Pré-visualização gratuita Capítulo 01 - Introdução
Meu nome é Maria Júlia, mas todos me chamam de Maju, estou atualmente com 19 anos e moro na favela dos Periquitos em BH e faço o curso de direito, como acabei de descobrir uma traição e me separei do meu ex-namorado acabei enfiando a cara nos livros de vez.
Certa noite minha melhor amiga Estela me chama para um rolê e eu n**o alegando ter uma prova na semana seguinte.
- “Car***o Maju, tu só sabe estudar mina” – resmungou após insistir dez vezes
- “Preciso vencer em algo na vida, já que o amor não rola pra mim” – retruquei em seguida
- “Mas tem que esquecer dessas parada de amor e focar na sentada nos novinhos” – disse ela rindo tentando me animar.
E para ser sincera, realmente comecei a me deixar levar e pensar em aproveitar a vida pois ainda sou muito nova, minha aparência não é de se jogar fora, sou morena com cabelo batendo na cintura com 1,62 de altura e minhas coxas são bem grossas e uma bund* grande também.
Resolvi sair com ela e a nossa outra amiga Jeniffer para um barzinho universitário e ao chegarmos notei uma galera bem jovem, uns fumando narguilé e bebendo, outros até usando algum tipo de droga, devo admitir fazia algum tempo que não saia e havia me desacostumado com esses ambientes cheios. A noite passou rápido e logo me lembrei dos velhos tempos, bebemos bastante e dançamos como nunca havíamos feito, logo me esqueci do par de chifres que aquele babaca me colocou.
Com tantos gatos assim nesse lugar também não iria demorar, estava já muito alegre devido ao efeito do álcool e notei alguns olhares, mas hoje decidi ficar curtindo com minhas amigas e ignorei as cantadas que recebia ao jogar a b***a rebolando ao som de funk que tocava alto em uma caixa de som no fundo do bar, parecia uma pequena boate com alguns jogos de luzes.
Resolvemos ir embora pois não estava pronta para virar noites na farra como antigamente, minhas amigas riram ao me ver cambaleando e as implorando para irmos...
- “Vamos dançar só mais essa música POR FAVOR” – implora Jeniffer quando começa sua música favorita
- “Ai meninas não estou aguentando mais, vou ir lá fora esperar vocês e tomar um ar se não é bem capaz de vomitar aqui mesmo” – eu disse e sai depressa
As duas riram novamente e eu fui para a porta do bar, fiquei parada alguns instantes rindo sozinha me lembrando do ar de liberdade e como aquela sensação era boa, de repente sou interrompida de meus pensamentos com as doidas me gritando para chamar o Uber. Realmente eu era a única que estava em condições, elas não beberam tanto, mas tomaram bala e isso foi o suficiente para não se localizarem bem a esta altura da noite.
Ao chegar em casa acabei dormindo sem perceber, ao menos consegui tomar um banho e no outro dia acordei as 12:35 com uma mensagem de Estela dizendo que adorou me ver melhor, agradeci e virei para o lado tentando me levantar para conseguir almoçar, estava com uma ressaca daquelas e para ajudar minha mãe estava aos gritos com meu irmão mais novo.
- “Bom dia – disse para eles enquanto sentava a mesa
- “Não vi que horas a senhorita chegou ontem à noite” – minha mãe me diz em tom sarcástico
- “Me empolguei com as meninas e acabamos perdendo a hora mãezinha” – retruquei com uma risadinha
Minha mãe é superlegal e nunca foi de me proibir muito das coisas, mas não posso abusar e sempre saio com hora para voltar e ela sempre está ligada onde estou com minhas amigas, também criamos uma relação de amizade após a m*rt* do papai, infelizmente ele acabou pegando uma pneumonia e não aguentou depois de também ter contraído uma infecção hospitalar. Acabei de almoçar e a ajudei com a casa, aos sábados costumávamos faxinar já que na semana era tudo muito corrido e mantinha apenas a organização básica.