Gael, o Alfa - Serie Super Matilha

CAPÍTULO 6

Gael

*



Brenno esta entrando no complexo quando estou saindo e quase esbarro nele.

— Como foi a patrulha?— Eu pergunto enquanto me esquivo para fora de seu caminho.

Brenno passa a mão pelo cabelo comprido e ondulado, encostado no batente da porta. — Normal. Nada fora do comum.— Eu concordo.

Ele parece confuso e lembro-me de como estou feliz por não ter que fazer patrulhas noturnas com frequência. Eu só vou quando os níveis de ameaça são altos, porque meu lobo fica todo agitado em resposta e não me deixa dormir de qualquer maneira.

— Como as recrutas se saíram?— Brenno sorri, como se soubesse porque fiz a pergunta. Claro, eu sabia que Fabíola foi designada para patrulhar com ele mas, não é por isso que estou perguntando.

Quer dizer, não é a única razão. Tenho que manter o controle de todos os recrutas.

— Elas foram ótimas.— Brenno é sempre curto e direto ao ponto.

Eu aceno de novo, em seguida, dou um tapinha no ombro dele e saio pela porta da arena. Não quero ficar por aqui e arriscar que ele me atrapalhe.

Sei que Fabíola ficou acordada a noite toda mas, estou decidido a fazê-la treinar esta manhã de qualquer maneira, só porque eu posso. Eu rapidamente penso melhor nisso, no entanto, eu não sou um sádico. Ainda não terminei de puni-la por seu desrespeito mas, vou pensar em outras maneiras.

Por que essa mulher me incomoda tanto?

Honestamente, eu deveria simplesmente mandá-la embora, isso é se não a tivesse visto treinar ontem. Ela é boa, ela mostra muito mais promessa do que a maioria dos outros recrutas. Fico tentando dizer a mim mesmo que esse é o único motivo pelo qual não a mandei embora do campo de treinamento.

Léo e Erick já estão na arena e eu sigo em sua direção. Já que Jean e Brenno estavam em patrulha na noite passada, seremos apenas nós três para a sessão matinal de hoje.

— Gael.— Erick me cumprimenta com a ponta do queixo quando me aproximo. Eu retribuo o gesto e cumprimento Léo com um tapa nas costas.

— Vocês estão prontos para combate um a um?— Eu pergunto, esfregando minhas mãos.

Alguns dias depois de recebe-los, sempre testamos os novos recrutas com o que chamamos de ‘um-a-um’. É exatamente o que parece, cada um de nós luta com um recruta, um a um. Este método é a única maneira de realmente testarmos as habilidades de luta dos recrutas, porque quando eles escolhem seus pares, eles podem se sair bem simplesmente porque têm um parceiro mais fraco. Com este método, podemos determinar com mais precisão o nível de habilidade de cada um e designar parceiros de treino que sejam igualmente combinados.

Eu amo o um a um. Não me importo em observar e dar ordens mas, prefiro lutar do que ficar de fora. É apenas minha natureza. Me ajuda a aprimorar minhas próprias habilidades também, porque quando estou organizando um acampamento de treinamento para os recrutas, estou perdendo meu treinamento regular com o time. Estou sempre tentando ficar melhor, mais forte e mais rápido.

O líder da matilha das sombras, Alfa Daniel, é um filho da p**a maluco. Nunca vi ninguém lutar como ele. Há anos venho treinando obsessivamente porque jurei há muito tempo que serei aquele que finalmente acabaria com ele algum dia.

Os recrutas começam a sair do quartel para a arena, e nós três observamos enquanto eles se aproximam, ansiosos por instruções. O grupo é menor esta manhã, cerca de um terço deles fez patrulhas na noite passada mas, eles estão todos tensos e ansiosos para ver o que vai acontecer.

E eu não perco tempo.

— Ouçam, recrutas!— Eu grito, e um silêncio cai sobre os recrutas reunidos. Eu olho para trás para Erick e ele acena com a cabeça, dando um passo à frente.

— Ontem, todos vocês tiveram a chance de mostrar um ao outro o que vocês tem.— Erick começa, descansando as mãos nos quadris. — Hoje, vocês vão nos mostrar.— Um zumbido aumenta enquanto os recrutas se entreolham, sussurrando.

Léo dá um passo à frente ao lado de Erick e bate palmas para chamar a atenção dos recrutas.

