos um cuidado melhor ao escolhermos os nossos parceiros de cama, não é mesmo?
"Vou beber um pouco mais e conversar com a Laura". — analisou Valentim.
"Irei virar um pouco mais de vinho e prometo me soltar para Valentim". — avaliou Laura.
Os dois certamente estão indo na mesma direção que Castanhari e Renata, pois não há motivos para não serem verdadeiros uma vez que há amor. O que acontecerá com eles?