Acabo de me arrepender de lembrar da tatuagem e do nome Zach. Que merda acabei de fazer? Não quero ser testemunha importante de nada! Tudo culpa desse i****a todo cheio de músculos e beleza.
- Precisamos levá-la até o Richard.
- Não.
Erick praticamente se joga na minha frente, parecendo me proteger de alguém ou alguma coisa.
- Você não pode simplesmente levá-la ao Richard, sabendo que ali dentro tem um cretino de um informante.
- Você não sabe se foi um dos nossos que abriu a boca.
- Você também não sabe quem foi, então por enquanto pode ser qualquer um. Ela é importante demais pra entregar de bandeja assim.
- Agora eu sou importante?
Solto irônica e recuo quando Erick vira de uma vez e me olha nervoso.
- É!
Fala firme e meu corpo todo arrepia.
- E não faz idéia do que isso significa, da merda que pode acontecer com você.
- Posso imaginar que meu fim será como do Jonny ou até pior.
Seus olhos azuis estão intensos em mim e sua expressão quase me faz pensar que ele odeia pensar no meu fim.
- Erick, precisamos colocar a Victória na investigação pra que não arquivem aquela merda. Todo seu trabalho de três anos vai ser jogado fora.
Erick fecha os olhos, refletindo sobre o que Jerry diz.
- Se não levarmos a Victória pro Richard, eles vão colocar um ponto final em tudo, a morte do Jonny encerra tudo. A não ser que ela consiga reconhecer o braço direito do Zach e confirmar que ele matou o Jonny. Isso confirmaria a queima de arquivo, a eliminação do Jonny para não entregar o Zach.
Jerry diz e Erick abre os olhos, soltando meia dúzia de palavrões baixos.
- Não vamos entregá-la assim. Não sem antes ter certeza de que estará segura.
- Agora se importa com a minha segurança?
Com dois passos firmes pra frente, seu corpo logo cola ao meu. Nossos rostos estão próximos e me mantenho firme no olhar, pra mostrar que não tenho medo dele. Mesmo que por dentro tudo esteja tremendo pra caramba. Nunca recuei com cliente louco, não vai ser um policial i****a que vai me fazer recuar.
- Meu dever como policial é proteger as pessoas, mesmo sendo você.
- Se não me engano você está afastado, não é mais policial ativo. Acho que seu dever está suspenso comigo também.
Passo por ele empurrando seu corpo com meu ombro, mas acabo saindo machucada em bater na rocha.
- Me leva pra casa, preciso de um banho, me livrar dessa roupa no mínimo. Quando estiver limpa me leva pra esse tal Richard.
Jerry sorri e parece aliviado em me ouvir ficar do lado dele.
- Só me prometa que estará comigo e não vai me deixar nessa merda sozinha.
- Prometo!
Jerry responde e seus olhos não estão em mim, mas sim em um homem bufante atrás de mim.
- Me leva pro meu apartamento?
- Claro!
- Vou com vocês, preciso ter certeza que não estão fazendo uma enorme cagada.
Ignoro Erick, passo por Jerry e sigo procurando a saída dessa casa.
*************
Jerry para o carro em frente ao meu prédio.
- Preciso saber como esta o Luke. Tentei ligar no hospital, mas eles não passam informação por telefone. Mandei mensagem para a equipe e eles estão aguardando os médicos saírem da cirurgia.
Ele solta e do banco de trás vejo os dois se olharem.
- Pode cuidar dela?
- Ela não quer meus cuidados, mas sim o seu.
- Preciso saber do Luke, cara! É o nosso amigo!
- Eu vou e você fica com ela.
- Sabe que não pode chegar perto do pessoal, vai dar merda de novo.
Tenho a sensação que o afastamento do Erick da corporação foi algo bem violento.
- Volto em uma hora, tempo da Victória se arrumar e seguimos pra falar com o Richard.
- Se ela não se importar.
Dá de ombros e Jerry me olha.
- Pode ser?
- Por mim!
Faço o mesmo, dando de ombros. Erick abre a porta e sai do carro.
- Posso ficar com a sua arma?
Pergunto e Jerry ri pra mim.
- Não pode matá-lo, é a testemunha e não uma assassina.
- Merda!
