EPISÓDIO 4

1289 Palavras
Ouço uma voz do outro lado e finalmente a porta se abre, mas permaneço estática quando os meus olhos olham para a pessoa que abriu a porta. — Aurora? Eu olho para o meu ex-namorado aqui, o cabelo dele está bagunçado, o sorriso no rosto dele está apagado e ele está apenas de short, o seu torso está descoberto e posso ver as marcas que aparecem nele. — Quem é... O meu olhar vai para a mulher atrás de Matteo, olho para Amanda, que deveria ser minha melhor amiga. — Vocês dois… Não consigo nem terminar a pergunta, o aperto no meu peito aumenta ao ver Amanda com pouca roupa e o cabelo bagunçado. Eles estão juntos, minha melhor amiga e o homem que foi o primeiro amor da minha vida. — Podemos te explicar, Aurora. Amanda se aproxima imediatamente e só consigo dar dois passos para trás. — Vocês estão juntos. Sussurro enquanto a minha cabeça repassa tudo o que o meu relacionamento com Matteo implicou, as vezes que chorei com Amanda por causa dele, a dor que ele me causou quando terminou comigo de uma forma c***l e implacável. — Aurora... Matteo fala e eu apenas n**o lentamente. — Nós podemos explicar para você. Eu simplesmente me viro e saio. Antes que eu possa sair, alguém me agarra pelo braço, me fazendo virar. — Você tem que me ouvir, por favor. Amanda fala e lágrimas se acumulam nos meus olhos. — O que vou ouvir? Eu finalmente deixo escapar, engolindo o nó na garganta. — Que a minha melhor amiga está com o homem que foi meu primeiro amor e que me destruiu de todas as formas possíveis. — Nos apaixonamos! Matteo fala. — Nos reencontramos há um ano na rádio onde Amanda trabalha, eu também trabalho lá, Aurora. Olho para o meu ex. — Simplesmente aconteceu, nos apaixonamos. — Você se apaixonou pelo mesmo homem que em mais de uma ocasião você me disse que não valia a pena. Olho para Amanda, o seu cabelo castanho está bagunçado e os seus olhos castanhos estão cheios de lágrimas. — As pessoas mudam, Aurora. Ela responde. Olho para Matteo, ele passa a mão pelos cabelos loiros e os seus olhos castanhos olham para mim. — Matteo mudou e era impossível não me apaixonar por ele quanto mais tempo passávamos juntos. Soltei o aperto de Amanda. — Bem. Respondo simplesmente. — Fique com o seu amor, vale um acre de mer*da para mim. Me viro novamente e começo a me afastar, vou até o elevador, mas ele não abre então acabo abrindo a porta da e começo a descer. Lágrimas começam a sair dos meus olhos e tudo o que aconteceu se junta ao que aconteceu no escritório. Um dos meus saltos quebra e acabo caindo em um dos degraus enquanto escondo o rosto entre as mãos. Não conto o tempo, deixo o meu corpo expelir as lágrimas que ficam escorrendo dos meus olhos, me recomponho quando o meu celular toca, tiro do bolso e olho o número do meu pai. Limpo a garganta e consigo evitar que a minha voz embargue. — Alô. Respondo, pressionando o dispositivo no ouvido e respirando fundo. — Já é tarde Aurora, está tudo bem? A sua voz preocupada ressoa imediatamente. — Sim, pai, não se preocupe, estou indo para casa. Eu lentamente me levanto e começo a descer as escadas. — Espero você em casa, querida, venha com cuidado. — Sim, pai. Respondo e encerro a ligação quando o nó na garganta retorna. Saio do prédio da Amanda e apenas sinalizo para um táxi que para imediatamente, dou o endereço da minha casa e durante o trajeto até a minha casa me concentro em afastar as lágrimas, não quero preocupar ninguém em casa. Pago ao motorista assim que chegamos e só desço enquanto ando mancando graças ao salto quebrado. Abro a porta de casa e entro, tudo aqui já está desligado o que me avisa que a minha família já deve estar descansando. Tranco a porta e caminho até o meu quarto, subo as escadas e desço o corredor. Antes de chegar ao meu quarto, ouço a voz do meu pai quando passo em frente ao quarto dos meus pais. — Aurora? Limpo um pouco a garganta. — Cheguei. Digo simplesmente. — Boa noite pai. — Eu te amo, querida. As lágrimas voltam aos meus olhos e por alguns segundos a vontade de correr para os braços dele está presente, mas não consigo porque não quero preocupá-lo. — Eu te amo mais, pai. Respondo num sussurro e caminho para o meu quarto. No primeiro momento em que fecho a porta, lágrimas começam a escorrer dos meus olhos como se fossem duas fontes de água. Cubro a minha boca e sufoco os meus soluços enquanto caio no tapete como uma bola. .... Estou enrolado na minha cama, os cobertores me cobrem até o pescoço e os meus olhos só permanecem na janela que já começa a mostrar os raios do sol me avisando que um novo dia começou. Não consigo sair da cama e só limpo o nariz com um dos lenços que tiro da caixa que deixei em cima da cama. — Aurora! A voz da minha mãe me faz olhar para a porta. — Você está atrasada! Fungo pelo nariz enquanto a ouço se afastar. Com a pouca vontade que me resta acabo me levantando da cama, calço os chinelos e ando devagar até a porta, não paro para ver o meu reflexo no espelho e apenas passo até sair do meu quarto, sei que não deveria fazer nada disso, mas também sei que deveria contar aos meus pais que não trabalho mais na rádio. Memórias do dia anterior vêm à minha mente novamente, lágrimas enchendo os meus olhos novamente enquanto desço os degraus da escada. Ouço as risadas da minha família fazendo o meu peito apertar e só consigo respirar antes de estar na frente deles. No primeiro segundo que os tenho à minha frente, todos ficam em silêncio, olham para mim e eu apenas olho para eles da mesma forma. — Deus. Ouço a minha mãe. — Olhe para você, por que você não se vestiu? Eu engulo saliva. — Você parece saído de um filme de terror, Aurora. Zomba Maeve e isso faz Sharon rir com ela. — Está tudo bem, querida? O meu pai é quem pergunta agora, percebo a preocupação na sua voz e o simples fato de lembrar que falhei com ele novamente me dá vontade de chorar imediatamente. — Não trabalho mais na rádio. Confesso finalmente. Vejo como os quatro agora me olham com espanto. — Você deve estar brincando comigo, Aurora. A minha mãe fala. — É um milagre que o bebê tenha durado mais de um mês. Diz Sharon, tomando o seu café da manhã. — Aurora não foi feita para trabalhar. — Ela não sabe levar nada a sério. Complementa Maeve. Os meus olhos vão para a única pessoa na mesa que me interessa. Eu olho para meu pai, seus olhos mostram um leve toque de decepção que faz os meus olhos ficarem vidrados. — Vamos, querida, tome seu café da manhã, vai esfriar. O meu pai fala, me dando um leve sorriso que faz o meu coração se partir. — Não estou com fome. Respondo num sussurro. — Vou para o meu quarto. Me viro e subo as escadas, voltando para o meu quarto onde me jogo de volta na cama, me deitando nas cobertas, as lágrimas não demoram um minuto para sair novamente, os soluços ficam presos na garganta lembrando do inf*erno da noite acima e o que teria acontecido se a esposa do Sr. Chapman não tivesse chegado.
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