PLANOS

1563 Palavras
Na banheira branca com espumas com cheiro de lavanda, a jovem menina estava despida e também a boneca dela, de quem era inseparável. Luna lavava o cabelo de Clara, como Hadria agora fazia com o de Luna. Clara tinha formas de verdade. O realismo da boneca impressionava Luna. Ela parecia humana às vezes. Clara apesar de parecer consigo, parecia dotada de vontade própria. Às vezes, Luna, a deixava sentada numa posição e a encontrava em outra. Outras vezes trançava o cabelo dela e encontrava a trança desfeita e a boneca uma posição diferente da qual a deixara. — Na sua percepção, o baile fúnebre foi bem, Hadria? O que pensa a esse respeito? Eu convenci aqueles tolos como uma viúva? — Exigiu Luna ao mordomo que lavava o cabelo dela com afinco ao recordar de como Alister o tocou. O demônio sentia ódio de outro ter tocado a sua refeição. Lavou o cabelo de Luna, gentilmente, mas rangendo os dentes ao recordar o olhar de cobiça que o maldito Alister lançou a sua preciosa alma. Enquanto Luna relaxava, inconsciente do rancor do demônio e apenas abraçava a boneca que já levava de um lado a outro. Era estranho uma menina daquela idade ainda gostar de bonecas. Então, apenas socialmente, Luna se separava de Clara. Quando sozinhos naquela mansão sombria, andava na cadeira de rodas e com Clara no seu colo indo de um canto a outro com ela. Luna sempre se sentia menos nojenta ao contemplar a sua versão pura e imaculada na bela boneca. Luna, acariciou os fios da boneca Clara com devoção e obsessão. Beijou a pele de porcelana com carinho e a colocou com a cabeça depositada entre os seus s***s de menina. Mais calmo depois do maldito do Alister ter tocado a sua preciosa comida, o demônio babá cheirou o fim do cabelo de Luna. A menina notou o gesto, mas não se incomodou porque sabia que não era erótico. — A sua refeição cheira bem? — Brincou ela com a boneca nos braços. — Com todo o respeito, minha senhora, não vejo a hora de degustar a sua alma lentamente. — Respondeu o demônio perdido por um instante no brilho dela que o carinho e o cuidado trazia. Luna apenas sorriu lisonjeada que a sua alma fosse tão desejada. — Imagino que deva estar com fome demais para querer uma alma nojenta como a minha. Mas temos mais dez anos de contrato. Espere até lá. — Disse a menina incrivelmente mimada. — Esperarei conforme o nosso pacto. — Prometeu Hadria solene. — Quanto a sua pergunta, milady, acho que a sociedade te considera apenas uma sobrevivente como pretendemos. Com a antiga criadagem morta e nenhuma testemunha, a sua atuação maravilhosa para o visconde e viscondessa Coldwater… Estamos bem. — Conciliou o d***o, jogando uma bacia de água limpa da torneira no longo cabelo com xampu dela, mais duas e o enxaguando e enrolando os fios para tirar o excesso de água os colocando para fora da banheira. — A rainha ainda me preocupa. — desabafou Luna, depositando o pescoço na borda da banheira, fitando o teto, avaliando a lâmpada laranja simples no teto. Em banheiros não tinham muito enfeites, afinal eram um lugar apenas para se limpar e aliviar. — Ela pode me tirar o título e dar o condado a outro nobre…— Murmurou Luna, suspirando, cantarolando, acariciando gentilmente o rosto de Clara enquanto naquela posição. O rosto da boneca ainda entre os seus s***s e o corpo de porcelana entre o seu corpo. Luna pode jurar que sentiu os lábios da boneca no seu mamilo e o solvendo docemente. Afastou a cabeça da boneca por esse pensamento. — Não. — A acalentou o demônio. — Devido o incidente dos corpos de mulheres encontrados no jardim, se outro nobre assumisse, ficaria ciente dos crimes que foram arquivados pela Scotland Yard. Logo, o escândalo aconteceria e a soberana dessa nação não quer que o povo saiba dos esqueletos por trás da mais bonita colheita do reino. Bem, a rainha acha que pode manter-te no controle dela se te deixar no cargo, te usando como um peão e para resolver algumas bagunças. — Hm… mas minha posição, mesmo sendo uma peça no xadrez da rainha é instável, não é?