Confissões Silenciosas e o Segredo Revelado
Alicia retornou ao hotel e, ao entrar, deu de cara com Natália, que a abordou com uma expressão de preocupação incomum.
"Fiquei preocupada quando soube que você tinha ido ao médico. Aconteceu alguma coisa?", Natália perguntou, segurando-a suavemente pelo braço.
Alicia hesitou por um segundo, mas decidiu ser honesta, pelo menos em parte. "Não é exame de rotina, Natália. Mas eu tenho que tomar um medicamento a cada seis meses. Esse medicamento não pode faltar, pois eu tenho uma deficiência no meu organismo que precisa dele. Amanhã à noite eu irei tomar a infusão. Fora isso, está tudo certo."
Natália a olhou, e o medo que Alicia notou em seus olhos era mais profundo do que a situação pedia.
"Por que você não falou antes que tinha um problema de saúde? Poderia ajudar em alguma coisa," Natália insistiu, como se quisesse consertar algo que ela não entendia.
"Não se preocupa, Natália, está tudo certo. Eu já me acostumei com isso, a cada seis meses ir tomar o remédio," Alicia assegurou, tentando encerrar o assunto. "Eu vou para a cozinha agora, preciso me preparar para o jantar."
O Alerta de Alan
Natália ficou ali, o coração apertado. Ela discou o número de Alan, sabendo que ele saberia os detalhes.
"Alô, aconteceu alguma coisa, mãe?", Alan atendeu, com o tom de voz sério de quem está de plantão.
"O que a senhorita Romanoff tem?", Natália perguntou, direta.
Alan suspirou do outro lado da linha. Ele tinha se preparado para isso. "Mãe, eu não posso estar falando da vida dos meus pacientes, mas ela toma um medicamento a cada seis meses para se manter bem. É só isso que posso falar. Se você quiser saber mais alguma coisa, pergunte a ela, pois eu não vou falar o que ela não me autorizar a falar. Se caso ela me falar: 'Você está autorizada a falar para minha mãe', eu vou e falo. Mas sem essa autorização, não vou falar nada. Estamos entendido, não é, mãe?"
Alan desligou, deixando Natália com sua frustração e preocupação.
Alan (O Médico e o Apaixonado)
Alan estava em sua sala, olhando para o nada. Sua mãe queria saber da vida pessoal de sua paciente. Ele era médico antes de ser filho e não podia quebrar a ética. Ele não podia revelar o histórico dela.
Mas o mistério de Alicia Romanoff continuava a rondá-lo.
Essa mulher é muito linda...
Ele tentava tirá-la da mente, mas não conseguia. Nesses seis meses, mesmo tendo saído com outras mulheres, quem ficava em seus pensamentos à noite era ela, com aquele cabelo dela. Ela era a Chef de sua mãe, a paciente que ele tratava, e a mulher que o tirava do sério.
Alex (O Delegado e o Bobo Apaixonado)
Na delegacia, Alex estava sentado, com os cotovelos apoiados na mesa, olhando para o nada. Assunção, seu subordinado, entrou.
"Dou 50 prata para saber o que o senhor está pensando, Chefe," Assunção provocou, tentando quebrar o silêncio pesado.
Alex reagiu, irritado. "O que eu penso ou deixo de pensar não é da tua conta. Você sabe muito bem disso. E quando eu quero que você saiba o que eu estou pensando, ou qualquer um aqui da delegacia, eu ponho para fora. Você sabe que eu grito para todo mundo saber!"
"Calma, Chefe," Assunção disse, levantando as mãos em rendição. "Foi só brincadeira. É que o senhor estava com a cara de bobo apaixonado, sabe?"
"Bobo apaixonado é uma pinóia!" Alex grunhiu. "Você pode parar de gracinha para o meu lado."
Assunção saiu da sala, as mãos para cima.
Alex ficou pensando. O subordinado estava certo. Ele estava apaixonado por Alicia, sem nem tê-la beijado. O pior era que sua mãe havia proibido a aproximação, e ele sabia que Alan também estava interessado. Eles conversavam sobre isso.
Alan também está apaixonado por ela.
Isso martelava em sua cabeça. Ele não sabia o que fazer com a proibição da mãe e o sentimento crescente por uma mulher que era o objeto de desejo de seu próprio irmão.