Capítulo 2

2177 Words
Ele prometeu e cumpriu. O prazer que senti fez com que eu realmente gritasse o nome dele. Eu já não sentia mais dor, apenas um incômodo, quando Blake novamente tomou meu corpo. Dessa vez ele foi mais paciente, tocando cada parte com extremo cuidado, quase carinho. E dessa vez eu senti o tão falado orgasmo, o prazer supremo. Assustei-me com os espasmos em meu corpo e eu só conseguia me agarrar a ele, remexendo meu corpo no mesmo ritmo. Deslizava as mãos e apertava suas costas largas e suadas, deliciando-me com seu beijo e com suas investidas em meu sexo. Arfando, Blake deitou-se ao meu lado, com os olhos fechados. Eu o observei antes de também fechar meus olhos, sentindo meu corpo leve, quase flutuando. Não ousava abri-los novamente, nem mesmo dizer alguma coisa. Eu tinha plena certeza de que era apenas mais uma em sua cama. E nunca pensei em ser mais do que isso. Seriam algumas horas e depois adeus. Mas eu jamais me esqueceria dessa noite. Um dia, já velha, talvez com filhos e netos, sempre me lembraria do primeiro homem da minha vida. – Acho que dessa vez eu consegui. Eu abri meus olhos ao ouvir a voz dele. Estava de lado na cama e me olhava intensamente. – O que? – Fazer você sentir tanto prazer quanto eu senti. Sorri. Pensei que ele fosse do tipo que só se importava com o próprio prazer e nada mais. Mas ele se desdobrou para que eu sentisse todas as deliciosas sensações de um sexo bem-feito. E parecia ansioso pela minha resposta. – Você é perfeito. Eu nunca sonhei sentir um prazer tão intenso. Ele abriu um sorriso lindo e colocou seu corpo sobre o meu. – Não sente mais dor? Neguei, balançando a cabeça. Os olhos dele escureceram de repente e sua voz estava mais rouca ao falar. – Isso é bom, porque eu ainda quero você. Não tive chance de responder. Ele me beijou, enfiando os dedos em meus cabelos e remexendo levemente seu corpo sobre o meu. Se ele ainda queria, então eu aproveitaria meus últimos instantes com ele. Queria gravar todos aqueles músculos, seus gemidos para sonhar com eles o resto de minha vida. Ele nunca saberia que esteve na cama com uma fã apaixonada, que buscava um simples autógrafo. E talvez, isso nem fosse novidade para ele. – Você me quer, Dani? Perguntou, enquanto beijava e mordia meu pescoço. Uma de suas mãos massageava meu seio e ele não parava de rebolar seus quadris, atiçando-me. – Quero... quero demais. Ele riu e segurou minha coxa, erguendo-a até sua cintura. – Coloque suas pernas em volta de mim, princesa. Eu preciso estar dentro de você. Eu obedeci e logo fui preenchida por ele, ambos soltando um gemido de prazer. O pior de tudo isso, era saber que depois de Blake, como eu poderia me contentar com os outros? Ele me possuiu várias vezes. Em alguns momentos, ele apenas me acariciava, mordia e deslizava as mãos pelo meu corpo. Não era a toa que todas as mulheres se jogavam pra cima dele. Não era apenas lindo e gostoso. Era um excelente amante. Inesquecível. ******* Acordei sentindo uma languidez deliciosa em meu corpo. Várias vezes eu percebi os braços de Blake em volta do meu corpo, mas o sono estava tão bom que eu sequer conseguia abrir meus olhos. Mas agora me obriguei a isso, ao sentir o vazio ao meu lado. Girei na cama e o vi de pé, olhando para mim. Antes que eu dissesse pelo menos um bom dia, ele jogou minhas roupas sobre mim. – Vista-se. Está na hora de ir embora. Engoli seco. Ele estava absurdamente frio. Poderia até dizer que estava com raiva. Era assim que ele tratava todas as mulheres no dia seguinte? Tudo bem que, eu não poderia ser chamada de santa, tendo caído em sua cama logo no primeiro encontro. Mas também não poderia ser tratada como uma v***a que fazia isso com todos. Mas, como eu já sabia que seria apenas uma noite de sexo, vesti minhas roupas em silêncio, mas percebendo seu olhar sobre mim. Ja vestida, procurei por minha bolsa, que logo foi entregue a mim, assim como meu celular. – Diga-me apenas uma coisa, Dani. Eu