— Forme três linhas.— ele instrui

— E cada um de vocês terá a chance de lutar com um de nós.— Ele balança as sobrancelhas.

Os recrutas parecem nervosos no início, mas eles obedecem. Depois de formarem três linhas, cada um de nós vai para a frente de uma delas, acenando para que os primeiros recruta avancem. Este exercício não é apenas divertido para nós mas, também para os outros recrutas, eles podem ver como seus colegas se saem em uma luta contra um alfa.

A arena explode com sons de gritos e aplausos enquanto os recrutas assistem às lutas, incitando seus colegas enquanto tentam derrubar os alfas. Claro, nenhum deles tem uma chance real de vencer, temos anos de experiência com eles mas, alguns deles têm um desempenho muito melhor do que o esperado. Estou cada vez mais impressionado com essa nova classe de recrutas.

Trabalhamos rapidamente na primeira rodada de um a um, depois trocamos de fila e partimos novamente. É exaustivo mas, estimulante. Estou fazendo anotações mentais o tempo todo, quais recrutas são mais fortes, quais são mais fracos, quais têm maior potencial. Nós três sentaremos mais tarde para fazer uma lista e colocá-los em categorias, que usaremos em futuros exercícios de treinamento e quando finalmente selecionarmos as categorias.

Depois de várias horas, estou ofegante e suando. Meus músculos queimam é um bom tipo de fogo. Eu vivo para a adrenalina. Estou coberto de sujeira, a sujeira se apega ao suor em meu corpo e rosto. Fazemos uma pausa para o almoço mas, decido tomar banho em vez disso. Eu ando rápido pelo complexo do esquadrão até o enorme vestiário que separa os quartéis dos recrutas e dos membros do time. Os arredores do esquadrão contrastam com os dos recrutas, enquanto os recrutas dormem em um quarto enorme cheia de beliches, os quartéis do esquadrão parecem mais um dormitório. Cada m****o do esquadrão tem seu próprio quarto mas, os banheiros e vestiários são compartilhados por recrutas e membros do esquadrão.

Quanto aos chuveiros propriamente ditos, não há privacidade. Uma longa parede na parte de trás tem cerca de vinte chuveiros, como o vestiário de um ginásio de escola. Não há separação de gênero também. Matilha é matilha, homem ou mulher, somos todos iguais.

Vivemos juntos, dormimos juntos, tomamos banho juntos, lutamos juntos.

Esse tipo de configuração pode incomodar os humanos, mas nós, lobos, estamos tão acostumados com a nudez em nossas matilhas que isso não nos incomoda nem um pouco. Mesmo assim, fico aliviado quando encontro a área do chuveiro vazia. Em uma matilha de lobos, tudo se resume à união e parece que sempre há alguém por perto... mas, às vezes eu só preciso ficar sozinho com meus pensamentos.

Eu jogo minha camiseta e short de ginástica em um banco, então fico ao lado de um chuveiro e giro a torneira. Leva alguns minutos para aquecer antes de mover meu corpo sob o jato quente que atinje meu pescoço e ombros. Eu pressiono meus olhos fechados por alguns minutos enquanto a água caí sobre mim, carregando a sujeira e a sujeira pelo ralo.

Eu me lavo, ainda fazendo anotações mentais sobre o desempenho dos recrutas durante um a um.

Enquanto lavo o sangue seco do braço, lembro-me de como um recruta, Diogo, conseguiu saltar sobre mim na segunda vez que treinamos. Eu tive uma queda muito r**m e pelo jeito que caí ferrou meu braço mas, a pele já se recompôs e sarou. Depois de lavar o sangue, você nem consegue dizer de onde veio. que Amar a cura de transmorfo.

Depois do meu banho, eu me enxugo, em seguida, enrolo a toalha em volta da minha cintura e prendo a ponta para que fique.

Embora eu tenha um quarto aqui raramente passo a noite aqui no complexo do esquadrão. Terei que ir até lá para pegar uma muda de roupa. Eu aliso meu cabelo molhado para trás com a mão e alcanço para pegar minhas roupas sujas quando fico assustada com o som da porta do vestiário abrindo e fechando.

Mesmo antes de olhar para cima, sei que é ela. Seu doce perfume atinge meu nariz e eu empurro minha cabeça para cima para vê-la parada na porta em nada além de uma toalha branca macia, parecendo com a p***a de um anjo.

Fabíola.