CAPÍTULO 4

1465 Words
Acabo de me arrepender de lembrar da tatuagem e do nome Zach. Que merda acabei de fazer? Não quero ser testemunha importante de nada! Tudo culpa desse i****a todo cheio de músculos e beleza. - Precisamos levá-la até o Richard. - Não. Erick praticamente se joga na minha frente, parecendo me proteger de alguém ou alguma coisa. - Você não pode simplesmente levá-la ao Richard, sabendo que ali dentro tem um cretino de um informante. - Você não sabe se foi um dos nossos que abriu a boca. - Você também não sabe quem foi, então por enquanto pode ser qualquer um. Ela é importante demais pra entregar de bandeja assim. - Agora eu sou importante? Solto irônica e recuo quando Erick vira de uma vez e me olha nervoso. - É! Fala firme e meu corpo todo arrepia. - E não faz idéia do que isso significa, da merda que pode acontecer com você. - Posso imaginar que meu fim será como do Jonny ou até pior. Seus olhos azuis estão intensos em mim e sua expressão quase me faz pensar que ele odeia pensar no meu fim. - Erick, precisamos colocar a Victória na investigação pra que não arquivem aquela merda. Todo seu trabalho de três anos vai ser jogado fora. Erick fecha os olhos, refletindo sobre o que Jerry diz. - Se não levarmos a Victória pro Richard, eles vão colocar um ponto final em tudo, a morte do Jonny encerra tudo. A não ser que ela consiga reconhecer o braço direito do Zach e confirmar que ele matou o Jonny. Isso confirmaria a queima de arquivo, a eliminação do Jonny para não entregar o Zach. Jerry diz e Erick abre os olhos, soltando meia dúzia de palavrões baixos. - Não vamos entregá-la assim. Não sem antes ter certeza de que estará segura. - Agora se importa com a minha segurança? Com dois passos firmes pra frente, seu corpo logo cola ao meu. Nossos rostos estão próximos e me mantenho firme no olhar, pra mostrar que não tenho medo dele. Mesmo que por dentro tudo esteja tremendo pra caramba. Nunca recuei com cliente louco, não vai ser um policial i****a que vai me fazer recuar. - Meu dever como policial é proteger as pessoas, mesmo sendo você. - Se não me engano você está afastado, não é mais policial ativo. Acho que seu dever está suspenso comigo também. Passo por ele empurrando seu corpo com meu ombro, mas acabo saindo machucada em bater na rocha. - Me leva pra casa, preciso de um banho, me livrar dessa roupa no mínimo. Quando estiver limpa me leva pra esse tal Richard. Jerry sorri e parece aliviado em me ouvir ficar do lado dele. - Só me prometa que estará comigo e não vai me deixar nessa merda sozinha. - Prometo! Jerry responde e seus olhos não estão em mim, mas sim em um homem bufante atrás de mim. - Me leva pro meu apartamento? - Claro! - Vou com vocês, preciso ter certeza que não estão fazendo uma enorme cagada. Ignoro Erick, passo por Jerry e sigo procurando a saída dessa casa. ************* Jerry para o carro em frente ao meu prédio. - Preciso saber como esta o Luke. Tentei ligar no hospital, mas eles não passam informação por telefone. Mandei mensagem para a equipe e eles estão aguardando os médicos saírem da cirurgia. Ele solta e do banco de trás vejo os dois se olharem. - Pode cuidar dela? - Ela não quer meus cuidados, mas sim o seu. - Preciso saber do Luke, cara! É o nosso amigo! - Eu vou e você fica com ela. - Sabe que não pode chegar perto do pessoal, vai dar merda de novo. Tenho a sensação que o afastamento do Erick da corporação foi algo bem violento. - Volto em uma hora, tempo da Victória se arrumar e seguimos pra falar com o Richard. - Se ela não se importar. Dá de ombros e Jerry me olha. - Pode ser? - Por mim! Faço o mesmo, dando de ombros. Erick abre a porta e sai do carro. - Posso ficar com a sua arma? Pergunto e Jerry ri pra mim. - Não pode matá-lo, é a testemunha e não uma assassina. - Merda! Saio do carro rindo e fecho a porta. Caminho para a entrada do prédio e o