— Perguntou Luna, deixando os olhos negros encontrarem os azuis do demônio. Sentiu outra sensação esquisita no seu mamilo e afastou o rosto da boneca de lá, corada. . — Não se preocupe sobre isso, minha senhora. Irei resolver e aumentar a sua utilidade. Por exemplo, toda bagunça sobrenatural que a rainha tiver e resolvermos como Crowley fazia, nos provará frutíferos ocultistas perante ela. — A Acalentou o demônio com um sorriso. — Agora, vamos encerrar o banho. Dê-me essa danada da Clara aqui. Deixe eu enxugá-la primeiro. Luna entregou a boneca, grata por cuidar disso e não brigar com ela por brincar de boneca nas horas mais inadequadas quando já era uma mocinha como a sua mãe tão bem disse antes de vendê-la ao conde basicamente. Luna teve todas as suas bonecas tomadas e escondidas num baú. Conseguiu trazer o baú para a mansão Essex porém. Mas nenhuma boneca de lá se comparava a Clara. Viu Hadria cobrir Clara com uma toalha vermelha de forma gentil e a carregar como uma noiva para fora do banheiro, muito satisfeita, que ele também soubesse brincar de boneca. Mas o escutou dizer algo estranho a alguém: — Essa alma é minha, não a sua. Se comporte. — A coloque na minha cama Ordenou Luna num grito que não sabia se ele ouviria. ... Ele observou satisfeito Luna, já devidamente preparada para dormir por ele. Uma camisola de algodão, o cabelo longo penteado e cheirando bem. A notou que com o mesmo cuidado que ele a investiu e sem esperar nada em troca, ela vestiu a camisola azul-marinho na boneca, amarrou um laço no cabelo de Clara, sorridente. Depois penteou o longo cabelo já seco da boneca. — Prontinho, princesa. Agora você está pronta para uma boa noite de sono. — Disse Luna a boneca, carinhosamente. Luna a puxou para seus braços na cama, já vestida a camisola de algodão de dormir e deitando juntas. — Está cansada, minha senhora? Foi um dia exaustivo, mas você saiu-se muito bem.— Consolou o demônio. — Bem cansada. — Respondeu Luna, sonolenta, bocejando e abrindo e fechando os olhos deitada. O demônio a cobriu com o cobertor azul da nova roupa de cama. Quando ele ia se retirar, apagou o abajur. Luna pegou a mão dele e a beijou com respeito e devoção que mocinhas tinham apenas com um padre. O demônio estranhou muito o gesto. Parece fraqueza. Mas não captava fraqueza e devoção nela. — Obrigada por ter me vingado. — A voz era amável agora. — Se é por você quer a minha alma, não me importo que me coma e espero ser um bom alimento quando chegar a hora. Mas até lá, — A voz ficou severa e firme. — eu tenho o controle. Então, nunca me traia como todos os outros. Você é meu servo e vou usar-te como eu quiser até eu ser sua e estar dentro de você. — Clara e eu nunca te trairemos. Farei tudo o que ordenar como manda o nosso pacto. — Garantiu o demônio. Luna sorriu. — Ótimo. Bem… A Clara é uma ótima boneca e todas as minhas amigas da escola teriam inveja do quão linda ela é. — Conversou com ele empolgada e com os olhos brilhando. — Eu nunca vi uma como ela antes. Ela parece respirar. — Sussurrou passando os dedos no rosto da boneca igual ao dela, mas de matéria diferente e no nariz para se certificar que não respirava. — Ela parece viva às vezes. Muito obrigada! A minha mãe diz que já passei da idade, mesmo assim você deu-me uma de aniversário. Hadria apenas fez uma reverência e retirou-se do quarto. ... Quando Luna dormiu, a boneca tirou o braço de Luna da sua cintura com a mão gelada de porcelana, beijou a mão de Luna, deslizou da cama e caminhando pela casa como uma pessoa foi ao quarto do demônio que era ao lado de Luna. Quando entrou no aposento, viu que o d***o parecia distraído criando trajes para ela, para que Luna tivesse mais opções de escolha na hora de brincar. A Valquíria que possuía a boneca totem, não odiava a sua nova vida. Não odiava mesmo o modo que era tratada por sua dona. Melhor até do que quando era um animal de estimação. — O jeito que ela trata essa boneca é quase humano, demônio. — Reclamou se sentando na cama do d***o. — Não a toque mais daquela forma. Sei que gosta de mulheres, mas Luna ainda é uma criança. Eu disse que ela gosta de bonecas, Valquíria. Animais não teriam efeito nela, como uma boneca teria. Por isso,.essa forma. Mas não tire proveito disso. — Resmungou o demônio, parando com o bordado do vestido e focando-se na boneca, mas vendo a alma que a possuía. — Ela é forte. Aquela alma. Não resisti. Desculpe. O corpo dela todo ensaboado e ela é tão linda. Os olhos de Hadria se encontraram com os da Valquíria sem lugar em Valhalla e foi deixada pelas companheiras. — Tudo bem, Brunhilde. — Aceitou o d***o.
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