— Bem-vindo de volta — Orion zomba — Ainda não terminamos de tocar, no entanto, agora temos público, então não me faça ficar m*l na frente da loira.
O homem vira o rosto e olha para mim.
— Senhorita Lyra, sinto muito mesmo, diga a esse homem que eu realmente sinto…
Ele não termina de falar, Orion dá um soco doloroso no outro lado do rosto com uma força bruta surpreendente.
— Não fale com ela, ela não merece ouvir seu pedido de desculpas de merda — bata nele de novo — Você não fala se eu não ordenei.
Orion lhe dá um soco por um tempo, até que ambos os lados do rosto do homem ficam igualmente desfigurados.
— Por favor — o homem implora.
— Shhhh.
Kael se aproxima da mesa, olha para mim, então pega uma das lâminas que ele tem sobre a mesa e se aproxima do homem, pressionando uma de suas mãos firmemente em suas bochechas, para que o homem não possa fechar a boca. Kael leva a mão com a lâmina para o interior da boca do homem.
— Admito que às vezes gosto de ouvi-los implorar — Kael fala — Embora sua voz esteja somente me causando dor de cabeça.
O homem começa a gritar de dor, tenta com todas as forças libertar-se das correntes e do forte aperto que a morena mantém na cabeça, que marca as veias do braço devido à força que usa, mas o homem não tem sucesso. Kael, ele ri ao ver a agonia do homem.
Jak corta a língua, o músculo morto logo cai no chão com todo o sangue que flui da ferida. Kael não para, ele extrai dentes, corta os lábios até que eles se estendam como se fossem um sorriso macabro e sangrento em suas maçãs do rosto.
A cena me enoja da mesma forma que me fascina, Kael parece um artista, sua tela é o corpo do homem, sua lâmina é seu pincel e sangue é sua pintura, ele é fascinado pelo trabalho que está criando.
O homem fica inconsciente devido à dor, mas Kale o acorda novamente. Ele quebra os dedos um por um com uma espécie de pinça, corta as orelhas e cauteriza os ferimentos para não perder tanto sangue e poder continuar com o jogo sem que o homem faleça.
Então ele se vira para mim, com todo o rosto e tronco salpicados de sangue, as mãos pingando um líquido carmesim. Ele se aproxima lentamente, como se achasse que eu ficaria assustado se ele fizesse algum movimento brusco.
Não estou enojado com a cena que testemunhei, muito menos com o sangue. Estou fascinado em vê-lo trabalhar, jogar seu próprio jogo, meu estômago se contrai com algo que não consigo decifrar.
Ele vem até mim, coloca as mãos ensanguentadas na minha cintura e me tira da mesa, manchando minha camisa com as mãos, mas eu não me importo.
— Você quer causar-lhe m*l? — pergunte.
Antes que você possa processar sua pergunta, aceno com a cabeça, fazendo-o sorrir. Coloque a lâmina em minhas mãos enquanto nos aproximamos do homem.
Sangue escorre de sua boca, embora não muito mais, sua respiração é difícil e trabalhosa, e seus olhos cansados entram em pânico.
Seu olhar me implora para matá-lo, ele sabe que não sairá daqui vivo e só quer que seu inferno acabe. No entanto, não serei eu quem acabará com a vida dele, acho que não tenho o poder de fazer isso.
— Não sei o que fazer, nunca fiz isso. — Viro-me para olhar para kael, que sorri para mim novamente como se eu fosse uma criança aprendendo a andar, pega minha mão ainda com a lâmina e me guia.
— Se você cortar aqui na parte interna da coxa dele, você cortará a artéria femoral, ele sangrará em segundos, é doloroso, mas rápido — ele me guia, sua voz é lenta e lenta, mas firme e profunda — Se você cortar aqui nesta parte do braço, haverá a veia cefálica, o que fará com que ele perca muito sangue e sensibilidade nas extremidades, mas ele não falecerá tão rápido.
— E se eu cortar aqui? — Posiciono a lâmina nas costelas dele, mas ele ajusta o ângulo dela.
— Se você perfurar aqui com força suficiente, você alcançará o pulmão, ele se afogará com seu próprio sangue até a agonia.
Eu não faço isso, pelo contrário, deixo que ele guie minha mão distribuindo cortes na pele do sujeito, que deixa sua dor transparecer nela com os gemidos estranhos que faz quando não tem língua nem dentes, seu sangue tinge minhas mãos e o chão, Meus pés descalços estão encharcados no líquido espesso que nunca para de sair das feridas do homem.
Fico petrificada depois de alguns minutos, meus olhos focados no pulso frenético do homem, sua carótida pressionando fortemente seu pescoço e sua respiração rápida, fico encantada como nunca antes, uma sensação semelhante à devassidão toma conta da minha corrente sanguínea, depois disso reflito sobre o que fiz. Tento detectar o momento em que a culpa se espalha pelo meu organismo, mas o sentimento nunca vem.
Devo ter algo errado por dentro, porque estou em êxtase com o que acabei de fazer, com o que as mãos de Kael me levaram a fazer.
Parece perceber que eu me desconectei da situação, então ele tira a lâmina das minhas mãos e corta a garganta do homem com uma habilidade incomparável.
Sem arrependimentos.
Eu olho enquanto o sangue começa a jorrar do corte. Enquanto a vida do homem desaparece diante dos meus olhos, até que eles ficam sem vida para brilhar diante de mim, somente estáticos em um ponto fixo sem olhar para nada na realidade, seu corpo parou de subir em respirações trêmulas, agora está estático.
Morto.
O único som é o de seu sangue batendo no chão.
Olho para as minhas mãos, manchadas de sangue.
Eu vi alguém falecer na minha frente.
E novamente, a culpa não vem.
Somente euforia, seguida de adrenalina e falta de controle.
A adrenalina é perigosa, porque não há nada mais viciante do que a sensação dela.
Soltei uma risada suave, produto do mesmo choque em que me encontro agora, viro-me para olhar para Kael, que avalia minha reação, mas sorri alto quando ouve minha risada.
— Posso fazer isso de novo da próxima vez que você trouxer alguém aqui?
Ele riu, com ar leve e debochado.
— Merda, Lyra está autorizada a vir aqui quando desejar, princesa.