Valerie
"Opa, o quê?! Agora você trabalha com o cara que é um deus do sexo?" minha amiga, Emily, gritou da minha cama enquanto eu procurava algo para vestir para o jantar de hoje à noite. Eu liguei para ela logo depois de sair do trabalho e contei como fui contratada imediatamente, e ela queria me levar para jantar em comemoração. "E ele se fez de herói e consertou sua mão?!"
Nos conhecemos na faculdade. Emily estava procurando por um tutor e ofereceu um pequeno valor por isso. Eu precisava de dinheiro, então aceitei o trabalho e algumas semanas depois éramos inseparáveis. Ela era uma líder de torcida e uma festeira total, mas nos demos bem. Ela e minha amiga Jessica eram polos opostos e eu estava no meio. Emily era perfeitamente bronzeada, alta e cheia de curvas, com olhos azuis brilhantes e cabelos castanhos lindos. Secretamente, eu sentia inveja. Ter alguns centímetros a mais seria bom, pelo menos.
"Sim, faz sentido. Seria azar meu o único caso de uma noite que eu tive ser o meu chefe." Revirei os olhos.
"Não vejo problema. Você disse que ele foi o melhor sexo que você já teve. Caramba, você não parava de falar dele e até voltou todas as noites ao clube durante uma semana esperando vê-lo, mesmo depois de jurar que não queria um relacionamento." Emily riu.
"Eu sei, por isso que é um problema!" exclamei, pegando uma blusa aleatória no meu armário e fechando a porta. "Como eu vou trabalhar com ele se não consigo parar de imaginá-lo nu e em cima de mim!? Me descobri sonhando acordada sobre a nossa noite juntos em mais de uma ocasião hoje, ele vai me pegar babando qualquer dia desses! E, para piorar, ele parece ser um cara simples e normal."
"Definitivamente não é o seu estilo." Emily ironizou. "Quem sabe, talvez ele sinta o mesmo."
"Não pense assim. Ele é meu chefe." respondi sem convicção.
"Coisas mais estranhas já aconteceram, querida. Você é jovem, ele é um cara com bastante apetite, pelo que você me contou. Vá em frente, o que de pior poderia acontecer?"
"Eu poderia perder meu emprego!" resmunguei.
"Então arrume outro!!" Emily gritou rindo.
"Não, não vou fazer isso." eu disse enquanto trocava de roupa, saindo das minhas roupas de trabalho emprestadas e colocando jeans e uma camiseta. "Okay, estou pronta, vamos."
"Finalmente, estou faminta." disse Emily ao pular da minha cama.
Pegamos o carro dela e fomos a um pequeno restaurante mexicano a poucos minutos da minha casa. Pensei em Derek o tempo todo. Emily estava ficando chateada com a minha falta de atenção, mas eu m*l conseguia evitar. Só de pensar nele, meu corpo se contraía. Chegamos ao restaurante e fomos rapidamente encaminhadas para a mesa. O garçom trouxe uma cesta de nachos e salsa que devoramos sem cerimônia.
"Isso é tão bom." gemi enquanto comia os nachos.
"Tão bom." concordou Emily.
"E aí, desconhecida." Carter disse com um piscadela, parado no final do nosso estande.
"Carter? O que você está fazendo aqui?" perguntei enquanto tampava a boca, que estava cheia de nachos. Engoli rápido, algumas bordas ásperas arranhando a garganta me fizeram tossir.
"Carter?" Emily me olhou, com uma expressão de interesse no rosto.
"Acabei de sair do trabalho, pensei em jantar antes de ir para casa." Ele deu de ombros.
"Ah, legal." concordei.
"Eu sou a Emily, aliás," disse ela, me lançando outro olhar.
"Prazer em conhecê-la." Carter sorriu.
"Por que você não se junta a nós? Nem pedimos ainda," ela sugeriu.
"Ah, eu não quero interromper..." Ele disse, levantando as mãos em rendição.
"Por favor, eu insisto. Vamos adorar tê-lo conosco. Não é, Val?"
