A Garota de Tom Riddle

25 de outubro de 2007: Quando eu vi seus corpos caírem no chão sem vida, eu fiquei em choque, não conseguia pensar em mais nada, apenas que eu deveria pegar aquela bolsa que minha mãe segurava fortemente em seus braços sem vida. Levantei-me do chão e percebo que minhas pernas estavam sem forças, mas eu tinha que fazê-las cooperarem. Pego a bolsa e a varinha de minha mãe e começo a correr. Corro deixando os corpos dos meus pais para trás. Os três aurores que ainda estavam parados tentando raciocinar o que tinha acabado de acontecer, começaram a correr atrás de mim. Eu já estava dentro de uma floresta e ela era vasta em sua biodiversidade, eu tinha medo de florestas por elas serem escuras e úmidas, mas era a única alternativa se eu quisesse sobreviver. Nossa família ou qualquer família que ainda compactuava com a ideologia do antigo Lorde das Trevas estava sendo caçado desde 1998. Já tinha se passado nove anos desde que o "Grande Lorde das Trevas" caiu e o mundo continuava um caos. O ministério tentava de tudo para corrigir os erros que cometeram e os Comensais da Morte tentavam de tudo para que esses erros continuassem, para que eles fossem capazes de levantar seu mestre, mas já passaram nove anos e nada aconteceu. Eu nunca fui capaz de ver ou conversar com um Comensal sem ser os meus pais. Porque eles me esconderam, eles me esconderam do mundo. Eu entendia o motivo deles terem feito isso. Eu também entendia os motivos dos meus pais terem aquela marca apagada em seu antebraço, entendia o motivo de eu estar correndo, mas eu ainda não compreendia o porquê de o grande Lorde das Trevas ter caído. Ele não era o temível Lorde das Trevas? Então como ele conseguiu sucumbir a morte? Como ele deixou um garoto de 17 anos matá-lo? _ Ei, garota, pare de correr! Me deixe te ajudar e em troca você me entrega essa bolsa que tal? - Gritou um dos aurores que estava correndo atrás de mim. _ Ela não vai te dar nada. - Gritou outro auror. _ Ela deve que também iremos matá-la. Já que acabamos de matar os seus pais _ Não coloque a culpa em mim, quem matou foi o Harry. - Gritou o ruivo. A bolsa que eu levava continha livros de magia das trevas, arquivos sobre todos que foram Comensais da Morte, dinheiro e o mais importante... Como fazer seu próprio vira-tempo. Mamãe tinha feito três vira-tempos, mas nenhum deles pulava décadas e sim, anos. Ela me ensinou como fazê-los, modificá-los e transfigurá-los sem usar uma varinha. Eu ainda corria, mas eu não escutava mais ninguém, só ouvia minha respiração e os batimentos do meu coração, as lágrimas já secas me lembravam que meus pais estavam mortos por tentarem me salvar. Tentando salvar a segunda linhagem Malfoy. Olho para os lados e vejo uma caverna e vou em sua direção com passos lentos, já que eu não queria que eles me encontrassem por causa dos barulhos que eu fazia ao correr. Entro na caverna e escuto alguns barulhos de morcegos e de goteira. Eu me encosto na parede que continha lodo e deixo que minhas pernas desabassem no chão. Encolhi-me no chão e finalmente sinto que eu estava sozinha no mundo, não voltaria para a casa do meu avô, não queria ser torturada novamente. Mas eu não tinha nenhum lugar para ir ou eu tinha? Eu queria vingança contra esse mundo, mas eu realmente queria isso? Minha respiração começou a ficar calma e meus pensamentos começaram a ficar mais claros e eu finalmente decidi o que eu iria fazer. Eu não ligava para as palavras de minha mãe pedindo para que eu nunca fosse para Hogwarts por causa do meu sobrenome. Avery e Malfoy. Dois sobrenomes que seguiam o Lorde. Eu ainda lembrava das coisas que minha mãe me contou há alguns anos. Coisas