Rafael
Ela não recuou.
Eu a observei por mais alguns segundos, meus dedos ainda pairando sobre a pele macia de seu pescoço. Ela tremia, mas não de medo; era mais uma tensão latente, como se ela estivesse à beira de algo desconhecido. Seus olhos estavam fixos nos meus, cheios de um misto de hesitação e curiosidade. Eu sabia que ela sentia o mesmo que eu, aquele desejo pulsante que ardia sob a superfície, esperando para explodir.
O calor entre nós era palpável, e eu podia sentir o leve aroma de sua pele no ar. Uma mistura suave de perfume com o salgado de sua pele aquecida pela festa. Meu corpo reagia a isso de uma maneira que eu não conseguia controlar. Era como se cada fibra do meu ser estivesse sendo puxada em sua direção. Eu a queria. Não apenas de uma maneira superficial, mas de uma forma mais crua, mais primitiva. Cada movimento dela, cada olhar, alimentava o fogo que já queimava dentro de mim.
Meu toque no pescoço dela era suave, quase um teste para ver até onde ela me deixaria ir. Mas quando vi que Bianca não recuava, que ela continuava ali, firme e decidida, algo dentro de mim despertou. Era como se um instinto adormecido tivesse sido ativado. Eu sabia que ela estava com medo, podia sentir sua respiração acelerada e o leve tremor em seu corpo, mas também sabia que ela estava atraída pelo mesmo desejo que me consumia.
Eu dei mais um passo em sua direção, encurtando a distância entre nós até que não havia mais espaço para fugir. Meu corpo estava a poucos centímetros do dela, e eu podia sentir o calor que emanava de sua pele. O desejo que eu vinha tentando controlar estava começando a escapar, e naquele momento, eu soube que não havia mais volta. Eu precisava dela, agora.
Sem pensar, levei minha outra mão ao seu rosto, segurando-o com firmeza, mas sem brutalidade. Meus dedos deslizaram pelo contorno de sua mandíbula, enquanto meus olhos se fixavam nos dela. O medo e o desejo se misturavam em seu olhar, e aquilo me deixava ainda mais louco por ela. Queria ver até onde ela aguentaria, até onde ela iria comigo.
— Você não faz ideia do que está começando — murmurei, minha voz rouca, baixa, quase um sussurro.
Ela permaneceu em silêncio, mas seu corpo respondeu. Sua respiração ficou ainda mais rápida, e eu senti o leve estremecer de seu corpo sob o meu toque. Ela estava completamente à mercê do momento, e isso só aumentava a minha necessidade de tomá-la para mim.
Minha mão deslizou de seu pescoço para sua cintura, puxando-a suavemente em minha direção. O choque do nosso contato direto fez algo primal se acender dentro de mim. Eu podia sentir o ritmo descompassado de seu coração através de suas roupas, e cada batida parecia sincronizar-se com o desejo que corria pelas minhas veias.
Bianca entreabriu os lábios, como se fosse dizer algo, mas não disse nada. Ela apenas me olhava, seus olhos cheios de uma mistura de submissão e desafio. Aquilo me fez sorrir. Ela era forte, eu podia ver isso. Mas naquele momento, estava tão vulnerável quanto eu.
— Não adianta lutar contra isso — continuei, deslizando a mão pelas suas costas, sentindo o contorno de seu corpo. — Você sente tanto quanto eu, não é?
Ela não respondeu com palavras, mas o leve gemido que escapou de sua boca foi resposta suficiente para mim. Isso me fez perder o controle que eu estava tentando manter. Todo o autocontrole que eu tinha se desfez naquele instante, e tudo o que restou foi o desejo avassalador de possuí-la, de sentir cada parte dela.
