ALEX NARRANDO
Desligo o celular e deito e fico olhando para o teto. Sei que não fiz o certo, sei que tudo que aconteceu entre nós foi intenso e verdadeiro, mas também ela mentiu, ela não tinha esse direito, eu não era da máfia e ela jogou toda a responsabilidade em cima de mim.
Vou dormir que é o melhor que eu tenho a fazer. Viro a noite inteira na cama, não achava posição e quando pensava que ia conseguir os meus pensamentos eram confusos. Por volta das 6h acordo, vou para academia perto da minha casa e fico até umas 7:30, chego em casa correndo, tomo banho e sigo para comer, que a dona Elena já estava na cozinha e preparou tudo.
Dou bom dia e sento para comer e pego meu Ipad e fico olhando as notícias enquanto como de repente vejo uma notícia de um site americano que me tira o chão, a casa do meu pai foi invadida e os seguranças trocarem tiros com os bandidos,ele é alvejado e encontra-se internado em estado grave.
Porra porque ninguém me falou, mas que droga. Falo alto, nem lembrei que a dona Elena estava na perto.
— Está tudo bem Dr Alex. - Ela me pergunta, meio preocupada.
— Não Dona Elena, o meu pai está internado em estado grave no hospital. - Ligo para o Tom.
— Bom dia amigo, olha eu preciso da sua ajuda. - Ia ve se conseguia ir no jato deles, porque não sei se tem voo para New York para agora.
— Claro, está tudo bem com você? a sua voz tá meio tensa. - Ele fala.
— Preciso ir para New York, meu pai está em estado crítico. Invadiram a casa dele e em troca de tiros com os seguranças ele foi baleado.
— Claro, o avião está a sua disposição. O que precisar estarei aqui. Ja vou ligar para o hangar e mandar preparar.
— Mas amigo, você não me falou que colocou na casa dele um sistema de proteção forte.
— Isso amigo, tem alguma coisa que não está batendo, mas vou descobrir . Aquilo foi a mesma pergunta que me fiz.
— Olha, você sabe que lá temos filiais, o que precisar pode usar o que quiser. - Ele é mais que um amigo para mim,
— Obrigado amigo. - levanto da mesa e vou fazendo uma ligação para Noemi
— Oi amor - Ela atende.
— Oi querida, olha preciso ir para New York, o meu pai foi baleado numa tentativa de assalto a sua casa.
— Sério, poxa, mas como ele está? muito grave? estou indo para lá, e te mantenho informada tá?.
— Quer que eu vá daqui? Posso deixar o Ian com a minha irmã e a babá.
— Olha, deixa primeiro eu chegar lá e aí vejo tudo e te falo. - Precisava saber o que estava acontecendo, não sei se isso foi premeditado, não ia querer colocar ela em perigo.
— Tudo bem eu espero, mas olha vai dar tudo certo, fica calmo ta? - Queria ter essa certeza que ela tem.
— Obrigado, tô tentando não surta. - E era verdade, eu estava bem inquieto.
— Beijo no nosso filho e um em você, se cuidem. Já já vamos nos encontrar. - Desligo.
Termino de arrumar minha mala e sigo para o aeroporto, estava sentindo uma dor fora do comum, sei que ele não me enxergava, sempre fui invisível na sua vida, mas apesar disso eu o amava, ele era meu pai e eu não ia deixar que a minha mágoa me fizesse dar as costas para ele.
Saio de Palermo às 10h da manhã, a diferença era de -5h, cheguei lá por volta das 15h, passei na casa do meu pai, tomei um banho rápido e fui para o hospital.
No hospital procuro os médicos responsáveis pelo tratamento dele, antes mesmo de vê-lo. Fui indicado a seguir para um corredor e falar com a secretaria de Dr Henry
— Boa tarde, me chamo Alejandro Palomo, sou filho do senhor Palomo, gostaria de falar com o Dr. henry caso ele possa me receber,é sobre o estado de saúde do meu pai.
— Claro Senhor Alejandro, só um instante que vou perguntar se ele pode lhe atender. Sente-se por favor.
— Ok, obrigado. - Fico esperando ela voltar. Ela volta e me chama para entrar e sai fechando a porta.
— Boa tarde Dr Henry. - Tinha medo do que ele iria falar. Posso não ter uma boa relação com meu pai, mas eu o amo. Não quero que ele morra.
— Boa tarde Alejandro, sente-se. - Ele indica uma cadeira à sua frente. Eu tinha sido direcionado a procurá-lo na sua sala.
— Bom o senhor já deve saber do porquê da minha vista. Gostaria de saber qual o quadro real de saúde dele. - Falo aquilo com maior angústia que eu já senti na minha vida.
— Bom Alejandro, seu pai chegou aqui em um quadro extremamente grave, ele levou 4 tiros. Ele perdeu o baço, parte do fígado. A hemorragia foi muito grande e de difícil contenção. Mas conseguimos.