que naquele ano eu não entendia. ───※ ·❆· ※─── 23 de janeiro de 1999: Nós estávamos no quarto que meu avô tinha proporcionado para mim, ele era antigo e úmido, mas era o que tinha para aquele momento. Minha mãe me fazia cafuné e pensava em algo, até que ela perguntou: "Leesa, você sempre teve essa curiosidade de saber sobre a minha família, não é? - Perguntou minha mãe." "Sim. - Sorri para ela." "Como eu não sei o dia de amanhã, eu irei te contar. - Deu um grande suspiro e começou a falar: _ Meu pai se chamava Abraxas Malfoy e ele também seguia o Lorde. Meu pai estava comprometido com uma bela francesa. - Parou de falar para tentar achar uma palavra que fosse menos machista, mas não encontrou. _ Ele tinha necessidades de homem. - A olho e tento entender o que seria isso." "O que seria isso?" "Uma coisa tão depravada que eu não tenho palavras para tentar descrever. - Disse suspirando. _ Ele acabou encontrando a irmã de seu amigo Avery e achou ela belíssima naquela hora e por causa disso a seduziu para levá-la para cama. - Tossiu sentindo suas bochechas queimando." "Nojento. - Digo olhando para o nada." "Sim, muito nojento, então ele acabou engravidando a sua avó." "E qual era o nome dela?" "Laverna Avery, uma bastarda da família. Quando sua avó descobriu que estava grávida, ela pegou uma boa quantia de galeões e sumiu. Ela tinha apenas vinte e acabou sendo desonrada, foi um dos motivos que ela fugiu. E eu acabei nascendo em março de 1961. "Isso é horrível! - Digo a olhando." "Isso é verdade e um dia eu espero que você bata em seu avô. - Sorriu." "Como eu poderia fazer isso?" "A mamãe não te ensinou a fazer vira-tempos? - Perguntou e eu concordei com a cabeça. _ Então querida, um dia você vai voltar no passado para reerguer o Lorde." "Hm. - Penso no que ela acabou de falar e não entendo nada. _ Continua, mamãe. - Aquela história era muito interessante." "Claro. - Proferiu voltando a contar a sua história. _ Como a minha mãe era bastante nova, o seu corpo e núcleo mágico eram fracos e por causa disso quando ela me deu à luz acabou ficando muito doente. Ela cuidou de mim até os meus onze anos quando a carta de Hogwarts chegou e ela finalmente deixou o mundo que ela tanto desprezava." "Você ficou triste? - Digo alisando seu rosto." "Sim, mas eu fiquei feliz por ela, ela sofria demais, minha pequena. Quando a professora Minerva me chamou para me sentar no banquinho, eu estava com medo." "Por quê?" "Meu sobrenome também tinha Malfoy e eu fiquei com medo por pensar que ele poderia estar no pergaminho. Mas apenas tinha o sobrenome Avery e o irmão da minha mãe não se importou com aquilo." "E você encontrou o seu irmão? Talvez o seu pai?" "Encontrei eles no Beco Diagonal algumas vezes, mas meus cabelos não eram loiros e foi mais fácil apenas vê-los de longe, mas eu iria reencontrá-los por causa de seu pai. - Sorriu me beijando. _ Em 1973, eu comecei a conversar com seu pai e acabei me apaixonando por ele. "Foi amor à primeira vista? - Pergunto sonhadora." "Não, mas foi algo mágico para mim, mas ele apenas me via como amiga e aquilo destruiu meu coração. Em 1975 ele me pediu em namoro e eu fiquei bem confusa com aquilo, mas eu acabei aceitando, já que eu o amava desde 1973. Namoramos por cinco anos e em 1980 ele acabou me pedindo em casamento, mas tinha uma condição." "E o que era?" "Eu tinha que fazer o Lorde me colocar no Círculo Íntimo." "E se ele não a colocasse?" "Seu pai não iria se casar comigo. - Falou triste. _ Eu realmente não gostei dessa condição, mas eu "estava" apaixonada por ele. Em 1981, quando o Lorde sumiu, eu estava grávida de um menino, mas eu acabei perdendo-o. "Eu teria um irmãozinho?" "Sim. Mas