Saio do carro rindo e fecho a porta. Caminho para a entrada do prédio e o grandão vem atrás. O porteiro sorri ao me ver e peço a ele minha chave reserva. Ele me entrega, mas fica de olho no Erick.
- Está tudo bem?
Pergunta e desconfio que esteja imaginando que Erick seja perigoso.
- Sim!
Respondo sorrindo para tranquilizá-lo e vou para o elevador. Entramos e aperto o sétimo andar.
- Vida de luxo!
Erick solta enquanto as portas do elevador se fecham.
- Algum problema com a vida que eu tenho?
Pergunto me virando pra ele e odeio esse sorriso debochado em seu rosto.
- Apenas comentando que tem uma vida bem luxuosa, bem cara pra se manter.
- Não se preocupe em como pago minhas contas, sua função é me manter viva e não rica.
As portas do elevador se abrem e saio em direção a minha porta.
- Fica difícil te manter viva quando a vontade é o oposto.
Resmunga e tento não rir.
- Quer me matar, Erick?
Pergunto parando em frente a minha porta e me viro pra ele. Decido cutucar com uma sedução barata.
- Sabe o que eu acho?
Pergunto com a voz baixa e percorro meus lábios com a língua, umidecendo eles de forma sensual. Dou um passo pra frente, toco seu peito sentindo o tecido de sua camiseta contornando cada músculo. Meus olhos encontram os dele e o infeliz está com um lindo sorriso de canto de boca.
- Acho que essa sua grosseria toda esconde outra coisa.
- Que coisa?
Pergunta e ergue os braços, espalmando as mãos na porta e me prendendo na porta. Caramba, ele está na sedução barata também. Não recue, Victória! Você é a profissional da safadeza aqui. Vou para o seu ouvido e colo meus lábios nele.
- Seu desejo por mim!
Passo meus lábios em sua orelha, meu nariz na lateral de seu rosto e venho lentamente me afastando. Agora é sua boca que vem para o meu ouvido. Fecho os olhos e prendo a respiração ao sentir seus lábios me tocarem na orelha.
- Você é uma mulher muito bonita, Victória!
Sussurra com a voz grossa e a vontade de gemer entala na garganta.
- Mas não sou um dos seus clientes que tem ereção só em te ver.
Sua mão desce pela porta, desliza a lateral do meu braço e pega a chave em minha mão. Encara meus olhos e abre minha porta.
- Sua beleza não mexe comigo, então para com esse joguinho merda de sedução e seja rápida.
Se afasta e empurra a porta pra que eu entre.
- Você tem quarenta minutos!
Fala ao olhar seu relógio e assim que entramos tranca a porta.
- Estarei aqui na sala se precisar.
O deixo pra trás e vou para o meu quarto. Entro e encosto a porta. Tiro meu vestido e quando ele cai no chão, tenho uma sensação estranha, como se estivessem me observando. Olho em volta no quarto e não vejo ninguém. Respiro fundo e tento não ficar paranóica. Pego no armário uma calça jeans, uma camiseta básica de manga longa, meia, calcinha, sutiã e meu tênis. Deixo tudo sobre a minha cama e vou para o banheiro. Tiro o resto das coisas do meu corpo e entro no chuveiro de uma vez, sem me importar se a água ainda não esquentou. Fecho meus olhos e deixo meu corpo relaxar depois de tudo que aconteceu. Em minha cabeça as imagens dessa noite se repetem várias vezes. A cena do tiro na cabeça do Jonny se repete sem parar e o ar começa a sumir do meu pulmão.
- Delícia!
Abro meus olhos assustada com a voz de homem ao pé do meu ouvido. Não é a mesma voz do assassino, mas é tão assustadora quanto. Uma mão cobre minha boca e um braço agarra meu corpo, prendendo meus braços.
- Me mandaram te matar, v***a! Acho que sabe quem mandou.
Me empurra pra parede e meu corpo se choca contra o azulejo.
- Ele te chama de gatinha e agora sei o porque.
Me encolho toda tentando esconder meu corpo e olho o homem com o rosto coberto a minha frente. Apenas sua boca e seus olhos aparecem. Pega a arma de sua cintura e aponta pra mim.
- É uma pena ter que te matar e não brincar um pouquinho com esse lindo corpo.
Escuto o som da arma destravando e fecho meus olhos.
- Adeus gatinha!