Elías Navarro Ficar sentado foi fácil. Aceitar a queda, não. Desde o momento em que acordei preso a essa maldita cadeira de rodas, tive um único pensamento pulsando como veneno dentro do peito: Eu vou me levantar. Não importava quanto tempo levasse. Quantas sessões. Quantos músculos rasgassem. Quantas noites eu gritasse sozinho, trincando os dentes enquanto o corpo se negava a obedecer. Eu sabia que esse dia ia chegar. Mas não imaginava que a razão não seria o trono que construí, nem o nome que carrego. Seria ela. Aurora. --- Era madrugada quando mandei Carmen esvaziar o quarto. A sala secreta nos fundos da mansão estava preparada desde o primeiro dia em que voltei da clínica. Ali dentro, nenhum criado entra. Nenhum olhar julga. Somente eu, meu reflexo… e as barras de ferr