em 1991 acabei tendo você, foi uma gestação calma em termos, já que o Lorde ainda estava desaparecido. Mas você tem que me prometer uma coisa. "E o que seria?" "Nunca, em hipótese nenhuma, vá para Hogwarts quando fizer seus 11 anos, me promete?" "Eu prometo, mamãe. - Digo cruzando os dedos em minhas costas. Ouvimos uma batida na porta e soubemos que teríamos que pegar as nossas coisas e começar a fugir novamente." "Já arrumou as suas coisas? - Concordo com a cabeça. _ Iremos retomar nossa fuga." ───※ ·❆· ※─── Mamãe tinha razão, como sempre. Percebo que os aurores não iriam mais vir atrás de mim, então peguei a varinha de minha mãe que estava no chão da caverna e faço um Lumos para procurar um vira-tempo na bolsa. Pego o vira tempo de ouro com algumas joias em sua volta e coloco no pescoço, coloco a bolsa no ombro e giro uma vez o vira-tempo e, sinto o mundo rodar e ouço um barulho irritante no ouvido. Eu estava no mesmo lugar, mas eu sabia que era uma época diferente, começo a andar novamente pela floresta e acabo saindo em uma rua asfaltada. Ando mais alguns quilômetros e vejo uma rua deserta com casas abandonadas. Olho para algumas casas e sem pestanejar entro em uma. Estava com a varinha em punho e verificava se tinha alguém na casa, mas não tinha ninguém, felizmente. A casa ainda tinha água, luz e móveis, a guerra ainda continuava mesmo sendo 2006. Subo os degraus e eles estalaram pelo meu peso sobre eles. Avisto várias portas e abro a primeira, vendo que era uma suíte, o papel de parede estava desgastado, mas seus móveis estavam em um bom estado e não tinha cheiro de mofo. Tinha um espelho empoeirado e passo a mão nele. Depois de olhar em volta, eu vejo minhas condições e percebo que eu precisava de um banho e de roupas novas. Deixo a bolsa em cima da cama e vou em direção do banheiro, começo a retirar minhas roupas e jogo no cesto de roupa que tinha ali e, vou em direção do chuveiro. Quando eu termino de tomar banho, eu nem mesmo me importo com a falta de toalha e entro no quarto indo em direção do closet. Por algum milagre tinha roupas dentro do Closet e elas me serviam. Com as roupas colocadas, eu me sento na cama e começo a retirar as coisas da bolsa para começar a estudar um pouco sobre as pessoas do ano de 1940. ───※ ·❆· ※─── Às horas se passaram e eu tive que acender a luz para continuar a ler e anotar algumas coisas. Quando terminei de ler um dos livros, eu comecei a desmontar um dos vira-tempos para modificá-lo. _ Nunca pensei que construir vira-tempo seria tão monótono sem a senhora. - Falo pensando na minha mãe. Modificava e transfigurava o vira-tempo por uma bijuteria e finalmente consegui um anel. Acabei fazendo apenas um, mas eu não iria testá-lo agora, estava tarde e eu queria dormir. O sono batia na porta e eu tentava não o deixar entrar. ───※ ·❆· ※─── O céu lá fora estava cinza e parecia que iria chover, me viro e olho para o teto pensando se era uma boa ideia viajar no tempo, claro que não era, mas eu queria que todas aquelas pessoas morressem dolorosamente e eu iria ter isso. Levantei-me da cama e vou em direção ao banheiro para tomar um banho. Quando terminei de tomar banho, eu fui até o closet e peguei roupas que me serviam. Olhei para a minha mão e giro o anel no meu dedo. Penso novamente e bufo por causa disso. Eu já tinha lido algumas coisas sobre 1940 e eu já sabia que Grindelwald era o Lorde das Trevas daquela época, mas eu não ligava. Retiro o anel do meu dedo e transfiguro ele novamente para um vira-tempo dourado com pedrinhas pretas, coloco ele no pescoço e pego a minha bolsa e coloco no ombro, olho para os lados para ver se eu esquecia alguma coisa e não esqueci de