Elías Navarro A sala dos conselheiros não cheirava a medo. Cheirava a pedra antiga, a sangue seco, a um tempo em que a honra não vinha de palavras, e sim de atos. Ali dentro, os homens mais velhos da máfia mexicana ditavam as regras que nem o mundo moderno ousava contestar. Meu pacto com Aurora havia sido selado no sangue. Mas para eles… ainda faltava o corpo. E, naquela manhã, eu fui chamado para dar satisfações. --- — O sangue foi derramado. — comecei, direto, encarando os sete homens sentados em torno da mesa redonda. — O nome dela está no livro. A cerimônia foi testemunhada por todos os meus homens. A partir daquele momento, Aurora me pertence. E está sob minha proteção. Don Aurelio, o mais rígido do grupo, pigarreou antes de falar. — Está sob sua proteção sim, Navarro. Mas voc

