Capítulo 5

905 Слова
  Cecília   A chuva havia parado quando deixei a propriedade. Pelo retrovisor, os portões do Clã Lua Sangrenta desapareciam. Pela primeira vez em oito anos, senti um verdadeiro e profundo alívio.   Pegando o celular, enviei uma mensagem a Dora: Querida Dora, suponho que já tenha recebido aquela pesquisa. Lembre-se do nosso acordo — os cinco milhões devem estar na minha conta até o meio-dia de amanhã. Caso contrário, não terei problemas em contar a todos como a Luna do Clã Lua Sangrenta usou táticas sujas contra a nora humana.   O telefone vibrou instantaneamente. A resposta de Dora foi surpreendentemente rápida: Sua v***a!   Ri baixo e respondi: O chá estava quente o suficiente? Se não, posso sempre voltar para servir outra xícara.   Desliguei o celular e respirei fundo. Talvez eu esteja destinada a perder esse jogo com os lobos, mas nunca vou facilitar para eles. Xavier me traiu, Dora me humilhou. Em troca, farei com que paguem o preço.   Dinheiro? Para eles, é nada. Mas valeu cada centavo para fazer a Luna arrogante sofrer e mostrar ao homem que me traiu a verdadeira face de sua mãe.   "Adeus, Clã Lua Sangrenta," sussurrei, pisando no acelerador.   ...   A estrada serpenteava à minha frente enquanto eu dirigia sob uma chuva que tornava a voltar, mais forte. Meus pensamentos vagavam como as gotas no para-brisa, memórias de oito anos passando por minha mente — oito anos sendo tratada como inferior, oito anos esperando por uma cerimônia de união que nunca viria.   De repente, um flash amarelo — uma moto desviou perigosamente à minha frente. Meu coração saltou pela garganta; pisei no freio.   BANG—   O impacto veio por trás, arremessando-me para a frente. Minha testa atingiu o volante com força brutal. Uma dor aguda irradiou da minha têmpora, e quando me recompus, o mundo embaçado pela chuva tingira-se de carmesim.   Agarrei um lenço e limpei freneticamente o sangue dos olhos. A moto amarela havia desaparecido, engolida pela chuva como um fantasma.   "Com licença—"   Alguém bateu na janela. Abri-a, e a chuva invadiu o carro.   Lá estava um homem distinto, na casa dos cinquenta, de óculos e segurando um guarda-chuva preto impecável. Sua expressão transmitia um arrependimento genuíno — algo que eu não via há tempos.   "Senhorita, peço desculpas. Fomos nós que colidimos com seu carro," disse ele com uma polidez que soava fora de lugar. "Meu patrão está com o tempo extremamente apertado. Poderíamos trocar contatos? Envie-nos a avaliação dos danos, e cobriremos integralmente o custo."   "Prefiro que a polícia resolva isso," respondi, a voz tensa.   Os eventos do dia haviam me levado ao meu limite — o confronto com Xavier, a traição descoberta, e agora isto. Minha paciência se esgotara.   Saí para a chuva, estremecendo quando as gotas atingiram o ferimento. A traseira do meu carro estava significativamente amassada.   Com o rosto sério, fotografei os danos e liguei para a polícia.   O homem aceitou minha decisão sem discutir e retornou ao Bentley para informar seu ocupante.   A chuva intensificou-se. Minha blusa branca colava-se à pele, e eu estava encharcada, uma das mãos pressionando a têmpora sangrenta enquanto falava com a atendente de emergência.   Voltei ao carro para me abrigar, mas já estava completamente molhada. Minutos depois, a polícia chegou, seguida por um Maybach prateado que estacionou logo atrás.   Saindo novamente, notei outra pessoa saindo do Bentley — uma figura alta e esguia, de silhueta tão angular quanto uma escultura grega. Sua pele tinha um tom pálido e aristocrático, e seus olhos eram penetrantes, com um brilho selvagem subjacente.   Quando ele percebeu meu olhar, devolveu-o com uma intensidade que me deu um arrepio na espinha, despertando algo primal dentro de mim.   Uma estranha sensação de familiaridade invadiu-me...   "Dê isso a ela," ordenou sua voz grave, tirando o paletó do terno de seu braço e entregando-o ao homem mais velho. Sem me olhar novamente, ele entrou no Maybach e desapareceu dentro do veículo.   O cavalheiro mais velho apressou-se com o paletó. "Senhorita, você está encharcada. Por favor, aceite."   Olhei para baixo e constatei, envergonhada, que minha blusa estava transparente. O rosto avermelhou-se, e aceitei o paletó com gratidão. "Obrigada."   O homem mais velho conversou discretamente com o policial enquanto o Maybach se afastava, cortando a cortina de chuva. m*l pude vislumbrar o perfil aristocrático do estranho, mas a impressão permaneceu.   O paletó ainda retinha o calor corporal dele e tinha um cheiro distinto — sândalo misturado com algo selvagem e indomado que acalmou meus nervos à flor da pele.   Após o relatório da polícia e a troca de informações, o cavalheiro ofereceu-se para me acompanhar ao hospital devido ao ferimento na cabeça.   Recusei educadamente, minha raiva inicial dissipada. "Peço desculpas por ter sido rude. Tive um dia péssimo e descontei em você. A culpa não foi sua." Apontei para o paletó. "Vou mandá-lo limpar e devolvê-lo."   O cavalheiro assentiu com elegância.   ...   A caminho do hospital, Xavier tentou me ligar freneticamente.   Ri com frieza — esse homem era sempre assim. Desaparecia quando eu precisava, e aparecia quando eu não queria vê-lo. Exatamente como agora, sabendo que eu detesto seu ar de 'protetor', ele insiste em bancar o herói.   Depois de oito anos, ele nunca aprendeu a me ler. Ou, na verdade, nunca se importou em entender os sentimentos de um ser humano. Quando deveria ter estado ao meu lado, escolheu outra; quando eu já havia decidido seguir em frente, ele age como se se importasse.   Heh. Que sujeito patético.
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