nada. Não sabia em que ano dos anos 40 eu poderia ir, então eu rodei mais de cinquenta vezes o vira tempo e, quando o vira-tempo começou a tremer, eu o soltei. Fechei bem os meus olhos e aquele zumbidos no ouvido e tontura vieram como passe de mágica. Mas em pouco tempo ela se foi, e eu começo a abrir meus olhos e quase surto quando eu vejo onde o vira-tempo tinha me levado. Será que eu coloquei algo nele para que ele me levasse para onde eu queria? Ele não deveria ter essa função. Dou alguns passos e olho para o penhasco que tinha na minha frente, e percebo que tinha que ter uma escola por ali, mas não tinha. Olho para os lados e avisto quatro pessoas com roupas de época fazendo uma ponte, eu tinha duas opções girar o vira-tempo novamente ou gritar perguntando sobre essa época. Sem pestanejar corri para o início da ponte e grito perguntando: _ Ei, vocês. - Chamo atenção deles. _ Quem são vocês? Eles me olharam assustados e logo quatro varinhas estavam apontadas na minha direção, eu queria muito correr, mas não conseguia, então eu dei meu melhor sorriso sarcástico e pergunto novamente. _ Quem são vocês? _ Nós que deveríamos perguntar quem é você? - Perguntou a mulher com cabelos escuros. _ Bom, eu fiz a pergunta primeiro, então é falta de educação fazer outra sem responder uma. - Respondi afrontosa e a mulher suspirou e falou: _ Sou Rowena Ravenclaw e esses três comigo são Godric Gryffindor. - Apontou para um homem robusto. _ Salazar Slytherin. - Ele tinha feições severas. _ Helga Hufflepuff. - Ela tinha um sorriso no rosto, mas eu sabia que eu não poderia confiar. _ Agora quem é a senhorita? _ Então vocês são os quatro fundadores! - Digo espantada e aflita. _ Que beleza, em vez de voltar décadas, eu voltei milênios. - Eles me olhavam estranhando o meu linguajar, mas como eu já dei algumas indicações que eu não era desse tempo, como a minha roupa. Eu disse: _ Me chamo Leesa Avery ou Malfoy, ainda não me decidi. Sou uma viajante do tempo e se me derem licença tenho que ir para Hogwarts de 1940. _ Espera. - Rowena me parou. _ Você disse Hogwarts? - Balancei minha cabeça concordando. _ Salazar, vamos dar o nome dessa escola de Hogwarts. _ Que ideia maravilhosa, Rowena. - Sorriu o homem para a mulher. _ Por favor, me diga mais do futuro. - Ele pediu de um jeito tão educado que eu quase revelei tudo para ele, mas eu não podia. _ Não posso, senhor. Se eu contar mais do que eu posso, irei acabar sumindo e é por isso que eu devo ir embora. - Falei dando alguns passos para trás. _ Não. - Gritou o homem de vermelho. _ Fique, você que deu o nome para a nossa escola, então eu acho justo que você deva merecer pelo menos uma hospitalidade. Eu pensei naquilo e eu achava a ideia boa, eu tinha que terminar de ler alguns documentos importantes para bolar um plano e talvez esse tempo que eu ficasse aqui seria muito bom para isso. _ Godric, sua coragem passa dos limites às vezes. - Salazar sorriu de lado e que sorriso. _ Menina, você é uma sangue puro ou mestiça? - Perguntou fazendo caretas engraçadas. _ Que eu saiba, sou uma sangue puro e eu não quero morrer por veneno de basilisco ou muito menos ficar petrificada. - Proferi dando mais um passo para trás. _ Salazar! Eu te pedi para não trazer nenhum basilisco. - Gritou o homem de vermelho. _ Não sei que ela está falando. - Riu se fazendo de desentendido. O dia estava fresco e os quatro fundadores continuaram a fazer a escola e eu os ajudei como eu podia. Então, com balançar de varinhas e proferindo feitiços, a escola estava sendo erguida. Eu estava empolgada por ajudar os fundadores, mas também estava com medo de fazer uma grande mudança no futuro, se eu já não fiz... revisado.