ergui a cabeça e cheguei a estremecer ao ver a frieza nos olhos dele. – Sim? – Qual o seu maior sonho? – O que? – Seu sonho. O que você quer fazer da vida? Eu não sabia o que ele pretendia perguntando aquilo, mas eu não via motivos para mentir. – Eu disse que amo rodeios. Eu sonho em fazer parte de uma comitiva... algum dia. – Como a Gallagher, por exemplo. – Quem sabe... Eu não esperava que ele me pegasse pelos braços, apertando-me com força e me beijasse. Mas tão rápido quanto começou, ele parou e falou friamente, olhando em meus olhos. – Você nunca terá cacife para estrelar minha comitiva. Não passa de uma oportunista que quis abrir as pernas pra mim. Pensou o que? Que me entregando sua virgindade de bandeja, entraria para a Companhia? Eu abri a boca, completamente indignada. Como ele ousava falar assim? – Você não pode falar assim comigo. Você não me conhece. Você... Ele deu um riso debochado. – Ah conheço... claro que conheço. Assim como conheço várias do seu tipo. Que se enfiam em minha cama querendo algo além do que estou disposto a dar, ou seja, uma boa f**a. O tapa violento em seu rosto pegou até mim mesma de surpresa. A ofensa foi forte demais para que eu me segurasse. Eu vi o brilho de raiva nos olhos de Blake, mesmo através das lágrimas que escorriam dos meus olhos. – Seu desgraçado, e******o. Eu odeio você. Passarei o resto da minha vida lamentando por ter me deitado com um porco. – Não era isso o que dizia quando estava se esfregando em mim. Eu não disse mais nada. Talvez eu merecesse ser tratada como uma v***a por ter ido pra cama com ele no primeiro encontro. Mas ele nunca poderia dizer que usei isso para conseguir uma vaga na comitiva. Ele não me conhecia, como poderia me julgar? Passei as mãos no rosto e me afastei dele, caminhando até a saída. Eu me virei mais uma vez e tive a impressão de ter visto dor em seus olhos, mas sabia que estava enganada. – Você é podre, Blake Gallagher. Caso não se lembre, eu não corri atrás de você. Você é quem veio atrás de mim. Depois disso eu sai, deixando que minhas lágrimas escorressem novamente. Eu só queria nunca mais olhar na cara daquele homem. ************** Eu só conseguia chorar. Por mais que Demi e Kristin tentassem, eu não conseguia sair daquele torpor em que estava desde que voltei para casa delas. Contei tudo, obviamente. Demi esbravejou, gritou e xingou até a última geração Gallagher. – Ele está certo, Demi. Falei, quando finalmente consegui parar de chorar. – O que se pode dizer de quem transa no primeiro encontro? – Ah pelo amor de Deus, Dani. Acredita mesmo que aquele porco se preocupa com isso? Todas as mulheres com que ele já se deitou são assim. Vão logo pra cama no primeiro encontro. Mas por que só você é uma oportunista? Será que o retardado chegou a essa conclusão só por que você era virgem? Dei de ombros. Kristin se sentou ao meu lado e segurou minha mão. – Sei que é chato, Dani. Mas tem que dar a volta por cima. Foi uma f**a gostosa com um cara lindo que você sempre sonhou. Mas ele virou um sapo e esse bicho é nojento. Venha se divertir conosco, pelo menos. Não dê esse prazer a ele. Eu ri, sem humor. – Ele sequer deve estar se lembrando que eu existo. – Ótimo. Então faça o mesmo. Vamos nos divertir. Ja era quase noite, ou seja, passei o resto da tarde na cama, chorando feito uma i****a. – Onde está a Dakota? – Saiu há horas. Deve ter arrumado algum carinha por ai. Por fim, eu me arrumei para sair com as meninas. Era injusto com Demi, depois de tudo o que ela fez para que meu pai aceitasse essa viagem. Mas definitivamente, eu não estava no clima. E que Deus me ajudasse a não encontrar com Blake. – Dani, é óbvio que ele estará la. Tente ignorá-lo, pelo amor de Deus. – Eu não queria, nunca quis nada dele exceto um autógrafo, Demi. Eu esperava até mesmo que ele só transasse comigo como se eu fosse uma garota de programa ou coisa do tipo. Bastava dizer: já teve sua transa, agora adeus. Eu imagino que é assim que ele