No Bar Lotus...
"Jovens... Senhores e Senhoritas?!" Clive ficou atônito ao ver seus patrões adolescentes entrando no bar com queixo erguido e olhares curiosos.
"Então é assim que é o Lotus!", exclamou Alina, seus olhos já explorando a pista de dança lotada. Seus pés ansiosos batiam no ritmo — entre todos, ela era quem mais adorava dançar, um talento que herdara de Irene.
"Cuidado, fica perto de mim!", Herman logo colocou as mãos em seus ombros e cintura, protegendo-a do fluxo de pessoas que entravam e saíam.
"Oi, Clive! Como estão os lucros hoje?", perguntou Dwyane ao gerente de meia-idade, que ainda parecia em choque.
"Está... está bom, senhor. O bar está sempre cheio!", ele respondeu, hesitante.
"Não se preocupe, Clive. Se nossos pais descobrirem, o Dwyane assume a responsabilidade. Foi o que ele prometeu ao Dorando!", cutucou Belinda, embora ela mesma não tivesse tanta certeza disso. Ao olhar em volta, surpreendeu-se: Alina e Herman já estavam na pista, e Juliana... estava no balcão pedindo bebidas.
"Agradeço, Jovem Mestre, mas o problema é que... vocês são adolescentes. Não deveriam estar aqui. Especialmente a Menina Alina. O Presidente Cooper vai me matar!", Clive lamentou, batendo o pé. Ele já imaginava a expressão sombria de Brian ao descobrir sua princesinha dançando — ou pior, bebendo — no Lotus.
"Ele vai me esfolar vivo, Jovem Mestre. E o Diretor também... Ah, acho que cavei minha própria cova!", seus olhos suplicavam que aquela dor de cabeça desaparecesse antes que fosse tarde.
"Dwyane, acho que o Clive tem razão. Vamos embora!", Belinda apertou sua mão, mas ele apenas semicerrou os olhos azuis.
"Já estamos aqui, irmã. Que tal se juntar à Juli no balcão? Vamos!", puxou-a para o balcão, seguido de perto por Clive e Belinda, todos em estado de alerta máximo.
"Ei, irmã Linda, experimenta essa margarita. É a primeira vez que provei. É boa!", Juliana gesticulou para o barman servir outro copo à prima.
"Juli, você bebeu o copo inteiro?", Belinda arregalou os olhos, pegando o copo da prima, cujo rosto já estava vermelho.
"Senhorita, não beba, por favor! Você ainda não pode!", Clive implorou, aproximando-se apressadamente.
Mas era tarde demais. Juliana engolira o conteúdo num só gole e agora balançava no banco, olhos vidrados e rosto em chamas.
"Tarde demais. Ela já está bêbada!", Dwyane balançou a cabeça, decepcionado, segurando o braço da irmã.
"Não estou bêbada! Aqui, Tia Linda, prova. É gostoso mesmo!", Juliana afastou a mão dele e ofereceu outro copo a Belinda.
"Eu não vou beber isso!"
"Por favor! Me faz companhia!", Juliana fez beicinho e piscou, imitando o olhar de cachorrinho que aprendera com a tia Sheila.
"Juliana!"
Enquanto Clive e Dwyane observavam a cena, Herman e Alina se juntaram a eles, ofegantes.
"Ufa! Foi divertido!", disse Alina, animada.
"Vamos descansar um pouco. Depois dançamos de novo! Refrigerantes para as moças, por fav—", Herman interrompeu a frase ao ver Juliana balançando no banco, olhos pesados.
"Ela está bêbada?!", Alina também ficou boquiaberta.
"Já disse que não estou!", Juliana ergueu a cabeça e encarou os primos, que agora pareciam genuinamente preocupados.
"Tio Daniel vai nos matar!", Alina fechou os olhos, ansiosa.
"Seu pai não vai matar ninguém. Aqui, Alina! Quer experimentar?", Juliana aproximou o copo da boca da prima, fazando com que ela derramasse um pouco na roupa.
"Alina não vai beber, Juli. Ela só vai—"
"Shhh! Herman, só um golinho, tá? Sua namorada vai ficar bem. Ops! Preciso ficar quieta. O relacionamento de vocês é segredo!", Juliana interrompeu com um sorriso provocador, pondo o dedo nos lábios.
O resto do grupo estava agora profundamente preocupado. Onde iriam escondê-la naquele estado? E quando procuraram por Dwyane...
"Onde ele está?", Belinda perguntou, irritada.
Dwyane simplesmente evaporara. Herman também parecia confuso — isso não era nada como o seu melhor amigo.
"Talvez tenha ido ao banheiro!", sugeriu Herman, olhando em volta.
Foi quando Alina, aproveitando a distração, deu um gole na margarita que Juliana segurava. As duas trocarum piscadela.
"Alina! O que eu disse?", Herman franziu a testa.
"Acho que esqueci. Ei, é muito gostoso!", ela respondeu, lambendo os lábios.
Já era possível ver o efeito da tequila em seu rosto corado e em seus movimentos. Herman — e todos os outros — estavam profundamente arrependidos daquela 'fuga' não planejada.
"Espera! Preciso ir ao banheiro!", Juliana levantou-se subitamente.
Herman e Clive tiveram que segurá-la, pois suas pernas estavam bambas.
"Irmã, quer companhia?", Alina perguntou, com os olhos igualmente vidrados.
"Não! Vocês dois precisam aproveitar a noite. O relacionamento de vocês começou há uma semana, né? Vão dançar! Não desperdicem essa liberdade. Vejo vocês depois!", Juliana exclamou, erguendo as mãos.
Enquanto todos a observavam com preocupação, Alina riu e abraçou a cintura de Herman.
No banheiro feminino, Juliana cantarolava enquanto se arrumava. Ao sair, ouviu um barulho vindo da saída de emergência.
"Parece que tem um show lá fora!", murmurou, semicerrando os olhos.
Ao abrir a porta, deparou-se com três homens bêbados e um adolescente lutando. Ela ficou boquiaberta com a habilidade do jovem — um chute voador, e os três caíram. Ele aterrissou perfeitamente.
"Uau! De novo!", ela exclamou, aplaudindo.
O adolescente virou-se, surpreso ao ver sua plateia. Limpou a boca com as costas da mão e lançou um olhar orgulhoso para a jovem, que ria e aplaudia como uma fã.
"Você estava me assistindo?", zombou, aproximando-se. Ele via claramente que ela estava bêbada.
"Você é incrível! Você matou eles!"
"Eu não matei, só estão dormindo!", ele riu, corrigindo.
Ele memorizou o rosto dela — bonito, e claramente de família influente. Percebeu que ela devia ter sua idade, talvez menos.
"Mesmo assim, você os derrotou!"
"Derrotei, sim. Então tenho direito a uma recompensa?", ele perguntou, sentindo-se no controle.
"Hmm! Este bar é do meu pai. Como um jovem corajoso, posso te dar qualquer coisa!"
"Qualquer coisa? Tem certeza?"
"Sim! Tudo que você—"
Ele não a deixou terminar. De repente, beijou sua bochecha. Ela ficou paralisada, a mão tocando o local ainda úmido.
"É disso que eu precisava. Obrigado pelo beijo de graça!", sussurrou ele, antes de desaparecer.
"De nada...", Juliana sussurrou para o vazio, virando-se lentamente.
Ela voltou para dentro com a expressão de quem viu um fantasma. Não acreditava — um adolescente misterioso roubara seu beijo.
Ela podia admitir: mesmo que fosse só na bochecha, aquele fora seu primeiro beijo.