"Junte-se a nós." concordei. Embora eu quisesse ficar o mais longe possível do meu passado, estávamos falando do Carter. Ele já foi o meu melhor amigo.
"Bom, ok." ele disse.
Me afastei no estande para que ele pudesse sentar ao meu lado. Ele rapidamente entrou e começou a comer os nachos e a salsa.
"Então, como vocês se conhecem?" Emily perguntou.
"Fomos amigos durante a infância, ele morava algumas portas abaixo da minha," eu disse de forma objetiva.
"Achei que fôssemos mais do que isso," Carter disse, um pouco surpreso.
"Você queria que fôssemos mais do que isso." corrigi firmemente.
"Oi, posso anotar o pedido?" A garçonete interrompeu no momento perfeito. Eu não queria reviver o passado novamente. Fizemos nossos pedidos e ela seguiu seu caminho.
"Então, Carter, me conte sobre você." Emily disse antes de dar um gole na água dela.
"Nada de mais para contar. Estou estudando para me tornar um advogado. Tenho um apartamento a algumas quadras daqui. Solteiro." Deu de ombros.
"Advogado, huh?" resmunguei.
"Solteiro, huh?" Emily disse, olhando para mim novamente.
"É. E vocês?"
"Estou estudando para me tornar uma analista de dados. Faltam dois semestres para eu terminar. Moro em uma casa duplex e acabei de terminar meu primeiro dia de trabalho novo." Dei de ombros.
"Sim, como foi?"
"Foi...interessante." concordei. Emily abafou uma risada.
"Espero que seu chefe não seja um i****a," Carter resmungou. Emily não conseguiu se segurar dessa vez e começou a rir.
"E então, Carter, o que você faz para se divertir?" Emily perguntou.
"Não subir em árvores, com certeza." Eu ri, lembrando quando éramos crianças e ele caiu de uma árvore e quebrou o braço. Ele nunca mais subiu.
"Ha-ha. Muito engraçado." Ele revirou os olhos, um toque de travessura em seu olhar. "Gosto de muitas coisas, agora o golfe é meu principal hobby, ou esporte, na verdade." Ele deu de ombros.
"Devo chamá-lo de Tiger Woods agora?" Eu disse séria. Nossa brincadeira despreocupada voltando a mim mesmo depois de todos esses anos separados.
"Não, não. Definitivamente não estou nem perto do nível dele. Mas eu gosto disso."
"Valerie, você não disse que queria aprender?" Emily disse com um tom astuto.
"Eu disse que precisava de uma distração." Corrigi ela.
"Tenho certeza de que o Carter não se importaria em ser uma boa distração, ele poderia te ensinar a jogar golfe. Você não poderia, Carter?" Emily o colocou em uma saia justa.
"Eu adoraria. Seria uma chance de nos encontrarmos." Ele sorriu.
"Perfeito, ela está livre amanhã à noite às seis."
"Pensei que fôssemos ao cinema então?" Eu disse com um tom cortante.
"Desculpe querida, surgiu algo." Ela piscou para mim.
"Quem pediu o burrito?" A garçonete veio com nossa comida.
"Eu." Disse, movendo minha água para o lado para que o prato coubesse.
"E os tacos?" Ela perguntou.
"Aqui mesmo," Carter disse. "Não precisamos sair se você não quiser." Ele acrescentou assim que sua comida estava na sua frente.
"Vamos deixar para outra vez? Meu novo trabalho tem horários estranhos, não posso fazer promessas sobre quando vou sair do trabalho. Além disso, ainda preciso estudar para minha aula."
"Claro, entendo." Ele concordou. "Mas posso ao menos pegar o seu número?"
"Com certeza." Suspirei internamente aliviada de que ele não estava pressionando isso com mais força.
O jantar correu tranquilamente, sem momentos constrangedores. Na verdade, eu me diverti bastante. Quase me arrependi de recusar o convite do Carter, pelo menos por enquanto. Mas o que eu disse era verdade. Eu não sabia quando terminaria o trabalho e precisava estudar. Sem mencionar que tinha outra pessoa em minha mente....