Quando vi o Theo parado na frente da empresa, segurando aquele buquê, meu coração bateu mais rápido… mas não de alegria. Era mágoa. Eu tinha imaginado a nossa noite de reencontro tantas vezes e, no fim, fiquei sozinha, com um jantar esfriando e lágrimas como companhia.
Ele caminhou até mim, me abraçou com força e pediu desculpas. Eu aceitei as flores, mas meu corpo estava tenso. A mágoa ainda estava fresca demais. Comecei a socar o peito dele, sem força real, mas com toda a frustração acumulada.
— Você não sabe como foi, Theo… — minha voz saiu embargada. — Eu esperei, preparei tudo, e você… simplesmente não apareceu. Não ligou. Nada! Você sabe o que eu imaginei?
Ele me olhou nos olhos, sério. — Eu sei, e é por isso que eu estou aqui. Eu errei. Me perdi no trabalho e…
— Se perdeu? — interrompi, amarga. — Ou se distraiu com a sua colega de projeto perfeita, que parece saída de uma revista?
O silêncio que se seguiu foi pesado. Eu sabia que estava deixando escapar o ciúme que tentei controlar, mas aquilo estava me corroendo.
Ele deu um passo à frente, aproximando o rosto do meu.
— Olha pra mim, Lara. — Sua voz era firme. — Eu não quis outra pessoa. Nunca. Eu só queria voltar pra você. Mas a empresa sofreu um ataque no jogo e eu era o único que podia resolver. Eu devia ter te ligado, devia ter dado um jeito… mas não foi porque eu não sentia saudades. Foi porque eu sou um i****a que focou demais no problema e esqueceu da pessoa mais importante da minha vida.
Eu respirei fundo, tentando conter as lágrimas, mas elas vieram mesmo assim.
— Você me deixou sentir que não importava mais… que talvez eu não fosse suficiente pra você.
Ele balançou a cabeça, pegando meu rosto entre as mãos.
— Você é tudo. — Sua voz quebrou. — Eu passei noites pensando no que faria quando te visse. Eu queria te abraçar, te beijar, fazer você sentir que é única… porque é.
Minha resistência começou a ceder. Eu queria ficar brava, queria dizer que ele merecia dormir no sofá por uma semana… mas, no fundo, eu só queria sentir de novo que ele era meu.
Ele me puxou para um abraço apertado. Senti o cheiro dele, o calor do corpo dele contra o meu. Era como voltar pra casa depois de um inverno inteiro perdida.
— Promete que, da próxima vez, você vai escolher me ligar antes de qualquer código de jogo ou reunião? — perguntei, com a voz abafada contra o peito dele.
— Eu prometo, meu amor. — Ele beijou meu cabelo. — Você sempre vai ser minha prioridade.
Eu suspirei e, pela primeira vez em dias, um sorriso tímido escapou.
— Então me leva pra casa, Theo… antes que eu mude de ideia.
Ele riu, aliviado, e me beijou ali mesmo, na frente da empresa. Um beijo que dizia tudo que as palavras não conseguiam. E, enquanto caminhávamos juntos até o carro, percebi que, apesar da mágoa, o amor ainda falava mais alto.
O silêncio no carro a caminho de casa não era pesado como antes. Era carregado de algo diferente… expectativa. Senti o olhar do Theo sobre mim algumas vezes, como se quisesse ter certeza de que eu estava realmente ali, de que não era um sonho.
Quando chegamos, ele trancou a porta atrás de nós e encostou-se nela, me observando como quem reencontra um tesouro perdido.
— Eu senti tanto a sua falta… — murmurou.
Dei um passo à frente, hesitante.
— Então prova.
Ele não precisou de mais incentivo. Em segundos, minhas costas estavam contra a porta, e a boca dele se uniu à minha com urgência. O beijo não era calmo; era faminto, carregado de todos os dias que passamos longe. Senti suas mãos deslizando pela minha cintura, puxando-me para mais perto, como se não fosse suficiente.
Meu corpo respondeu sem pensar, minhas mãos explorando os ombros largos dele, o calor se espalhando por mim. A respiração de Theo ficou mais pesada quando seus lábios deixaram minha boca e desceram pelo meu pescoço, encontrando meu ponto sensível. Um arrepio me percorreu inteira.
— Você é minha, Lara. Sempre foi, sempre vai ser — sussurrou, a voz rouca contra minha pele.
Ele me pegou no colo com facilidade e me levou até o quarto. Me colocou na cama com cuidado, mas seus olhos diziam que aquela noite não seria de calma.
Quando se deitou sobre mim, senti o peso e a segurança dele, como se o mundo inteiro ficasse de fora naquele momento.
As mãos dele exploravam cada curva, cada pedaço da minha pele, como se quisesse reaprender o meu corpo. Meu vestido deslizou pelo meu corpo, caindo ao lado da cama, e o calor da pele dele contra a minha fez minha respiração acelerar.
— Eu pensei em você todas as noites… — confessou, com os lábios quase tocando os meus. — E agora que estou aqui, não vou parar até sentir você inteira.
O toque dele era ao mesmo tempo gentil e intenso, me fazendo esquecer qualquer resquício de mágoa. O quarto ficou pequeno para o que sentíamos; só existia o som das nossas respirações e o ritmo acelerado dos nossos corações.
Quando finalmente nos movemos juntos, foi como se cada ausência, cada insegurança, fosse lavada pelo prazer e pelo amor que transbordava entre nós.
Ele me olhava nos olhos, como se quisesse dizer mil coisas sem palavras, e eu entendia cada uma delas.
Quando tudo terminou, ele me puxou para o peito, ainda sem soltar minha mão.
— Eu te amo, Lara…
Sorri contra o peito dele, sentindo o batimento do coração dele, e soube que, apesar das tempestades, nós ainda éramos o porto um do outro.