capítulo 4

655 Words
O Jantar, a Equipe e as Fofocas da Ilha ​A tarde trouxe o início oficial de Alicia Romanoff como Chef de Cozinha no Hotel da Ilha. Em meio ao burburinho de reorganização pós-almoço, suas novas ajudantes de cozinha, Luna e Gabriela, chegaram. ​As duas ficaram visivelmente surpresas ao ver Alicia. ​"Mulher, você é muito linda!", Luna exclamou, com uma energia contagiante. "Você é tão diferente!" ​"A gente ficou sabendo que ia ter uma Chef nova, mas não esperávamos você," Gabriela completou, com um sorriso gentil. ​Alicia, no entanto, não compartilhava daquela admiração. Ela era diferente das outras pessoas que via—talvez por causa da cor do seu cabelo e dos seus olhos—e essa diferença sempre a fez sentir-se exposta e deslocada. ​"Eu não me acho bonita," Alicia confessou, encolhendo os ombros enquanto pegava um pano de prato. "Eu me acho tão diferente dos outros. O cabelo... dá vontade de pintar, pôr uma lente de contato e ficar igual às outras pessoas." Ela respirou fundo. "Eu gosto de cozinhar, amo minha profissão. Desde adolescente cozinhava; minha mãe gostava da minha comida. Quando me formei, logo minha mãe se foi, e meu pai também. Então, é essa profissão que eu gosto. Cozinhar. Obrigada por me acharem bonita, coisa que eu não me acho." ​Luna, uma força da natureza, riu alto. "Você é louca, Chef! Você deveria ser modelo, certeza! Escolheu a profissão errada. Se eu fosse você, eu seria o que eu quisesse, seria modelo para ter dinheiro!" ​Gabriela, mais ponderada, a repreendeu de leve. "Não faz isso, não, mulher! Você é linda assim!" Ela se virou para o trabalho. "Que bom que você está aqui com a gente agora. Vai nos ajudar muito aqui na cozinha. E o que vamos fazer para o jantar?" ​Alicia focou-se imediatamente no trabalho. Pegou seu caderno de anotações e mostrou as opções que havia pensado no rush do almoço. ​"Olha, tenho essas opções aqui, mas estou com este cardápio que quero fazer. A dona Natália disse que eu posso fazer, então vamos fazer este cardápio aqui. Vai dar trabalho, mas vai ficar sensacional." ​As duas olharam a proposta de menu, trocaram um olhar de entusiasmo e concordaram. Puseram as mãos à obra. ​A cozinha ficou cheia de vida, com o barulho de facas e panelas misturado à conversa animada. Luna e Gabriela contaram tudo sobre a ilha, deram fofocas e falaram sobre onde Alicia ia morar (o hotel providenciava moradia para os funcionários). ​Em meio à preparação de um molho, Alicia não resistiu e fez a pergunta que estava em sua mente desde o almoço. ​"E os filhos da Natália? O Dr. Newton e o delegado Alex? O que vocês me dizem sobre eles?" ​Luna e Gabriela pararam por um momento, sorrindo de forma cúmplice. ​Luna começou: "O Alan, o doutor, é muito bom. Ele é mais na dele. Tem algumas histórias por aí de que ele já saiu com algumas mulheres, mas ele é bem sutil. Não faz nada aberto, nem escândalo." ​Gabriela pegou o gancho com um sorriso malicioso: "Mas o Alex, esse dá trabalho para dona Natália! Ele é mulherengo e gosta de ter uma mulher a cada dia, mas é muito bonito." ​Alicia apenas assentiu, absorvendo a informação. Ela não comentou nada. Não conhecia os dois a fundo; o que sabia era que um era seu médico e o outro era o homem que ela tinha "salvo" de um barraco. As ajudantes, no entanto, já haviam aberto o jogo sobre a dinâmica familiar da ilha. ​Com a fofoca terminada e os pratos quase prontos, Alicia concentrou-se no último mise en place. O cardápio prometido era ambicioso, mas a satisfação de ver o prato final compensava. O jantar seria um sucesso, e ela m*l podia esperar para sentir o cheiro das criações invadindo o salão.
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