5— Renascida das cinzas

1266 Palavras
ANICE Me afastei dele, eu estava quebrada e machucada, meu coração doía e eu tivesse quase morrido afogada, ainda está meio atordoada. O Danillo tinha me machucado da pior forma, eu me senti insuficiente, ele nunca me cobrou sexo e sempre me respeitou, o que adiantou tudo isso? Me respeitou em não me forçar a nada, mas me humilhou, ficando com aquela mulher, enquanto eu a i****a o esperava como uma boba apaixonada. Se não fosse o Felipe, eu não teria descoberto, eu perguntei se ele havia visto o Danillo e ele disse que havia entrado em uma das salas, então o procurei. Quando saí para procurá-lo, eu jamais imaginei me deparar com a cena dele transando com outra. Ignoro os seus gritos me chamando e corro para sair dali, não quero mais saber dele. Fecho os olhos tentando conter as lágrimas que caem como cachoeira dos meus olhos. Eu amo o Danillo... Sim, eu o amo com todas as minhas forças, por isso esta doendo tanto, mais do que eu gostaria, parece que uma parte de mim, foi arrancada. Respiro fundo, enxugo as lágrimas com as costas das minhas mãos, retomo a minha postura e sigo até a saída. Por mais que eu o ame, não o perdoarei, sei o meu valor e quem eu sou e para aonde vou. Fico uns instantes ali esperando um táxi, olho para trás e ele está ali, ele não me viu, mas vejo o conversando com seu pai e chorando. Lágrimas de crocodilo... Eu não serei iludida, não mais... Danillo não me amava e provavelmente não foi a primeira que ele ficou com outra mulher, ele estava brincando com os meus sentimentos, mas o que me deixa mais tris é que não éramos só ficantes, mais também amigos, o que me deixou decepcionada ainda, ele tinha liberdade de me dizer que não era isso que ele queria, que ele não gostava de mim, terminariamos tudo e íamos continuar com a nossa amizade, contudo, descobri da pior forma. O Danillo me traiu. Quão cega e boba eu fui, não enxerguei um palmo na frente do meu rosto. Eu criei um mundo cor de rosa e idealizei um príncipe que não existe e nunca existiu. E eu não quero vê-lo nem pintado de ouro, será apenas trabalho e nada mais. Eu saí daquela festa desesperada e nem sei como sair desse lugar, Danillo está ali e se me ver vai ficar vindo atrás de mim de novo e sinceramente, ele é a última pessoa que eu quero ver hoje. Um carro parou na minha frente e uma porta se abriu, era o Felipe, ele me deu um sorriso e eu apenas acenei, pela minha cara, dava para ver que eu tinha chorado. — Entra Anice! — Disse ele com firmeza, eu realmente não queria entrar, eu estava com vergonha. Felipe já havia me alertado sobre o Danillo e que ele não prestava, mas eu acreditei que ele havia mudado e eu como uma cega não enxerguei isso. Olhei para trás e o Danillo tentava sair dos braços do pai e vim atrás de mim e sem titubear, eu entrei no carro. O Felipe me deu um sorriso amarelo e colocou o meu cinto e depois me estendeu um lenço, que peguei, agradeci e enxuguei minhas lágrimas e o nariz, ele não falou nada, apenas abriu uma garrafinha de água e deu para mim e ainda tremendo bebi. — Obrigada! — Disse sem olha-lo, ele assentiu e deu partida com o carro. Já estávamos muito tempo dando voltas com o carro, até que o Felipe parou numa pracinha perto da praia e abriu a porta para mim e eu saí, estava ventando muito e ele colocou o terno sobre os meus ombros. — Obrigada... — Agradeci ainda meio chorosa. Caminhei na orla ele veio andando do meu lado, calado, após alguns minutos caminhando, ele disse. — Você está melhor? Pela primeira vez o olhei e ele demonstrou compreensão. — Não, mas vou ficar... — Disse suspirando. — Foi ele, foi o Danillo que te fez chorar? — Disse com raiva. Engoli em seco e balancei a cabeça em um gesto positivo, algumas lágrimas caíram de forma involuntária, ele as limpou com o polegar. — Você sabe o quão linda você é? E que ele não te merece, você pode ter quem você quiser... — Olhei para ele e baixei a cabeça, nesse momento me sentia horrível, a minha alto estima, era baixa estima, ele pigarreou e disse baixo, como um sopro. — Inclusive eu. Nesse momento o olhei para ele de uma forma surpresa e deu um sorriso amarelo. — Sempre gostei e você, sabia que enquanto estivesse com ele, eu não teria chance... — Eu... Eu nunca percebi. — Sim, eu sei, só tinha olhos para ele, por isso nunca disse nada, eu te respeitei, é dele que você gosta! — Disse meio sem ânimo. — Mas se me der uma chance, eu te faço esquecer ele, serei paciente até que me ame também. — Eu estou machucada, não quero te usar, eu ainda gosto dele... Abri o jogo. — Eu sei, mas eu vou curar as suas feridas e vou te fazer me amar um dia... Nesse momento não pensei em nada, só queria aliviar aquela aplacar dentro de mim, ele se aproximou de mim e ergueu o meu queixo e tomou os meus lábios, num beijo calmo e ele beijava muito bem, me deixei levar... Afastei-me e ele sorriu, e passou o polegar no meu rosto fazendo carinho. — Vamos, eu vou te levar para casa. — Pegou a minha mão. Fizemos o percusso em silêncio, eu não sabia que ele tinha dinheiro, ele trabalhava de estagiário na empresa, mas provavelmente deve ter, o carro dele parece com o do Danillo, iria perguntar isso outra hora, pois esse não era carro de um simples estagiário. E sinceramente, não quero mais envolver com garotos ricos. Assim que paramos na frente da minha casa, ele abriu a porta do carro para mim e fomos caminhando até a minha casa, me despedi dele com um abraço e já ia entrar, mas ele me puxou e tomou a minha boca num beijo sedento, eu estava carente e frágil, mas não podia me deixar levar. Eu abrir os olhos e me afastei. Ele sorriu e eu coloquei o cabelo atrás da orelha sem jeito. — Boa noite Felipe... — Disse nervosa. — Bom dia Linda! — Ele se afastou e disse. — Amanhã passo aqui para te pegar. Ele andou rápido como se não me desse chance de negar. Ainda meio atordoada entrei em casa e assim que fechei a porta, encostei as mãos e testa na mesma e disse com pesar. — Jesus! O que foi que eu fiz? Se já estava enrolada, me enrolei mais ainda. Expulsei esses pensamentos, eu não devia satisfação a ninguém, eu acabei de ser traída. Eu fechei os olhos com força, respirei fundo e me recompus, tirei os meus sapatos e a minha mente voltou as cenas do Danillo, com toda certeza não foi a primeira vez que ele fez aquilo. Subi para o meu quarto, cuidando para não fazer barulho para a minha mãe não ouvir. No chuveiro, deixei a água levar a minha dor. Nunca mais ninguém brincaria comigo e com os meus sentimentos, faria jus ao meu sobrenome, renasceria das cinzas. Troquei de roupa e deitei na cama e chorei mais ainda, nem me dei conta de quando eu dormir, amanhã tinha mais uma festa, então, eu tinha que está cedo na empresa...
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