Minhas mãos seguraram sua cintura com mais firmeza, puxando-a de vez para mim. Nossos corpos agora colados, e o calor de sua pele contra a minha era eletrizante. Meus lábios desceram lentamente para o seu pescoço, enquanto eu inalava o perfume suave que ela usava. A textura macia de sua pele sob meus lábios era quase demais para mim. Eu podia sentir seu corpo reagir, estremecendo sob meu toque, e isso só alimentava o desejo que me consumia.
Ela arqueou o corpo levemente em resposta, e eu soube que ela estava tão perdida nesse jogo quanto eu. Isso me deu o que eu precisava para seguir em frente. Meus lábios começaram a explorar o caminho do seu pescoço até o ponto onde sua clavícula despontava. Cada toque era uma mistura de possessão e desejo, como se eu estivesse marcando o território que sabia que seria meu.
Mas eu queria mais. Precisava de mais.
Eu levei uma das mãos ao seu rosto novamente, inclinando seu queixo para cima, fazendo-a me encarar diretamente. Seus olhos estavam turvos, cheios de desejo, e eu sabia que ela estava pronta para o que viesse a seguir. Aquilo só fez o desejo dentro de mim crescer ainda mais, uma fome insaciável que parecia queimar cada célula do meu corpo.
— Eu vou te mostrar o que é querer alguém de verdade — murmurei contra seus lábios, antes de finalmente capturá-los com os meus.
O choque do nosso beijo foi como uma explosão. Era tudo o que eu esperava e mais. Seus lábios eram suaves, mas havia uma urgência em seu beijo que correspondia ao fogo dentro de mim. Eu a puxei para mais perto, aprofundando o beijo, enquanto minhas mãos exploravam cada centímetro do seu corpo que eu conseguia alcançar. Eu queria gravar a sensação dela em mim, como se isso pudesse acalmar a tempestade de desejo que me consumia, mas sabia que não seria suficiente.
Ela gemeu suavemente contra meus lábios, e aquilo foi como gasolina jogada em um incêndio. Meu corpo inteiro reagiu, e eu sabia que não havia mais volta. Eu precisava dela mais do que nunca, precisava sentir cada parte sua, tomar tudo o que ela tinha para oferecer.
Minhas mãos desceram pelas suas costas, até encontrarem a curva de seus quadris. Apertei sua carne com uma firmeza controlada, e ela arqueou o corpo em resposta, como se estivesse implorando por mais. Meu desejo por ela era quase insuportável agora, e eu sabia que não poderia me segurar por muito tempo. O som da festa ao nosso redor parecia desaparecer, e tudo o que restava era o som de sua respiração ofegante e o bater acelerado do meu próprio coração.
Eu a empurrei suavemente contra a parede mais próxima, pressionando meu corpo contra o dela. O calor entre nós era intenso, quase esmagador, mas eu não me importava. Tudo o que importava naquele momento era Bianca, a forma como ela reagia a cada toque meu, como se estivesse sendo consumida pelo mesmo desejo incontrolável que me dominava.
— Eu te avisei — sussurrei contra seus lábios, enquanto minhas mãos exploravam seu corpo com uma necessidade crescente. — Você não faz ideia do que começou.
Ela soltou um suspiro trêmulo, e eu soube que ela estava entregue. Não havia mais resistência, não havia mais hesitação. Bianca estava nas minhas mãos, e eu a teria da maneira que quisesse.
Com um último beijo voraz, eu deslizei as mãos por suas coxas, erguendo-a levemente, fazendo-a se prender ao meu corpo. Ela envolveu suas pernas ao redor da minha cintura, e o calor de seu corpo pressionado contra o meu me fez perder o último vestígio de controle.
Eu sabia que, a partir daquele momento, não havia mais volta para nenhum de nós. O desejo incontrolável que eu sentia por Bianca era uma força que não poderia ser parada, e enquanto eu a segurava firmemente contra mim, tudo o que eu podia pensar era no quanto eu a queria, no quanto eu a teria.
E nada, nem ninguém, poderia me impedir de fazer isso.