trata as mulheres. Eu só não esperava ser julgada dessa forma, entende? Será que ele diz isso para todas? – Eu não sei e nem quero saber. Quero mais é que ele caia daquele cavalo amanhã e quebre o p*u. Eu cheguei a rir diante do comentário de Demi. Pelo menos de uma coisa eu tinha certeza agora: eu tinha as melhores amigas do mundo. Saímos casa de Demi e Dakota ainda não tinha voltado. Por algum tempo eu até me esqueci de Blake, tão entusiasmada com aquele mundo que eu amava. – Acho melhor voltarmos. – O que? Eu estava distraída olhando um estande com troféus quando Kristin disse isso. Eu a encarei e ela torcia as mãos nervosamente. Ja Demi tinha um brilho raivoso nos olhos. – Vamos embora. – O que houve? O que... Eu me virei e olhei na direção em que Kristin olhava... e minhas pernas tremeram. Blake estava ali, com o braço em volta da cintura de Dakota, que sorria como se tivesse ganhado um prêmio na loteria. Ele me olhou brevemente, depois desviou o olhar para Dakota, que lhe dizia alguma coisa. Então eu vi... Ele se inclinou e a beijou... na boca. Foi rápido, mas o suficiente para que eu não conseguisse controlar minhas lágrimas. Ele ergueu a cabeça e olhou diretamente em meus olhos. Eu girei no mesmo instante e corri... Eu só queria esquecer que um dia estive nesse lugar e que conheci Blake Gallagher. ********* – v***a, desgraçada, ordinária. Demi gritava enquanto jogava as roupas de Dakota na mala. Estava furiosa com ela. – Não é culpa dela. – Como não é, Dani? Ela sabe que você esteve com Blake. Ela viu como você chegou aqui e estava aos beijos com ele! – Quem resistiria a ele? Demi bateu no peito e Kristin concordou com as palavras dela. – Eu resistiria. Pra mim, a amizade está acima de uma simples f**a de final de semana, Dani. Ela provou que só pensa nela. Ninguém precisa de uma amizade assim. Aqui em casa ela não fica. Se quiser... que fique com ele. Mas aqui não. – Demi... Eu tentei argumentar, mas ela já empurrava a mala de Dakota para fora do quarto. Não era preciso nada daquilo. Eu tinha plena consciência que foi sexo casual, apenas. Eu só estava magoada com o julgamento precipitado dele. E só chorei ao vê-lo com a Dakota porque...porque... eu nem sabia. Talvez ainda estivesse fragilizada. Fui atrás de Demi até a sala e parei ao ver o rapaz moreno, que eu já conhecia através da imprensa. Case Farmer. – Oi Case. Desculpe, mas você me pegou num momento r**m. O moreno se aproximou de Demi e a beijou no rosto. – O que houve? – Estou colocando uma traíra para fora da minha casa. Ela que vá ficar com o Gallagher. O moreno franziu a testa. – O que aquele maldito aprontou dessa vez? Eu sabia da rivalidade entre os Gallagher e os Farmer. Pensei que fosse apenas marketing, mas pelo jeito era real. – Ele aprontou com nossa amiga. De repente a expressão no rosto de Demi ficou iluminada. Era como se ela tivesse tido a idéia do século. – Dani, esse é Case Farmer, mas é óbvio que você já sabe. Ele é amigo da família e namorado da minha prima Lana. – Como vai, Case? Eu o cumprimentei, aproximando-me e esticando a mão, que ele apertou firmemente. – Muito prazer, Dani. Demi ficou ao nosso lado, olhando de mim para Case com um sorriso largo. – Você disse que seu pai estava desesperado em busca de novos talentos. – Sim. É verdade. – Pois eu tenho uma joia para você. Ela disse e apontou para mim. Arregalei os olhos. Eu? Demi estava sugerindo que Case me levasse para a Companhia Farmer? – Dani? Demi agarrou Case pela camisa, quase implorando. – Converse com o Flay. Treine-a. Transforme-a na melhor do mundo. Será o primeiro passo para acabar com a Companhia Gallagher. Case me olhou de cima a baixo, como se me avaliasse. E em seguida sorriu abertamente. Seria o meu sonho prestes a se realizar? Eu teria uma chance na Farmer? Eu sorri de volta. Se eu tivesse essa chance, eu faria Blake Gallagher engolir cada palavra que me disse. Letra por letra.
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