grandão vem atrás. O porteiro sorri ao me ver e peço a ele minha chave reserva. Ele me entrega, mas fica de olho no Erick. - Está tudo bem? Pergunta e desconfio que esteja imaginando que Erick seja perigoso. - Sim! Respondo sorrindo para tranquilizá-lo e vou para o elevador. Entramos e aperto o sétimo andar. - Vida de luxo! Erick solta enquanto as portas do elevador se fecham. - Algum problema com a vida que eu tenho? Pergunto me virando pra ele e odeio esse sorriso debochado em seu rosto. - Apenas comentando que tem uma vida bem luxuosa, bem cara pra se manter. - Não se preocupe em como pago minhas contas, sua função é me manter viva e não rica. As portas do elevador se abrem e saio em direção a minha porta. - Fica difícil te manter viva quando a vontade é o oposto. Resmunga e tento não rir. - Quer me matar, Erick? Pergunto parando em frente a minha porta e me viro pra ele. Decido cutucar com uma sedução barata. - Sabe o que eu acho? Pergunto com a voz baixa e percorro meus lábios com a língua, umidecendo eles de forma sensual. Dou um passo pra frente, toco seu peito sentindo o tecido de sua camiseta contornando cada músculo. Meus olhos encontram os dele e o infeliz está com um lindo sorriso de canto de boca. - Acho que essa sua grosseria toda esconde outra coisa. - Que coisa? Pergunta e ergue os braços, espalmando as mãos na porta e me prendendo na porta. Caramba, ele está na sedução barata também. Não recue, Victória! Você é a profissional da safadeza aqui. Vou para o seu ouvido e colo meus lábios nele. - Seu desejo por mim! Passo meus lábios em sua orelha, meu nariz na lateral de seu rosto e venho lentamente me afastando. Agora é sua boca que vem para o meu ouvido. Fecho os olhos e prendo a respiração ao sentir seus lábios me tocarem na orelha. - Você é uma mulher muito bonita, Victória! Sussurra com a voz grossa e a vontade de gemer entala na garganta. - Mas não sou um dos seus clientes que tem ereção só em te ver. Sua mão desce pela porta, desliza a lateral do meu braço e pega a chave em minha mão. Encara meus olhos e abre minha porta. - Sua beleza não mexe comigo, então para com esse joguinho merda de sedução e seja rápida. Se afasta e empurra a porta pra que eu entre. - Você tem quarenta minutos! Fala ao olhar seu relógio e assim que entramos tranca a porta. - Estarei aqui na sala se precisar. O deixo pra trás e vou para o meu quarto. Entro e encosto a porta. Tiro meu vestido e quando ele cai no chão, tenho uma sensação estranha, como se estivessem me observando. Olho em volta no quarto e não vejo ninguém. Respiro fundo e tento não ficar paranóica. Pego no armário uma calça jeans, uma camiseta básica de manga longa, meia, calcinha, sutiã e meu tênis. Deixo tudo sobre a minha cama e vou para o banheiro. Tiro o resto das coisas do meu corpo e entro no chuveiro de uma vez, sem me importar se a água ainda não esquentou. Fecho meus olhos e deixo meu corpo relaxar depois de tudo que aconteceu. Em minha cabeça as imagens dessa noite se repetem várias vezes. A cena do tiro na cabeça do Jonny se repete sem parar e o ar começa a sumir do meu pulmão. - Delícia! Abro meus olhos assustada com a voz de homem ao pé do meu ouvido. Não é a mesma voz do assassino, mas é tão assustadora quanto. Uma mão cobre minha boca e um braço agarra meu corpo, prendendo meus braços. - Me mandaram te matar, v***a! Acho que sabe quem mandou. Me empurra pra parede e meu corpo se choca contra o azulejo. - Ele te chama de gatinha e agora sei o porque. Me encolho toda tentando esconder meu corpo e olho o homem com o rosto coberto a minha frente. Apenas sua boca e seus olhos aparecem. Pega a arma de sua cintura e aponta pra mim. - É uma pena ter que te matar e não brincar um pouquinho com esse lindo corpo. Escuto o som da arma destravando e fecho meus olhos. - Adeus gatinha!
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