— Tivemos que tirar uma bala muito próxima de nervos que podem afetar a sua condição motora. Mas isso só saberemos quando ele sair desse coma induzido em que o colocamos ele. - Essa palavra coma era dolorasa de escutar. Dava muito medo.
— Mas porque ele está em coma induzido? - pergunto para tentar entender melhor a gravidade de seu quadro.
— Fazemos isso no intuito de diminuir as funções cerebrais, e com isso tentar manter as funções vitais com ajuda de alguns equipamentos importantes para o tratamento de pacientes críticos como do seu pai.
— Será que eu posso vê-lo? sei que não está ainda na hora da visita, mas eu moro na Itália, e sou filho único. Tomara que ele não negue o meu pedido.
— Claro, vou abrir exceção para o senhor. Pode me acompanhar.
— Agradeço Dr Henry. - Sigo ele pelos corredores e o meu coração está a mil. Entro em uma sala e coloco máscara, touca, jaleco e ainda uma proteção nos pés.
E sou guiado até ele, ao chegar perto, o vejo deitado, cheio de equipamentos. Não me contenho e choro, segurando a sua mão.
— Por favor pai luta, não desiste da vida, mesmo sabendo que o senhor desistiu a tempos atrás quando a minha mãe morreu junto com meu irmão no nosso parto. Mas luta ór favor.
— Eu sei que na verdade o senhor não vivia, só sobrevivia, não via brilhos em seus olhos para vida. Queria tanto que você conhecesse seu neto, mas você não quis.
Início de Flashback
O telefone chama, e eu estava inquieto, fazia bastante tempo que eu não falava com ele. Até que ele atende.
— Alô.
— Oi pai é o Alex.
— Oi , o que você quer, já não te falei que não queria que você me ligasse mais.
— Eu sei pai, só queria te falar que eu tenho um filho e queria muito que você conhecesse o seu neto. - De repente ele fica mudo.
— Pai?
— Eu não tenho tempo para essas coisas, depois você me manda uma foto e está tudo certo. - Como ele pode ter tanta raiva de mim assim, sem eu ter feito nada com ele meu Deus.
— Deixa para lá pai, pensei que com o tempo você conseguisse mudar, e quem sabe deixasse essa dor do seu peito passar, mas o senhor não muda.
— Essa dor não vai passar nunca, eu perdi a mulher da minha vida, perdi um filho e você ficou, mas eu preferia que ela tivesse sobrevivido. - Ele fala.
— Ok que pai, tudo bem, sinto muito ter sobrevivido. Mas eu realmente não tive como mudar o meu destino de vir ao mundo.
— Assim como você não teve como mudar a sorte da minha mãe.
— Porque tem coisas na nossa vida que são inerentes a nós, simplesmente não era para ser. Mas tudo bem, só lembra pai, o tempo não passa, ele urge, e pode ser muito tarde.
— Tarde para que?
— Viver, e olhar a vida sem essa máscara de ódio e rancor, respirar coisas boas e se libertar de dores que já não fazem sentido.
— Mas pai, isso é uma escolha sua, que ninguém pode fazer por você, mas eu realmente lamento, queria muito que você me visse como um amigo, um filho não como a causa da sua dor.
— Boa noite. - Desliguei aquele telefone e chorei, chorei e chorei e a Noemi me abraçou e afagou a minha dor.
Fim de Flashback
Desliguei o telefone e nunca mais falei com ele. Agora estou aqui chorando, porque apesar de todo o desprezo que ele me deu eu o amo, não sei como, mas o amo. Mas eu sei, porque eu nunca o olhei com o mesmo olhar que ele tem de mim, eu dou a ele o que eu tenho, e o que eu tenho é amor, mas se ele não tem para me dar, é triste, afinal sou seu único filho. Pego em sua mão e choro, mas choro muito com a minha mão na dele.
Cerca de 10 minutos depois eu fui avisado que precisava ir. Pego as coisas que eu tinha deixado na sala que troquei de roupa. O motorista do meu pai que tinha ido me buscar estava lá me esperando.
Volto para casa cansado, derrotado sem ter a certeza que ele vai sair dessa. Vou para um dos quartos de hóspede tomar um banho e trocar de roupa. O meu celular tinha descarregado, ponho para carregar e vou até a cozinha que quando eu cheguei me avisaram que tinha comida pronta esperando. Sento tento comer algo, mas não entra muita coisa e em seguida guardo o que sobrou e subo.
Pego o celular e vejo que tem algumas ligações. Já está bem tarde, mas vejo de quem são. Era da Noemi, do Tom, de alguns amigos lá de Palermo, tinha ligações do Sr Fernando da Paola, até do Marco Bonano. Entro do w******p e para minha surpresa tinha uma mensagem dela.
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